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Eu tinha certeza de que aquela loucura da minha amiga de sair de casa sem a autorização do Miguel para ir naquela boate ia dar muito errado, eu só não esperava que o caos fosse se instalar naquela mesma noite. O professor Miller segurava o braço da minha amiga que acabara de levar um tombo e o Miguel ao seu lado nos fuzilava com o olhar.

— O que vocês pensam que estão fazendo aqui?! — Miguel gritou como um trovão. Minha amiga se encolheu, seus olhos arregalados denunciavam o quanto estava apavorada. 

Encarei o Miguel, sem acreditar que ele fosse capaz de frequentar esse tipo de lugar, meu coração se partiu. E mesmo sabendo que a situação não era nada favorável para mim também, foi impossível não pensar no quanto era esquisito saber que esse era o tipo de mulher que ele preferia.

— ...Responde, garota! — ele insistiu, furioso. Ayara se livrou das mãos do professor Miller e encarou o Miguel, com uma expressão de angústia no rosto. — Ayara, eu quero uma resposta agora! — O Miguel voltou a rosnar, mais irritado do que nunca. — Você me disse que ia passar a noite em casa com a sua amiga estudando, o que estão fazendo aqui? Principalmente porque eu te coloquei de castigo e não te dei permissão de sair de casa!

Ele estava diante de nós, os olhos incandescentes de fúria, as veias do pescoço proeminentes como cordas tensas, as mãos cerradas em punhos trêmulos. Sua postura era a de um vulcão à beira da erupção, uma tempestade contida apenas por um fio. 

Um arrepio percorreu minha espinha, a certeza de que não haveria perdão fácil pesando sobre nós como uma sentença. Respirei fundo, lutando para manter a serenidade, minha mente correndo em busca de uma saída, mas a verdade era inescapável: fomos pegas sem desculpas possíveis. Não podia permitir que minha amiga se complicasse ainda mais; ela já enfrentava um castigo e eu não podia deixá-la sozinha nessa. Conhecendo o medo que ela sentia de Miguel e o poder que ele tinha para tornar sua vida um tormento, eu sabia que tinha que intervir. Era hora de assumir a frente e protegê-la a qualquer custo.

— A culpa não é dela, Miguel. — Eu falei, me colocando na frente da Ayara. — Fui eu que a trouxe para cá, eu que menti para você. Eu quem desrespeitou as suas ordens. Se você quer brigar com alguém, brigue comigo. Se você quer punir alguém, puna a mim. Mas deixe a Ayara em paz. Fui eu que a convenci a vir aqui, nós só não contávamos que íamos dar de cara com vocês.

— Esse não é lugar para duas moças como vocês — o professor nos repreendeu, com um tom de voz severo. — Vocês não têm ideia do risco que assumiram aqui? Você tem noção da quantidade de caras perigosos que tem nesse lugar e do que eles poderiam fazer com vocês?

— O senhor fala como se fôssemos criminosas, professor, mas pelo que vimos vocês dois estavam se esbaldando no palco do crime, não é?! — Eu retruquei, desafiando o professor.

Que se danasse! Nós não estávamos em sala de aula mesmo então eu não tinha que respeitá-lo. Miguel e ele se olharam sem graça. O constrangimento estampado em seus rostos, me fez sentir o puro gosto da virada de jogo. Eles tentaram disfarçar, mas era óbvio que eles tinham sido pegos no flagra naquela situação imoral e constrangedora.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora