Ayara Arantes, herdeira de um vasto império, é obrigada a deixar seu país para viver sob a tutela de Miguel, um homem fechado e austero devido ao luto que carrega. A convivência entre eles é tensa até que Ayara começa a receber aulas particulares de...
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Eu ainda mantinha um sorriso no rosto quando me despedi do Derek na recepção. Ele tinha acabado de me elogiar e me convidar para um passeio em seu iate, e eu tinha ficado lisonjeada. Minha nossa! O cara era um gato, educado, elegante e tinha me notado.
— Vamos, Ayara — ouvi a voz do Sebastian atrás de mim, me tirando do meu devaneio. Ele colocou a mão nas minhas costas e me conduziu para dentro do escritório. Parecia irritado e um pouco enciumado.
Assim que entramos no escritório, notei que Sabrina estava sentada na cadeira de frente para a mesa, nos observando em silêncio.
— Você está proibida de conversar com esse idiota — Sebastian disse, irritado, assim que fechou a porta. — Ele é um abusado, quero ele bem longe de você!
— Desculpe, Sebastian, eu não sabia que você ia ficar tão irritado assim — me defendi, com inocência. — Ele só disse que eu era bonita e que, se eu quisesse, ele me levaria para dar um passeio em seu iate.
Sebastian me olhou com uma feição que transbordava ciúme.
— Desculpem... — Sabrina interrompeu, levantando-se da cadeira e se aproximando de nós. — Estou um pouco perdida no assunto, o que houve?
— Aquele idiota do Derek estava aqui dando em cima da Ayara — Sebastian respondeu, irritado. — Ele teve a audácia de convidá-la para um passeio em seu iate, na minha frente!
— O Derek?
— Sim. Aquele idiota estava aqui, veio trazer as propostas de compra das ações — Sebastian explicou, ainda irritado.
— E por que a sua aluna não pode conversar com outros homens? Que pensamento machista é esse, Sebastian? — Sabrina perguntou, provocando o irmão.
Em resposta, ele se aproximou de mim e envolveu seu braço na minha cintura, me puxando para perto dele. Me olhou ainda enciumado, mas com carinho, sua voz soando mais calma.
— Porque ela não é apenas a minha aluna, agora ela é a minha namorada — ele disse, alto e claro, olhando nos meus olhos.
Namorada? Namorada? Então nós tínhamos um status. Eu era a namorada dele! Senti uma onda de felicidade me invadir, como se rojões estivessem explodindo no meu peito, e abri um sorriso largo. Eu o abracei, sentindo seu calor e seu perfume.
Sabrina abriu a boca, sem deixar sair som, como se estivesse chocada, mas radiante com a notícia. Colocou as mãos na boca e seus olhos brilharam.
— Não acredito! Então vocês... — ela começou a dizer, mas foi interrompida pelo irmão.
— Sim, Sabrina. Ayara e eu estamos juntos, e estamos namorando em segredo. Mas agora quero que todo mundo saiba — ele disse com uma voz firme e apaixonada.
Ela bateu palmas como uma criança, correu até nós e nos abraçou.
— Que notícia maravilhosa, irmão! Estou tão feliz por vocês! — ela disse, animada. — Seja bem-vinda à família Miller, Queridinha!
— Obrigada, Sabrina — eu disse sorrindo.
— Bem, agora vou deixá-los a sós, acredito que tenham muito a conversar — ela disse retirando-se da sala com um sorriso radiante no rosto.
Ela estava tão feliz que mal conseguia se conter, e fiquei surpresa e feliz com a forma como fui recepcionada na família.
Quando me vi a sós com Sebastian, ele me beijou de uma forma que me fez sentir borboletas no estômago. Ele me abraçou com força e me conduziu até o sofá, onde nos sentamos um ao lado do outro, ainda de mãos dadas.
— Então quer dizer que somos namorados? — perguntei, jogando charme e olhando nos olhos verdes dele, fixos em mim.
Ele riu e voltou a me beijar, depositando beijos suaves no meu pescoço e deslizando a mão pelas minhas pernas até alcançar a minha coxa, onde ele manteve a mão, sem avançar. Meu corpo todo estremeceu. Eu já havia ido ao ginecologista com a minha amiga e providenciado tudo para darmos continuidade àqueles momentos íntimos que eu ansiava tanto.
— Sim. E é sobre isso que quero conversar com você. Decidi que vou até o Miguel pedir formalmente para namorar com você — disse ele com uma voz firme e determinada, olhando nos meus olhos.
Eu me levantei do sofá, sentindo um frio na barriga. Olhei para as janelas, que estavam fechadas com os vidros à mostra. E se o Miguel não permitisse o nosso namoro? Eu morreria se fosse proibida de ficar com ele, o homem que eu amava mais do que tudo.
— Eu acho melhor não — disse, tentando esconder o meu medo. — E se o Miguel ficar bravo e não aceitar?
— Eu sei que existe uma grande possibilidade de isso acontecer — ele também se levantou, se posicionou atrás de mim e colocou as mãos nos meus ombros, fazendo uma leve pressão. Senti o seu calor e o seu perfume me envolvendo, e o peso de suas mãos nos meus ombros era perfeito. — Mas é o correto a se fazer. Eu não tenho idade para namorar escondido, e o Miguel é meu amigo. Seria pior se ele descobrisse por conta própria ou por terceiros.
— E você ainda é meu professor, o que as pessoas vão dizer? Isso vai ser muito complicado para nós dois — voltei a questioná-lo, olhando para o seu rosto através do reflexo da janela. Ele tinha uma expressão séria e determinada.
— Eu já pensei em tudo. Vou deixar de dar aulas na faculdade.
O quê? Ele abandonaria seu emprego por mim? Senti um nó na garganta e uma mistura de emoções: gratidão, medo, culpa, amor.
— Eu me sentiria péssima, Sebastian. Não quero causar tumulto na sua vida — tentei me soltar do seu abraço.
— E não vai! — disse ele, me pegando pela cintura e virando meu corpo em sua direção. Seus olhos verdes me fitaram com intensidade. — Não estou fazendo isso apenas por você, mas também porque estamos passando por problemas aqui na empresa e eu preciso dedicar mais tempo. Então pensei em unificar tudo isso para ficarmos juntos sem nenhum impedimento. Dar aulas é só um hobby que tenho mantido para me manter ocupado, não vai ser nenhum sacrifício.
Assenti, preocupada. Gostava da ideia de tê-lo ao meu lado, mas não gostava da ideia de vê-lo renunciar ao que gostava por mim. Ele era um ótimo professor, apaixonado pelo que fazia. Será que ele não se arrependeria depois?
— E se você se arrepender depois? — perguntei, olhando em seus olhos com receio. Ele era capaz de largar tudo por mim, mas eu não sabia se isso era justo ou certo.
Ele colou seus lábios nos meus, me calando com um beijo ardente. Senti o seu desejo e o seu amor me invadindo. Ele se afastou um pouco e sorriu.
— Não quero pensar nisso — disse, afagando meu rosto com delicadeza. — Só quero pensar em você, em nós. Você é a melhor coisa que me aconteceu desde que a minha noiva me deixou por outro, e eu não vou deixar você escapar.
Fechei os olhos, sentindo seu calor e sua aproximação, e me senti calma e segura. Ele me abraçou forte, me fazendo sentir o seu coração batendo. Talvez aquele realmente fosse o momento de enfrentar o Miguel e descobrir o que seria de nós. Talvez ele fosse compreensivo e nos desse sua bênção. Talvez ele odiasse o Sebastian e acabasse com sua amizade com ele, e me colocaria de castigo. Mas eu sabia que, qualquer que fosse o resultado, eu não poderia viver sem o Sebastian. Ele era o meu amor, minha paixão, meu destino.
