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Mal consegui pegar no sono na noite passada, atormentado pelos acontecimentos recentes. A visão de Bárbara naquele estado mexeu comigo, e eu tinha certeza de que ela enfrentava algo difícil. Contudo, minha noite não foi perturbada apenas por esses pensamentos. O rosto dela, na minha sala, exibindo seios que pareciam um convite irresistível, não saía da minha mente.

Eu me sentia um cretino pelo desejo que crescia em mim cada vez que pensava nisso. Até mesmo ao me aliviar no banho, o pensamento quase desenfreado por aquela garota persistia. Era como se meu corpo e mente estivessem em guerra, e só ao lembrar dela meu corpo reagia, tornando tudo mais complicado.

Felipe talvez estivesse certo; eu precisava de algo mais do que masturbação e pornografia. Já estava pronto para o trabalho, vestindo o meu terno azul marinho e a minha gravata cinza, cansado desses pensamentos incessantes, decidi procurar Ayara. Precisava saber se ela tinha alguma ideia do que estava acontecendo com a amiga.

Bati suavemente na porta do seu quarto, esperando uma resposta. Ouvi sua voz sonolenta me chamando para entrar. Empurrei a porta lentamente e a encontrei deitada na cama, encolhida em posição fetal, abraçando sua almofada vermelha em formato de coração. Ela ainda estava vestindo o pijama, com a calça e o casaco. Seu cabelo estava bagunçado, e seus olhos inchados. Ela parecia cansada e triste.

— Bom dia! — Me aproximei da cama.

— Bom dia. O que foi? — Levantou os olhos em minha direção desconfiada, sabendo que raramente eu a procurava em seu quarto.

— Você está bem?

Ela fez uma expressão dramática, abraçando a barriga.

— Não, vou para a faculdade hoje! Estou com dor de barriga — forçou uma expressão de dor.

Julgando pela aparência que ela tinha chegado em casa na noite anterior, tinha certeza de que ela tinha se metido em alguma confusão.

— Ayara — falei com suavidade, me sentando na beirada da cama e olhando em seus olhos. — Você não precisa mentir para mim. Sei que há algo mais. Não está sentindo dor. Você não é mais criança para mentir e fugir de seus compromissos alegando dor de barriga. Na verdade, é uma desculpa bem ridícula para uma menina da sua idade.

Ela desviou o olhar por um momento, mas logo voltou a me encarar. Havia tristeza e angústia em seus olhos.

— Mas eu não estou mentindo, Miguel. Estou com muita dor... Aí... Aí... Aí! — Voltou a apertar a barriga, usando um tom de voz dramático.

— Não importa em que encrenca você se meteu, não pode ficar evitando a vida inteira. Em algum momento, terá que encarar os problemas de frente.

Ela desviou o olhar para as janelas, franzindo a sobrancelha e ficando pensativa. Depois voltou a olhar para mim.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora