Ayara Arantes, herdeira de um vasto império, é obrigada a deixar seu país para viver sob a tutela de Miguel, um homem fechado e austero devido ao luto que carrega. A convivência entre eles é tensa até que Ayara começa a receber aulas particulares de...
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Alguns dias se passaram desde que tive aquela conversa com Bárbara. Não sei por que motivos, mas de vez em quando me pegava pensando nela e na nossa conversa; ela parecia tão infeliz com a vida que tinha. Eu sabia que César e Cecília eram rigorosos com ela, mas só não sabia que isso a magoava tanto. Gostava de conversar com ela, porque apesar da idade, ela tinha uma mente madura, e parecia compreender melhor a vida do que Ayara, que... desde que começou a frequentar a tal "reunião de estudos" na faculdade, andava com sorrisos e cantorias pela casa como se tivesse visto um passarinho azul cantar na sua janela pela manhã.
Quando perguntei ao Pedro, o meu motorista, onde ela estava indo, ele me afirmou que estava deixando ela na faculdade, mas eu ainda tinha as minhas dúvidas. Esperava que realmente ela não estivesse mentindo para mim, inventando mais uma de suas histórias, para ir se encontrar com um carinha qualquer que só colocaria mais vento naquela cabeça oca e tiraria seu foco dos estudos.
O dia mal tinha começado, e eu estava me sentando na minha cadeira do meu escritório de advocacia, com a gravata do terno frouxa, sem o paletó afundado em trabalho, enquanto pensava em tudo isso.
Mal percebi quando Juliana, minha secretária, bateu na porta e entrou na sala. Ela estava com uma expressão nervosa, como se tivesse algo urgente para me dizer. Levantei os olhos em sua direção, tentando voltar à realidade.
— O que houve, Juliana? — Perguntei, ainda meio distraído.
— Senhor... — ela hesitou um pouco, talvez pelo fato de eu ter dado ordens de não ser incomodado naquele momento, porque tinha muito trabalho — há um homem do lado de fora que gostaria de falar com o senhor. Ele insiste muito!
Soltei um suspiro resignado.
Não queria lidar com ninguém naquele momento, mas supus que fosse algo importante.
— Quem é? — Perguntei já massageado as temporãs.
— Ele disse que se chama Sebastian Miller. Expliquei que o senhor estava ocupado e só recebe visitas com hora marcada, mas ele garantiu que era importante e que o senhor o atenderia imediatamente. Ele disse que é professor da faculdade onde a sua filha estuda.
Abri um leve sorriso, sentindo uma ponta de alegria por receber uma visita do meu amigo, e também de orgulho por saber que as pessoas levavam a sério quando eu dizia que Ayara era como uma filha para mim.
— É um grande amigo, Juliana. Mande-o entrar — eu disse para a minha secretária, que me olhava com curiosidade.
Ela confirmou com a cabeça e se retirou da sala. Minutos depois, meu amigo entrou. Ele estava com uma aparência elegante, vestindo uma calça cinza e uma camisa social branca por dentro das calças.
— Como vai, meu amigo? — Perguntou ele, com uma voz calorosa.
Me levantei e nos cumprimentamos com um abraço forte.
