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Miguel e eu estávamos tão envolvidos que fomos descuidados e acabamos sendo surpreendidos pela minha amiga, que ficou mais brava do que eu pensei que ficaria quando soubesse sobre o nosso envolvimento.

Saí da cozinha em passos apressados, indo atrás dela, que andava jogando os braços para os lados e pisando forte, como se fosse um soldado marchando de tanta raiva.

— Ayara — chamei, vendo-a abrir as portas de vidro e caminhar em direção à jacuzzi na área de lazer. A chuva tinha diminuído, mas ainda chovia o suficiente para pegarmos um resfriado se ficássemos ali por muito tempo. O céu estava escuro, e o vento soprava forte. Era uma noite fria.

— Sai daqui, Bárbara! Você me traiu! — A voz de Ayara cortou o ar, carregada de dor, enquanto ela se jogava no degrau da jacuzzi. 

Ayara abraçou as pernas e encostou a cabeça nos joelhos. Ela parecia uma criança assustada e abandonada. Não sabia que ela ia se sentir tão mal, mas imaginava que ela estivesse brava comigo por não ter compartilhado com ela sobre o Miguel.

Me aproximei dela. Não sabia ao certo o que ia dizer e estava me sentindo culpada por aquilo. Eu sabia que tinha errado, mas não queria perder a sua amizade. Ela era a minha melhor amiga, a minha irmã de coração. Me doía vê-la assim.

— Desculpa, amiga — eu disse, franzindo as sobrancelhas, olhando-a com pesar. Estava sendo sincera e esperava que ela entendesse.

Me sentei ao lado dela na jacuzzi e tentei tocar o seu braço, mas ela se afastou, como se não quisesse o meu contato nem o meu consolo. Ela estava decepcionada comigo, e eu não podia culpá-la.

— Desculpa, Bárbara? Desculpa? — ela me olhou com raiva e dor nos olhos. E eu me senti péssima. — Desde quando isso vem acontecendo? — ela perguntou, brava e autoritária.

Engoli em seco e tentei manter a calma. Eu sabia que tinha que contar a verdade, mas tinha medo da sua reação. Eu não queria que ela me odiasse ainda mais ou que me julgasse.

— Há algumas semanas — confessei.

— E quando é que pretendia me contar? — ela perguntou com a voz mais alta e mais dura.

Ela estava indignada, e eu não podia negar que ela tinha razão. Eu tinha sido egoísta e escondido dela uma coisa tão importante.

— Eu não sei, Ayara. O Miguel e eu decidimos manter isso em segredo por causa dos meus pais e porque pensamos que seria complicado se minha mãe soubesse — expliquei, tentando me justificar.

— Então, era por isso que você estava feliz e, de repente, começou a ficar tão triste? Era por isso que, quando eu perguntava se você estava gostando de alguém, você desconversava e dizia que se sentia bem sozinha? — ela perguntou, com a voz dura.

— Sim. Aconteceram uma série de coisas que me fizeram acreditar que o Miguel estava brincando comigo. E eu fiquei triste, mas eu me enganei; tudo não passou de um mal-entendido — expliquei, fazendo um biquinho e olhando para ela. — Amiga... — eu disse, com a voz doce e carinhosa.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora