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— Palhaçada! — resmunguei, vendo Sebastian ir atrás da Ayara.

— Se não concorda, então, por que deixou eles namorarem? — Bárbara me perguntou, com um tom de voz irritado.

Olhei para ela e vi sua expressão dura, quase revoltada, estava brava comigo e eu precisava resolver aquilo de uma vez por todas.

— Porque eu não sou o pai dela, não biologicamente — respondi, com um suspiro.

— Mentiroso! Só aceitou porque estava com o rabo preso comigo — ela resmungou, indo em direção à pia onde havia colocado a vasilha de gelo que pegou para ajudar o Sebastian.

Fiquei olhando sua silhueta pelas costas, ela usava uma camisola de seda com um decote bonito que a deixava mais madura e sensual. Meu corpo se animou imediatamente. Me aproximei e segurei sua cintura, pressionando meu corpo contra o seu. Ela se enrijeceu, mas não me empurrou. Abaixei meus lábios até seu ouvido e sussurrei:

— Tem alguém aqui que está sendo impulsiva, não acha?

Ela negou com a cabeça e se afastou, indo para perto da ilha onde havia algumas frutas sobre a bancada. Pegou uma maçã e mordeu com força, me olhando com se fosse me queimar vivo.

— Impulsiva? Eu? Será que alguém aqui não me deu motivos para agir assim? — retrucou, mastigando com ruído.

— Não. Eu não dei! E vou explicar tudo, mas preciso que me escute e pare de fugir, ou me ignorar. Será que dá para me desbloquear no WhatsApp? — eu disse, seguindo-a.

Ela foi em direção à geladeira e pegou dois refrigerantes à base de cafeína, me entregou um e abriu o outro, tomando um gole.

— Eu não bebo isso — eu disse, recusando o refrigerante.

— É melhor beber. Se quiser ter essa conversa, é melhor nos mantermos bem acordados porque já está tarde, eu estou muito cansada — ela disse, com ironia.

Nos sentamos na ilha, ela abriu a latinha de refrigerante e abaixou a cabeça. Eu vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Ela estava magoada, e eu sabia que era culpa minha. Eu precisava reconquistar a sua confiança novamente.

— Amor, desculpe — eu disse, vendo-a levantar os olhos em minha direção. Aquela foi a primeira vez que eu a chamei de amor, e eu vi um brilho de surpresa e esperança em seu olhar. — Eu não queria passar uma impressão ruim, quando levei Patrícia para almoçar e te deixei no banheiro do escritório. Você sabe que a Patrícia é amiga da sua mãe, eu não queria que ela falasse alguma coisa que pudesse nos colocar em evidência. E o beijo, bem... foi ela quem me beijou, eu juro. Um raio pode cair na minha cabeça se eu estiver mentindo — me expliquei, com sinceridade.

— Cuidado, hein... — ela disse, dando uma golada no seu refrigerante. — Está chovendo.

Eu abri um sorriso, tentando quebrar o gelo.

— Meu amor. Você sabe que eu quero ficar com você e não com ela — me aproximei. Ela recuou um pouco, mas não me rejeitou completamente.

— Eu sei, Miguel, mas não se trata apenas disso. Eu sei que você ainda ama a Elisabeth e até que você entenda que ela não vai mais poder estar presente na sua vida além de sua memória, nenhuma mulher vai poder se deitar na sua cama como ela se deitou um dia. E ainda tem a Patrícia que todos sabem que sempre foi apaixonada por você. E eu andei pensando, não quero competir com isso, se realmente gosta de mim, preciso estar segura de alguma forma — sua voz saiu um pouco triste e melancólica e ela tinha razão, eu precisava deixá-la segura de alguma forma.

— Eu sei, mas não deveria se preocupar com a Patrícia porque ela não tem chances comigo. E eu também andei pensando muito — fiz uma pausa e molhei os lábios. — Bárbara, eu não sou como o Sebastian, livre e desprendido. Eu sou pai, tenho uma filha e sou viúvo. Ao entrar na minha vida, você vai estar no meio disso tudo, e às vezes eu não acho justo, porque você é muito jovem e tem um futuro brilhante inteiro pela frente — eu disse, com honestidade.

— Mas eu abriria mão de todo um futuro brilhante, só para ficar com você, Miguel, mas parece você ainda não entendeu isso — ela disse, me surpreendendo.

Ela me olhou nos olhos, e eu vi o quanto ela me amava. Ela estava disposta a sacrificar tudo por mim, e eu me senti tocado por sua generosidade.

— Eu sei! — respondi, levando em consideração o tamanho do seu amor por mim. — É por isso que eu decidi uma coisa, mas preciso de sua ajuda — peguei a sua mão, e me olhou, curiosa.

— O que é? — ela perguntou, sua voz soando suave e carinhosa.

— Quero me desfazer das coisas da Elisabeth e reformar aquele closet, colocar tudo em uma caixa e doar e depois, conforme as coisas forem evoluindo entre nós, eu pretendo conversar com seus pais para formalizarmos a nossa situação. O que você acha? — eu disse, esperando sua reação.

Eu queria fazer isso para mostrar a ela que eu estava pronto para seguir em frente, e que ela era a minha escolha.

Bárbara olhou para a latinha de refrigerante em sua mão, pensativa. Parecia surpresa, mas também aliviada. Ela sabia o quanto aquilo significava para mim, e para nós.

— Não quero que faça nada por obrigação, ou por... — ela começou a dizer, mas eu a silenciei, tomando seus lábios em um beijo cheio de carinho e saudade, sentindo o gosto do refrigerante de café e do tamanho do seu amor por mim.

— Senti tanta falta dos seus lábios — sussurrei, ao me afastar um pouco e acariciar seus lábios.

Fiquei olhando seu rosto pálido com as bochechas levemente coradas e seus olhos bonitos brilhantes, cheios de amor e carinho. Eu senti algo dentro de mim naquele momento. Aquela garota era a luz de que eu precisava na minha vida. Só não entendia como eu nunca a havia notado antes, já que estava tão perto.

— Eu também — ela confessou, voltando a me beijar, segurando meu rosto com carinho.

Nós nos entregamos a um beijo gostoso, cheio de sentimentos, sentindo o calor dos nossos corpos e o gosto dos nossos lábios. Era como se o tempo parasse, e só existíssemos nós dois. Nada mais importava, só o nosso amor.

Ficamos ali por um tempo trocando beijos e carinhos, nos esquecendo completamente do mundo lá fora. Até que ouvimos a voz da Ayara dentro da cozinha, nos interrompendo.

— Miguel? Bárbara? Que merda é essa?

Nós nos assustamos, e nos separamos rapidamente. Olhamos para a porta da cozinha, e vimos Ayara parada, com uma expressão de choque e raiva.

Era só o que me faltava!

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora