15. Improviso na caça

20 5 4
                                    

Meghan

       Caminho lentamente até Lorie. O quarto está escuro. Apenas a luz da lua o ilumina. Ela chorava descompassadamente. Sento no chão ao seu lado, com as pernas cruzadas.

       — Lorie? O que hove, amor? Por que está assim?

       Ela me olha. Seus olhos estão vermelhos. E suas presas aparecem.

       — Ni-niguém s-se importa c-comigo! — fala, soluçando.

       — Por que diz isso? Se eu não me importasse, não estaria aqui.

       — Minha garganta dói! Tenho sede. Quero sangue! Sangue humano.

       — Você ainda não se alimentou?

       — Nicolae disse que iríamos nos alimentar uma vez por semana. Depois do que aconteceu com você, ele não quer a gente caçando assim. Ele disse que devemos ser condescendentes com você. — Ela põe a cabeça entre os joelhos. — Eu não sei o que isso quer dizer.

       Fico confusa. Embora tenha acontecido aquilo, não era para eles parar de se alimentar. Vampiro precisa de sangue. É uma união inseparável. Até mesmo eu iria me alimentar de novo. De algum modo. Não podia sempre me torturar, para não torturar outras pessoas. Tinha que encontrar um jeito. Iria fazer isso agora.

       — Vem! — pego Lorie no colo. — Escancha.

       — Para onde vamos?

       — Caçar. Humanos.

       Vejo os olhos dela brilharem. Um sorriso surge.

       — Eeeee! — ergue os braços.

       — Shiiii — ponho o dedo indicador na boca. — Silêncio. Estamos de fuga do Nicolae.

       — Sim. Tudo bem.

       Saí com ela na ponta do pé. Iam ficar irritados. Principalmente Nicolae. Mas Viktor deixou claro que eu podia caçar. Só não podia matar.

       Entramos no carro. Coloquei o cinto nela. Parti na suavidade. Não queria fazer muito barulho. Vampiros tinham super audição. Já sabia onde íamos caçar.

       — Se Nicolae descobrir, nos mata — Lorie fala.

       — Mas o papai não. Não gosta dele? Do Viktor?

       — Gosto. Ele salvou a minha vida.

       — Sério? Como foi? Ele também me livrou de morrer lentamente na estrada, quando capotei com o carro.

       Ela abaixa a cabeça. Vi que ficou triste.

       — Meu pai. Meu verdadeiro pai. Disse que eu era uma aberração e que eu não era a filha ideal. Queria ter um menino. Então me internou num hospital psiquiátrico dizendo que eu estava demente. — Fico surpresa

       — Sinto muito.

       — Tudo bem, já faz tempo. Alem disso, eles não existem mais.

       — O que aconteceu com seus pais?

       — Viktor os matou. E disse que eu era sua filha. Eu o chamei de pai. Ele me salvou dos meus malignos pais.

       — Você... — hesito em perguntar. — É feliz agora?

       — Sim. Meu pai me dá tudo o que eu quero. E meus irmãos me mimam. Sou uma princesa. Tudo o que peço, eles me dão — ri maléfica.

Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora