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Miguel soltou um suspiro casado e caiu exausto em cima do meu corpo. Tínhamos feito amor longo e intenso. Ele me fez chegar o clímax duas vezes até que finalmente se entregou ao prazer.

— Ah! — ele suspirou retomando o fôlego. — Havia me esquecido como era bom começar o dia desse jeito.

Um sorriso se espalhou pelo meu rosto enquanto acariciava suas costas, nuas e suadas.

Eu havia despertado cedo e resolvi surpreendê-lo em seu quarto para desejar bom dia. Os beijos que trocamos evoluíram naturalmente para esse desfecho de um sexo intenso e apaixonado. Fazer amor com o Miguel era fenomenal. Ele era fogoso, intenso e muito carinhoso.

Ele se deitou na cama macia e me puxou para seu peito quente, deslizando seus dedos suaves pelas minhas costelas até alcançar meus cabelos, onde ele começou a fazer uma deliciosa carícia. Sempre que ele me abraçava, eu sentia uma paz profunda invadir meu coração. Miguel me protegia de todos os males e me fazia sonhar com um futuro feliz, do qual eu nunca queria despertar.

Eu ergui os olhos para o criado mudo e vi a foto de Elisabeth em uma moldura de madeira. Ela era uma mulher de pele alva, cabelos longos e escuros, olhos azuis doces e traços finos. Na foto, ela estava sobre um cavalo, vestindo roupas de fazendeira. Usava botas, calça jeans e uma camisa branca abotoada. Segurava um buquê de rosas e uma medalha no peito, e sorria, radiante de alegria.

— Entendo por que você se apaixonou por ela. Ela era linda — eu comentei, esticando a mão e pegando o porta-retrato.

Virei o rosto na direção de Miguel e ele fitou a foto com nostalgia.

— Ela era mais do que isso. Era gentil, carismática e cheia de vida. Ela era a alma das festas e dos encontros com os amigos. Adorava cavalgar e praticava hipismo. Ela tinha vencido uma competição nesse dia — ele contou com um suspiro.

— Você ainda sente muito a falta dela?

— Ela sempre vai estar no meu coração — ele respondeu.

— E tem certeza de que está pronto para se desapegar das coisas dela? Você não precisa fazer isso por minha causa, eu compreendo. Cada um tem o seu tempo para superar o luto — eu disse com empatia.

— Se eu não fizer isso, vou ficar preso no passado. Eu confesso que estou um pouco exausto disso. Eu a amei demais, mas por mais que eu chore e sofra pela sua partida, ela nunca mais vai voltar — ele disse com um tom triste.

Eu imaginei que ainda fosse doloroso para ele.

Estendi a mão e acariciei a sua barba. Ele fechou os olhos com o toque e eu devolvi o porta-retrato ao seu lugar.

— Tudo tem o seu tempo, meu amor.

Ele abriu os olhos e ficamos nos olhando por um instante, trocando sentimentos com o olhar. Eu o amava tanto, mas ainda não sabia se era o momento de dizer isso.

— Espero que um dia, o nosso amor te cure de todas as cicatrizes — eu disse beijando seus lábios e depois encostei a minha testa na sua. — É cedo para dizer 'te amo'?

Ele sorriu.

— Nunca é cedo para dizer 'te amo', para quem amamos, Bárbara.

Devolvi o sorriso.

— Então... Eu amo você! — eu declarei com afeto.

Ele apenas sorriu e me deu um beijo longo na testa.

— Eu vou tomar um banho, antes que a Ayara acorde e nos pegue assim. Já basta o espetáculo que fez ontem quando nos viu juntos.

— Ela só estava com ciúmes — eu disse me lembrando da nossa conversa, na noite anterior. — Mas acho que ela está mais interessada em outra coisa, no momento. Ela não para de olhar para o anel de compromisso que o Sebastian deu para ela.

— Que anel? — ele perguntou, curioso.

Eu me levantei da cama e comecei a catar as minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão do quarto e olhei para ele.

— Parece que as coisas estão ficando sérias, pelo visto. Ontem o Sebastian a pediu em namoro e deu um anel para ela. Eu achei fofo, embora tenha minhas dúvidas — eu disse passando a calcinha pelas pernas.

Miguel torceu o nariz.

— Nisso eles combinam. O Sebastian é tão impulsivo quanto ela, por isso teve essa ideia absurda de namorar a Ayara. Eu tenho certeza de que isso vai dar problema no futuro, porque ela não tem maturidade para namorar um cara como ele.

Eu suspirei, preocupada.

— Bem... Eu também me preocupo. Porque eu acho que ele não gosta dela de verdade, pelo menos não de forma romântica, ao contrário disso, ela é louca por ele.

— É por isso mesmo. Eu soube que a Paola, a ex-noiva dele, vai voltar para o Brasil em algumas semanas. Ela vem a trabalho, mas é óbvio que vai tentar reatar com ele. Ela sempre foi assim, caprichosa, trata o Sebastian como se fosse um objeto. Eu nunca achei o relacionamento deles saudável. Pelo menos não para ele.

— Você acha que ele largaria a Ayara para voltar com ela? — eu perguntei, apreensiva.

— Eu não duvido nada. Por isso eu deixei bem claro para ele na conversa que tivemos, que se ele ousar tirar a virgindade dela, eu vou fazê-lo se casar com ela. E se ele a magoar, eu vou tomar providências, mesmo que isso custe a nossa amizade.

— Você falou isso para ele? — eu perguntei perplexa enquanto começava a colocar a camisola.

— Sim, porque eu sei que se ela se entregar para o Sebastian e ele a abandonar por algum motivo, vai ser mais um trauma na vida dela. Ayara é uma menina ainda, precisa aprender a se valorizar e a se amar primeiro. O fato de ela ter sido adotada e ter perdido o pai tão cedo a deixou carente de afeto.

— Mas, Miguel, eu entendo tudo isso, e até concordo em parte — comecei ajeitando a camisola no corpo. — Mas, falar para o Sebastian que você o forçaria a se casar com ela é meio ultrapassado, coisa de outro tempo.

— Não me critique, Bárbara. Qualquer homem que se preze faria isso. Eu sei o que estou fazendo. Eu conheço o Sebastian desde que éramos crianças e já vi muitas mulheres passarem pela vida dele, mas a única que ele realmente levou a sério foi a Paola. Eu tenho certeza de que esse namoro dele com a Ayara não vai durar.

Terminei de me vestir e coloquei as mãos na cintura pensando em tudo.

— Se você acha que é o melhor para ela, então eu apoio. Eu não quero ver a minha amiga sofrendo.

Ele se ergueu da cama e veio até mim, ainda estava nu. Seu corpo era tão grande e lindo que parecia uma escultura grega, claro com um superpênis. Me deu um beijo carinhoso e saboroso. Depois, seguiu para o banheiro, mas antes de fechar a porta, lançou-me um olhar acompanhado de um sorriso torto safado que me deixou louca.

— Te espero lá embaixo — e piscou um olho para mim.

Eu sorri, mas por dentro estava angustiada pela minha amiga. Eu temia que ela sofresse com aquele namoro e torcia para que o Sebastian fosse honrado e não a trocasse pela ex-noiva quando ela voltasse. Ayara o amava e merecia ter o seu amor correspondido e respeitado.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora