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Como ele pode fazer isso comigo? Pensei, soluçando de raiva e dor enquanto entrava no carro às pressas e implorava a Pedro para me tirar dali. Ele perguntou se estava tudo bem, e eu disse que sim, que precisava ficar sozinha um pouco. Eu estava com o coração partido, arrasado, destroçado. Como o Sebastian teve a coragem de me trair assim, depois de tudo o que fiz por ele? Depois de todas as juras de amor que ele me fez? Depois de todos os planos que fizemos juntos?

O Miguel tinha razão, ele era um canalha, um mentiroso, um safado! E eu era uma idiota, uma tola, cega por não considerar a possibilidade de ele ter um caso secreto com a secretária que era linda, por sinal. Eu odiava ele, eu odiava ela, eu me odiava. Eu queria sumir! Eu queria morrer!

Assim que cheguei em casa, corri para o meu quarto sem olhar para ninguém. Estava chorando inconsolavelmente, como se tivesse perdido uma parte de mim. Me joguei na cama e abracei a minha almofada de coração. Solucei alto, sentindo meu coração em frangalhos, dilacerado pela traição. Também estava torcendo para que o motorista não contasse ao Miguel que voltei para casa sentada no banco de trás do carro, me derramando em lágrimas. Caso contrário, o Miguel iria querer satisfações, e eu teria que contar a verdade. E teria que ouvir o seu "eu te avisei", o seu "eu disse que não estava de acordo", ou o seu "eu vou tirar satisfações com o Sebastian". Eu não queria ouvir nada disso, eu só queria meu amor de volta. Mas ele não me amava, eu começava a pensar que ele só queria brincar comigo.

Depois de passar um tempo chorando, sequei as lágrimas e me levantei da cama. Olhei pela janela do meu quarto e vi que a tarde bonita dava lugar à noite, com um céu escuro e estrelado. Então pensei em me isolar, em fugir de tudo e de todos. Eu só queria ficar sozinha, em algum lugar que não pudesse ser incomodada pelo Sebastian ou pelo Miguel. Então me lembrei da casa de praia do Miguel, que costumávamos visitar nas férias. Era um lugar lindo, paradisíaco, tranquilo e ótimo para refletir.

Saí do quarto e fui até o escritório, onde tinha certeza de que encontraria o Miguel. Bati na porta e logo ele me deu permissão para entrar. Empurrei a porta e a imagem dele sentado na cadeira atrás de sua mesa se revelou, usava o costumeiro terno que usava para trabalhar e mantinha o olhar fixo na tela do celular com as sobrancelhas franzidas. Ele parecia preocupado com alguma coisa, mas eu não me importei. Só queria falar com ele e pedir um favor.

— Miguel — eu disse, me aproximando de sua mesa. — Preciso falar com você.

Ele levantou os olhos em minha direção, como se somente naquele momento tivesse notado minha presença. Olhou para mim com uma expressão de surpresa e curiosidade, e colocou o celular de lado.

— Oi, Ayara. Está tudo bem? — ele perguntou com uma voz calma e paciente.

— Sim — eu menti, me lembrando do que aconteceu. Meus olhos começaram a ficar marejados, mas eu engoli o choro. Não queria que ele me visse chorar, nem que soubesse o que o Sebastian tinha feito comigo. — Vim pedir a você a chave da casa de praia. Queria passar o final de semana lá.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora