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O fim de tarde já se iniciava quando deixei o trabalho, entrei no meu carro e dirigi até a entrada do condomínio onde Bárbara morava. Não sabia ao certo o que pretendia fazer, mas sabia que tinha que fazer algo. Então, mandei uma mensagem para ela pedindo que viesse ao meu encontro, alegando que precisávamos conversar. Não demorou muito e ela apareceu, caminhando em direção ao meu carro. Ela usava um vestido azul curto, com a barra um pouco acima do joelho. Seus cabelos estavam soltos, e sua expressão parecia um pouco abatida. Ela se aproximou do carro, e eu baixei o vidro para falar com ela.

— O que você quer? — perguntou, num tom áspero e frio, e isso me chamou atenção, ela nunca tinha falado comigo naquele tom antes, era sempre gentil e angelical.

Avaliei seu semblante: ela estava com o rosto inchado e os olhos avermelhados. Era evidente que tinha estado chorando.

— Entra — destravei a porta.

Ela entrou no carro e se sentou no banco do passageiro da frente, mas não me encarou, continuou olhando para a frente, com as mãos soltas em cima do colo.

— É melhor você sair daqui logo, antes que meu pai chegue e me veja aqui dentro do seu carro, e eu vou ter que dar mil explicações para ele — voltou a falar com um tom frio e indiferente.

Assenti, dando partida no carro. Dirigi em silêncio até chegarmos a um lugar afastado, uma área de camping com um lago e uma grande área de reflorestamento. Eu gostava de ir ali quando estava chateado, não só pela privacidade, mas também pela belíssima paisagem. Desliguei o carro e ficamos ali parados olhando o sol lentamente mergulhando no horizonte, sua luminosidade diminuía, enchendo a paisagem de uma luz suave e acolhedora. As nuvens refletiam os tons solares, criando formas delicadas e dançantes no céu.

— Você está bem? — eu perguntei, ansioso, quebrando o silêncio.

— Miguel, o que você quer, hein? — ela retrucou, com a voz cheia de raiva e ressentimento.

— Eu vim conversar. Quero saber por que você bebeu tanto ontem, eu sei que não está bem.

Ela cruzou os braços na frente do peito, demonstrando irritação.

— Se veio me dar um sermão, como faz com a Ayara, perdeu seu tempo. Não estou com cabeça para isso hoje!

— Não. Eu não vim te dar um sermão. Bárbara, você sempre diz que ninguém te entende, e eu estou aqui disposto a te ouvir. A entender os motivos do que aconteceu na minha casa ontem.

Ela ficou em silêncio passou o dedo rapidamente em baixo dos olhos e depois voltou a falar com a voz chorosa.

— Minha mãe me bateu.

Eu soltei um suspiro resignado. Eu sabia que o relacionamento de Bárbara com a mãe não era nada bom, mas não imaginava que tinha chegado a esse ponto.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora