Ayara Arantes, herdeira de um vasto império, é obrigada a deixar seu país para viver sob a tutela de Miguel, um homem fechado e austero devido ao luto que carrega. A convivência entre eles é tensa até que Ayara começa a receber aulas particulares de...
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— Barbie, a noite está meio sem graça, você não acha? — indaguei, girando a cabeça para encarar minha amiga.
Após uma sessão de guloseimas e videoclipes projetados no telão da sala, nos refugiamos no quarto para mergulhar na nossa série de vampiros predileta. Estávamos esparramadas na cama do meu quarto, envoltas na penumbra, com apenas o brilho da TV rompendo a escuridão.
Ela se virou para mim, seus olhos encontrando os meus.
— O que está passando pela sua cabeça?
Saltei da cama com um entusiasmo súbito.
— É tão legal que o Miguel tenha saído, ele nunca sai. E nós poderíamos aproveitar para sair também! Olha, fiquei sabendo de uma boate nova que é o máximo — sugeri, com um brilho nos olhos.
— Ayara, você está de castigo, e nem sabemos por onde o Miguel anda. E se ele voltar e não nos encontrar em casa? — ela questionou, a preocupação evidente em sua voz.
— Barbie... a gente vai, dança um pouco e volta antes dele. Duvido que ele retorne antes da meia-noite e, se voltar, vai estar tão bêbado que nem vai notar. Viu que ele não levou o carro? Aposto que planeja beber e pegar um táxi. Conheço bem o Miguel. Podemos ir no seu carro, topa? — insisti, usando meu melhor olhar persuasivo.
Ela coçava a cabeça, visivelmente dividida.
— Não sei... E se algo acontecer?
— Por favor, Barbie... estou cansada de ficar presa em casa todo fim de semana. O Miguel nem para um sorvete me dá dinheiro... — fiz beicinho, unindo as mãos em súplica. — É só por hoje, nada vai dar errado.
Ela se ergueu na cama com um suspiro resignado, deslizando as mãos pelos cabelos num gesto de rendição.
— Mas eu não tenho nada para vestir numa boate, Ayara — ela protestou com um suspiro.
— Relaxa, eu tenho o look perfeito para você. Vamos nessa, sim? — roguei com um quase soluço, exagerando na dramatização.
Ela soltou um suspiro pesado, como se expulsasse todas as dúvidas com o ar.
— Certo, você venceu! Vamos lá — ela cedeu, um sorriso relutante surgindo em seus lábios.
Saltamos da cama, animadas, e acendemos a luz. Corremos para o meu closet, em busca de roupas adequadas para a noite. Eu escolhi um vestido preto brilhante, que deixava os meus ombros à mostra, e um salto alto preto. Fiz uma maquiagem esfumada em tons de preto e cinza, que destacava os meus olhos castanhos. Coloquei alguns acessórios, como uma argola prateada na orelha e um colar delicado, e peguei uma bolsinha de mão preta. Minha amiga, que vestia o mesmo tamanho que eu, optou por um vestido de alcinha vermelho, também justo, e um salto alto nude. Ela deixou os seus cabelos castanhos claros soltos, com algumas ondas, e fez uma maquiagem leve em tons de rosa e pêssego, que realçavam a sua pele clara.
