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Quando chegamos em casa, já era quase madrugada. Durante o trajeto de volta, demos boas risadas, mas no fundo estávamos preocupadas. O Miguel estava chateado e temíamos que ele fosse punir a minha amiga.

Depois de entrar no quarto, trancamos a porta e tomamos um banho rápido. Depois, trocamos de roupa e nos jogamos na cama, exaustas, tirando sarro daquela situação horrorosa que presenciamos com o professor e o Miguel. Minutos depois, ouvimos o som de um carro parando na entrada da casa. Provavelmente, o Miguel havia voltado. Ficamos em silêncio, esperando que ele viesse bater na porta para conversar, ou melhor, para nos dar um sermão, mas ele não veio. Ele deve ter ido direto para o seu quarto, sem se importar com a gente. Ou talvez ele estivesse tão constrangido que nem queria nos ver. De qualquer forma, ele nos ignorou. E isso nos deixou ainda mais preocupadas ao mesmo tempo que aliviadas.

Depois de conversarmos bastante, finalmente tentamos dormir, mas o tempo passava e eu não conseguia pregar os olhos. Era sempre assim quando eu estava naquela casa. Eu me sentia inquieta e com a mente cheia de pensamentos. Eu não conseguia parar de pensar no Miguel e na sua falecida esposa, Elisabeth. Imaginava como eles deveriam ter sido felizes juntos, como construíram aquela casa com tanto amor, compartilharam sonhos e tiveram uma filha maravilhosa. Tudo parecia tão perfeito e, ao mesmo tempo, tão distante da minha própria realidade. Será que algum dia eu encontraria alguém que me amasse assim? Como o Miguel amava a esposa.

Ayara já tinha caído em um sono profundo. Então, eu decidi me levantar, ir até a cozinha da casa beber água e comer alguma coisa para que o sono viesse. Saí do quarto de fininho, abri a porta sem fazer barulho e desci as escadas que davam acesso ao primeiro andar.

Com a chegada da noite, a casa estava em uma escuridão total, exceto pelo pequeno caminho de luzes instaladas pelos corredores. Era luz suficiente para que eu conseguisse enxergar os degraus da escada sem tropeçar neles. E, quando cheguei na cozinha, percebi que a porta de acesso à área de lazer estava aberta, deixando que uma brisa fria entrasse.

De imediato, pensei que alguém havia esquecido a porta aberta, e rapidamente me aproximei para fechá-la, mas quando toquei na maçaneta, vi que o Miguel estava do lado de fora, deitado em uma espreguiçadeira na beira da piscina olhando para o céu, usando um short de algum tecido fino e um casaco de capuz, enquanto segurava uma taça de vinho tinto. Quando o vi, pensei em dar meia-volta e voltar para dentro. Não queria parecer uma intrometida andando pela sua casa livremente àquela hora. E, quando eu me movi para sair dali e voltar para o quarto, meu coração acelerou quando percebi que ele havia virado a cabeça e me visto. Congelei feito uma idiota sem jeito, sem saber o que fazer ou como agir. Mas, para a minha surpresa, ele abriu um sorriso relaxado que me deixou mais calma.

— Não conseguiu dormir? — Ele perguntou, com a voz rouca.

Eu me expus ao ambiente externo, deixando que a brisa fria acariciasse o meu rosto e jogasse os meus cabelos para trás, causando arrepios na minha pele. Apesar da temperatura estar um pouco baixa, o céu estava deslumbrante em um tom de azul marinho, salpicado de estrelas cintilantes. Caminhei em direção a ele e me sentei na espreguiçadeira ao seu lado, sentindo um formigamento no estômago ao ficar tão próxima dele.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora