Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1

28. Sem castigo

Meghan

        Ele nos olhava fixamente. Estava sério e impassível, como sempre. Tomo a frente e falo.

        — Vikt... Digo... Pai... Podemos explicar tudo!

        Ele me observa, atentamente. Girava o anel de rubi em seu dedo indicador.

        — Não fiquem aí em pé. Sentem-se.

        Ele indica o sofá da frente. Pego na mão de Drogo para ele me acompanhar. Estava sério. Olhava Viktor com ódio. Seu olhar era sombrio.

        — Vem.

        Sussurro para ele. Nos sentamos no sofá.

        — Estou ouvindo.

        Viktor estava elegantemente na poltrona. Seu olhar enxergava além da minha alma. Percebi que ignorava o olhar raivoso de Drogo. Olho ao redor. Todos estavam ali. Nicolae olhava-me de forma reprovadora. Peter estava mais triste que o normal, sua aura era melancólica. Lorie estava de cabeça baixa, mas, às vezes, me olhava com pena. Ismael e Amelie, os aliados magos de Viktor, estavam ali também. Seus olhares eram amigáveis.

        Eu respiro fundo.

        — Tudo começou quando eu e Drogo saímos juntos. Era para ser apenas um encontro. Mas resolvemos ir além — tento não vacilar com as palavras. Viktor não desviava os olhos e isso me deixava tensa. — Foi uma coisa repentina. Resolvemos apenas fazer uma viagem. Se contássemos para Nicolae, ele não deixaria. Só queríamos fugir... um pouco.

        — E... — Viktor esfrega os dedos. — O que aconteceu nessa viagem?

        Desvio os olhos. Abaixo a cabeça. Engulo em seco. Ele já sabe de tudo, mas quer que falemos em voz alta.

        — Muitas coisas — Drogo se prontifica a falar. — Nos conhecemos melhor. Nos divertimos. Conhecemos novos lugares. Foi uma viagem como qualquer outra. Algum problema, pai?

        Olho rápido para Drogo. Ele está mesmo desafiando Viktor?

        Vejo Viktor olhá-lo intensamente. Sua aura ficou mais pesada. A seriedade dele é algo tenebroso. Ele levanta, lentamente. Caminha em nossa direção. Drogo levanta também. Eu tento fazê-lo sentar, mas é em vão.

        — Drogo, o que está fazendo? Não estamos com razão.

        Viktor chega perto e fica a centímetros de Drogo. E em um piscar de olhos, agarra seu pescoço, o erguendo do chão. Levanto, imediatamente.

        — Seu moleque rebelde! Pensa que eu não sei o que fizeram?

        — Solte-o! Não é culpa dele, eu o transformei.

        Vi Drogo ficar vermelho de tanto que Viktor apertava seu pescoço.

        — Pai, por favor!

        Eu implorava. Viktor cede e o joga no sofá. Sento ao lado de Drogo, tentando acalmá-lo. Ele tossia e massageava a área machucada. Viktor volta a se sentar.

        — Você tem ideia do que fez, Meghan?

        Encaro seus olhos.

        — Não. Eu não tenho.

        — Falei para não se revelarem aos humanos. E o que vocês fazem? Revelam-se aos humanos. Você tem noção de que aquele recém-transformado é sua responsabilidade?