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Enquanto eu via o carro da minha amiga se afastar, o meu querido "motorista" se aproximou

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Enquanto eu via o carro da minha amiga se afastar, o meu querido "motorista" se aproximou. Assim que ele estacionou o Corolla preto que Miguel deixou à minha disposição, caminhei até ele e entrei no carro.

— Boa tarde, Pedro — disse, enquanto me acomodava no banco do carro. Pedro Luiz era o meu motorista particular, contratado pelo meu tutor para me levar e me buscar da faculdade. Ele era um homem baixo, calvo, de cabelos grisalhos e bigode. Usava um terno preto e uma gravata vermelha. Tinha um ar sério e formal, mas também era gentil e educado.

Eu sabia que ele estava apenas cumprindo ordens de monitorar meus passos e relatar aonde eu ia e com quem me encontrava para o meu tutor, mas eu não era ingênua, tinha meus próprios truques para escapar da vigilância de Pedro também. Às vezes, eu pedia para ele me deixar em um lugar e depois pegava um táxi ou um ônibus para outro. Outras vezes, eu usava o celular de uma amiga para ligar para ele e dizer que estava atrasada ou que tinha mudado de planos. Eu não fazia nada de errado, só queria ter um pouco de liberdade e privacidade.

— Boa tarde, senhorita Ayara — respondeu Pedro, dando partida no carro.

Minutos depois, adentramos um condomínio luxuoso onde meu tutor morava. Sua casa, embora menor do que a mansão em que cresci na Inglaterra, era uma bela residência bem-organizada, que parecia ter saído de um daqueles filmes clássicos da sessão da tarde. Com dois andares e estilo americano, sua fachada apresentava uma tonalidade suave de bege, contrastando com as janelas de vidro e a porta de madeira. Uma pequena varanda com uma cadeira de balanço e um vaso de flores dava um toque de charme e aconchego.

Ao entrarmos, fomos recebidos por um lindo jardim meticulosamente cuidado na entrada da casa, com plantas bem aparadas e uma variedade de flores em cores vibrantes. Um caminho de pedras nos levava até a porta central.

Assim que passei pelas portas de casa e cruzei o hall que dava acesso à sala social e à sala de jantar, Ana Clara ou Clarinha, como costumávamos chamar a filha de seis anos do meu tutor, veio correndo ao meu encontro e pulou no meu colo, abrindo o maior sorriso. Ela usava um vestidinho rosa com babados e laços, e uma tiara de flores no cabelo. Ela parecia uma boneca de porcelana, mas era muito mais animada e carinhosa que o pai.

A amparei em meus braços, admirando a beleza daquele anjinho. O queixo e o nariz eram do Miguel, o cabelo castanho escuro e os lábios bem definidos certamente eram da mãe. Os olhinhos azuis, pequenos e repuxados também eram como os do pai, porém numa tonalidade mais clara.

Ela era tão fofa que eu não pude resistir a apertá-la em um abraço carinhoso. Embora eu detestasse o pai dela, amava aquela criaturinha tão fofa e inocente.

— Ayara, vamos brincar? — perguntou ela, com uma voz doce e animada.

Eu sorri para ela, encantada com sua simpatia e inocência. Ela me tratava com amor e respeito, e eu retribuía da mesma forma. Ela era minha única alegria naquele lugar.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora