Ayara Arantes, herdeira de um vasto império, é obrigada a deixar seu país para viver sob a tutela de Miguel, um homem fechado e austero devido ao luto que carrega. A convivência entre eles é tensa até que Ayara começa a receber aulas particulares de...
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Graças a Deus o episódio do desastre da boate passou. Pensei que o Miguel me colocaria de castigo e temia pelas consequências, mas ele não tocou no assunto e estava agindo normalmente comigo e com a minha amiga. Passamos a manhã de sábado juntas, aproveitamos o sol para tomar banho de piscina, fizemos compras online e pedimos comida de um restaurante italiano para o almoço e conversamos bastante.
Mas depois do almoço, a minha amiga teve que ir embora para casa após receber uma ligação da mãe. E quando ela se despediu para ir embora, peguei o Miguel olhando para ela de uma forma esquisita, como se estivesse interessado nela. E sinceramente eu já não estava entendendo mais nada do que estava acontecendo.
As horas já tinham passado e a tarde tinha caído, eu estava debruçada no guarda-corpo da varanda do meu quarto olhando para a rua, enquanto pensava em como faria para sair para me encontrar com o professor Miller escondido do Miguel. Eu tinha recebido uma mensagem dele mais cedo confirmando a minha ida na sua casa. Eu ansiosa para me encontrar com ele. Não posso mentir, eu tinha uma queda pelo professor Miller desde que ele entrou na sala de aula pela primeira vez na faculdade, mas era só atração física. Ele era bonito, atraente... o meu sonho de consumo! Fiquei surpresa ao saber que ele era amigo do Miguel, o que eu não sabia se era uma bênção ou uma preocupação, agora eu tinha mais alguém que poderia facilmente me dedurar para o Miguel.
Olhei para o relógio e vi que já estava quase na hora marcada com o professor. Eu tinha que me arrumar rápido e inventar uma desculpa para o Miguel, antes de sair de casa. Deixei a varanda e caminhei pelo quarto até alcançar meu closet. Procurei por uma roupa confortável e adequada para uma noite fresca. Escolhi uma blusa branca sem mangas, que realçava as minhas curvas, e uma calça jeans azul de cintura alta, com um cinto marrom fino amarrado na frente. Coloquei um tênis branco e fiz uma maquiagem básica, mas que destacava os meus traços, com sombras em tons pastéis e um batom mate nude. Soltei os cabelos castanhos e peguei a minha bolsa preta, onde coloquei os meus livros, o notebook, minha carteira com documentos, meu celular e o estojo de canetas.
Saí do quarto e fui em direção à porta da frente, tentando não fazer barulho. Enquanto me arrumava, pensei em algo para enrolar o Miguel, bastava torcer para que desse certo. Só precisava convencê-lo de que eu tinha um compromisso importante com um grupo de estudos na faculdade onde íamos discutir os tópicos para a tão sonhada tese, e que voltaria logo. Esperava que ele acreditasse e não fizesse perguntas.
Peguei a bolsa no ombro, saí do quarto e desci as escadas para o primeiro andar. Já sabia onde encontrar o Miguel: na sala, assistindo televisão e coçando o saco. Era sempre assim quando ele estava em casa. Quando entrei no cômodo, ele estava lá, esticado no sofá e literalmente coçando as bolas, olhando fixamente para o telão. Nem percebeu a minha presença, até eu tossir de propósito.
Ele se virou para mim, tirando a mão do saco, e me olhou com uma expressão de surpresa e constrangimento, por ter sido flagrado mais uma vez em uma situação vergonhosa.
