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Eu estava deitada na cama, vestindo apenas um baby doll de renda preta, abraçando uma pelúcia em forma de coração que o Miguel me deu no meu aniversário

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Eu estava deitada na cama, vestindo apenas um baby doll de renda preta, abraçando uma pelúcia em forma de coração que o Miguel me deu no meu aniversário. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto eu pensava na discussão que tive com ele mais cedo. Ele nunca me entendia e estava sempre me tratando como se fosse um problema.

Com um suspiro, eu me sentei na cama, enxugando as lágrimas com as costas da mão, e respondi sem ânimo.

— Pode entrar!

A porta se abriu e revelou Marta, a empregada do Miguel. Ela era uma senhora magra, de cabelos grisalhos presos em um coque, olhos castanhos e pele marcada pelo tempo. Usava um vestido florido fechado com babadinhos nas pontas. Ela era a responsável por cuidar da casa, fazer o nosso jantar e manter tudo em ordem. Ela também era uma pessoa muito gentil e maternal, e sempre me tratava com carinho e paciência, mesmo que o Miguel fosse um grosso comigo.

Ela era uma mulher simples, mas muito sábia e bondosa. Ela era a única que me ouvia quando eu precisava desabafar e parecia me entender. Ela entrou no quarto, carregando uma bandeja com o meu jantar. Havia um prato com arroz, legumes cozidos e um filé de frango grelhado.

Ela sorriu para mim.

— Querida, com licença. Como você não desceu para comer, eu trouxe o seu jantar. — Ela se aproximou da cama e colocou a bandeja sobre o criado-mudo. Em seguida, sentou-se ao meu lado e me olhou com preocupação. — O que aconteceu, minha menina? — Ela perguntou, notando o meu estado. — Você brigou com o senhor Miguel de novo?

— Não, Marta, não estou chateada só por causa dele. — Eu confessei, limpando os olhos novamente. — É que eu estou com notas baixas na faculdade e se o Miguel descobrir, ele vai ficar uma fera comigo. E aí ele nunca mais vai me tirar do castigo e eu nunca vou poder ir embora dessa maldita casa!

— Ah, minha menina. — Ela passou a mão pelo meu cabelo, com carinho maternal. — Não chore. Eu tenho certeza de que ele só quer o seu bem. Ele é um homem bom, mas tem um temperamento difícil. Ele te ama, eu sei que sim.

— Como você pode dizer isso, Marta? Ele só quer controlar a minha vida! Ele não me deixa sair, não me deixa ver os meus amigos, não me deixa estudar o que eu quero. Ele me trata como uma boneca, uma propriedade dele. — Eu protestei, sentindo uma pontada de raiva.

— Bem... foi ele quem pediu para eu te trazer o jantar. Ele estava com uma expressão triste, foi até a adega, pegou uma garrafa de vinho e foi se trancar no escritório, como ele sempre faz — Ela me contou, baixando a voz.

O Miguel passava a maior parte do tempo isolado no escritório da casa. Depois de colocar a filha dele na cama, ele ia até a adega climatizada, escolhia uma garrafa de vinho e se trancava no escritório. Lá, ele trabalhava em seus projetos ou navegava pela internet, procurando por coisas que eu nem queria imaginar, e incrivelmente seu computador vivia com vírus desses que se consegue entrando em sites pornográficos.

Entre Segredos e Paixões 1 - Raízes do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora