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Assim que terminamos o café da manhã, Ayara foi para a sala assistir desenho com Ana Clara, e eu fiquei organizando a bagunça da cozinha. Não estava me sentindo bem com o que havia acontecido entre Bárbara e eu no meu carro, mas também não podia negar que gostei do que aconteceu. Foi um beijo intenso, cheio de desejo e paixão, que me fez perder a razão por alguns instantes e acabamos fazendo sexo louco e irresponsável dentro daquele carro.

Queria continuar explorando as possibilidades com ela, mas queria que fosse de modo responsável. Sabia que Bárbara me amava, e era uma garota legal, sensível e carente, que precisava de alguém que fosse honesto com ela. Eu não queria decepcioná-la. Eu também gostava dela, mas não sabia se estava pronto para assumir um compromisso sério.

Quando terminei de lavar a louça e arrumar toda a bagunça da cozinha, mandei uma mensagem para Bárbara, dizendo que estava com saudades e que queria vê-la. Pretendia levar Ana Clara ao cinema e aproveitei para convidá-la.

A ideia era aproveitar o momento para conversar com ela, acertar alguns pontos e fazê-la entender a gravidade da situação do nosso envolvimento. Não queria que Bárbara pensasse que eu estava brincando com seus sentimentos, mas também não queria que ela criasse falsas expectativas. Pretendia ser sincero com ela e comigo mesmo. Queria saber o que ela esperava de mim e o que eu podia oferecer a ela. Queria resolver as coisas entre nós antes que alguma confusão se armasse.

Horas depois, eu estava pronto, me olhando na frente do espelho do meu quarto. Estava usando uma camisa polo branca com listras no peito e uma calça jeans básica, além de tênis. Coloquei meu relógio de pulso, peguei minha carteira e minha chave do carro e saí do quarto. Caminhei em direção ao quarto de Ana Clara, onde Ayara estava arrumando a menina para sair.

Bati suavemente na porta, sem querer atrapalhar o momento das duas.

— Eu já estou pronto — disse com uma voz animada.

Ayara abriu a porta, segurando a mão de Ana Clara, que pulava de alegria. Minha filha estava toda pomposa, usando um vestido lilás com babadinho que combinava com seus olhos. Por cima, havia um casaquinho branco felpudo, que a deixava quentinha e fofa. Uma fita no cabelo, da mesma cor do vestido, enfeitava seus cabelos. E sapatilhas brancas, com um lacinho na ponta. Ela parecia uma princesinha, e eu fiquei encantado com sua beleza.

— Papai, eu estou pronta — ela disse, soltando-se das mãos da Ayara e pegando a minha mão.

Estava ansiosa para ir ao cinema comigo.

— Você está linda, filha! — elogiei, sorrindo e me agachei para abraçá-la, e ela retribuiu com carinho.

Olhei para Ayara, que estava parada na porta, me observando com um sorriso discreto.

— Tem certeza de que vai ficar bem sozinha em casa? — perguntei, com um tom de voz gentil.

Quando citei que ia precisar sair, ela ficou toda animada, dizendo que aproveitaria a oportunidade para estudar. Mas eu sabia que era mentira. Eu via o brilho nos seus olhos, o sorriso que de vez em quando ela mantinha nos seus lábios quando olhava para a tela do celular. Assim que eu virasse as costas, ela ia se arrumar e sair de casa para ir se encontrar com alguém, como andava fazendo às custas de dizer que estava fazendo parte de um grupo de estudos.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora