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Assim que cheguei em casa, caminhei em direção ao meu escritório, com o celular no ouvido tentando falar com Bárbara, que não me atendia ou respondia às minhas mensagens. Droga! Tudo estava indo tão bem, só faltava aquilo agora; eu ter que enfrentar uma crise de ciúmes dela, estando juntos há tão pouco tempo.

Adentrei o escritório exausto, deixando-me cair na cadeira e afrouxando a gravata do terno, enquanto refletia sobre Bárbara e sobre o que Ayara andava aprontando. Eu precisava conversar com ela e pressioná-la a me contar se estava ou não namorando; se estivesse, faria ela me apresentar o sujeito. E ainda havia a minha situação com a Bárbara. Eu tinha certeza de que ela ficou brava comigo e precisava me explicar. Antes que pudesse me perder em pensamentos, ouvi batidas na porta.

— Pode entrar — disse, dando permissão para a entrada.

Rosa entrou no escritório, acompanhada da minha filha, que vinha saltitante com sua mochilinha nas costas, usando o uniforme escolar. Seus olhinhos brilhavam com alegria ao me ver, e seus cabelos negros dançavam ao vento enquanto ela corria em minha direção com seus passinhos ágeis.

Ela era minha cópia em miniatura, com os mesmos traços e expressões que eu tinha quando criança. Ao se aproximar, abriu os braços, revelando um sorriso contagiante, pronto para me envolver em um abraço caloroso. Toda a exaustão desapareceu em um instante, substituída pela alegria de tê-la comigo.

— Olá, minha princesa! — levantei-me da cadeira com ela aparada em meus braços. — Como foi na escola?

— Papai, hoje brinquei de massinha e fiz você! — ela disse, esticando um bonequinho de massinha malfeito, mas cheio de carinho.

— Ah, que bonito, filha! — Peguei o bonequinho que se desmanchava e coloquei em cima da mesa. — E você se comportou direitinho, como sempre? Obedeceu a professora?

— Sim, papai, me comportei!

Sorri, brincando com seu cabelo, sentindo seu cheirinho de bebê. — Muito bom, meu amor, agora — a coloquei no chão e dei um tapinha carinhoso em suas costas —, por que não vai na cozinha ver o que Marta fez de gostoso para o jantar, hum? Aposto que ela vai ficar muito contente com sua ajuda.

— Tá bom, papai, mas depois você vem brincar comigo, tá? — ela disse, me dando um beijo na bochecha e saindo correndo pela porta.

— Claro, filha, claro — eu disse, vendo-a se afastar, deixando-me sozinho com Rosa.

Assim que nossos olhos perderam a pequena de vista, Rosa se aproximou da mesa.

— Senhor... — disse, seu sorriso se desvanecendo e dando lugar a um olhar sério, como se estivesse prestes a tratar de um assunto delicado. — Eu preciso falar com o senhor sobre algo.

— Por favor, tome assento — sugeri com um aceno em direção à cadeira, e ela se sentou graciosamente. — Qual é o assunto? — indaguei, com uma mistura de curiosidade e apreensão, observando a babá de minha filha. Seus cabelos ruivos naturais emolduravam um rosto pálido pontilhado de sardas, e seus olhos azuis claros brilhavam com uma luz própria. Vestia-se com simplicidade: uma camisa de mangas compridas, jeans e sapatilhas completavam seu visual despretensioso.

Rosa então abriu sua bolsa e retirou de lá uma cartela de anticoncepcional, colocando-a sobre a mesa diante de mim. Meus olhos se fixaram naquele objeto, sem entender do que se tratava.

Voltei a olhar para Rosa, esperando uma explicação.

— Encontrei isso caído no chão do quarto da menina, Ayara — ela disse, com uma voz grave e preocupada.

E, de repente, tudo se encaixou. Agora, compreendia em que tipo de confusão Ayara tinha se metido. Pelo visto, teríamos que ter a mesma conversa que tivemos há algum tempo.

— Obrigado, Rosa. Quando ela chegar, diga para vir ao escritório. Eu vou conversar com ela — eu disse, tentando manter a calma e a compostura.

Ela afastou a cadeira para trás e se levantou.

— Com licença, senhor — ela disse, saindo do escritório e fechando a porta atrás de si.

Eu fiquei ali, olhando para a cartela de anticoncepcional, sentindo uma mistura de sentimentos incompreensíveis. Então era isso, Ayara já havia se tornado uma mulher. Eu precisava saber quem era o rapaz que estava envolvido com ela e o que ele pretendia.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora