Os vilões são realmente os vilões? Izuku se perguntou isso desde sua vigésima volta. Agora ele tinha certeza de uma coisa: se o importante era o fim, o caos do processo era necessário
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Dabi estava sentado no sofá do apartamento de Izuku, observando o ambiente ao seu redor. A decoração era simples, mas cada objeto parecia cuidadosamente escolhido, refletindo a personalidade meticulosa de Izuku. Dabi sabia que qualquer dano ao apartamento deixaria Izuku furioso, e ele não estava disposto a lidar com as consequências.
Era por isso que, seu lado, Utsushimi estava apenas desmaiada. Ele foi forçado a nocauteá-la quando ela apareceu inesperadamente, interrompendo seus planos de conversar com Izuku. Dabi suspirou, observando a figura inconsciente com uma mistura de frustração e arrependimento. Ele não queria causar mais problemas do que o necessário – Deus sabe o que Izuku faria -, mas também não podia deixar que ela interferisse.
Enquanto esperava, Dabi deixou que suas memórias o inundassem. Ele se lembrou de sua infância, quando ainda era Touya Todoroki, o filho mais velho de Endeavor. Seu pai o treinava implacavelmente, empurrando-o além de seus limites em uma tentativa desesperada de criar o herói perfeito. A dor das queimaduras e a pressão de expectativas impossíveis ainda estavam gravadas em sua mente.
"Você será mais forte que All Might, Touya."
As palavras de Endeavor ecoavam em sua mente como uma maldição. Touya não conseguiu suportar. O treinamento intenso, as exigências inumanas, tudo levou a um desastre inevitável. Suas chamas, mais intensas do que ele podia controlar, quase o consumiram vivo. Quando todos pensaram que ele estava morto, ele renasceu como Dabi, suas cicatrizes uma lembrança constante do ódio que sentia.
E agora Endeavor havia se tornado o herói número um, mas para Dabi, ele sempre seria o monstro que destruiu sua infância. Cada ato de vilania que ele cometia, cada chama que ele acendia, era uma mensagem direta a seu pai.
— Ele acha que pode redimir-se? — Murmurou Dabi para si mesmo — Nunca. Ele nunca será perdoado.
Dabi sabia que sua cruzada contra Endeavor não era apenas uma busca por vingança pessoal. Ele queria expor a hipocrisia dos heróis, mostrar ao mundo que aqueles que deveriam proteger os inocentes eram muitas vezes os maiores culpados. E não importava que Endeavor parecesse estar um pouco mais humano, não importava que ele estivesse ganhando cada vez mais reconhecimento bom por estar próximo a Deku, ele sempre seria o monstro da vida de Touya.
A Liga dos Vilões lhe deu uma nova finalidade. Com Shigaraki e os outros, ele encontrou um grupo de indivíduos que, como ele, tinham sido abandonados e traídos pela sociedade. Juntos, eles eram uma força implacável, um fogo que consumia tudo em seu caminho. Mas mesmo dentro da Liga, Dabi era uma figura solitária. Ele não confiava totalmente em ninguém, principalmente em Shigaraki. Seu objetivo era claro: destruir Endeavor e, se possível, derrubar todo o sistema de heróis que ele tanto desprezava. E não importava o quão alinhados ele e Tomura estavam, para o albino ele e os outros eram peças descartáveis e sem relevância.
Era, sinceramente, decepcionante. Dabi esperava muito quando entrou na LOV, mas eles tinham um líder infantil e burro. Isso se pudessem chamar Tomura de líder, porque para Dabi estava claro que ele era apenas a marionete de AFO e Narrador, tendo uma falsa liberdade – e mesmo assim não aproveitava como devia.
Dabi sabia que, mesmo com suas alianças, ele tinha seus próprios objetivos. Quando chegasse a hora, faria o que fosse necessário, não importando quem estivesse no caminho. Apesar de sua determinação, Dabi não podia ignorar a dor que ainda carregava. Havia noites em que as lembranças de sua família, de seus irmãos e de sua mãe, invadiam seus pensamentos, trazendo um sofrimento que ele tentava sufocar com ódio.
— Eles me esqueceram. Eles seguiram em frente sem mim — Sussurrou, sentindo uma pontada de tristeza — Mas não importa. Eu vou queimar tudo, e eles vão saber que Touya ainda está aqui.
Dabi sabia que sua vida era uma espiral de destruição, uma chama que eventualmente o consumiria por completo. Mas enquanto tivesse força, ele continuaria, determinado a levar seu pai e o sistema de heróis para o inferno com ele.
Dabi pensou em Izuku Midoriya, o jovem herói que parecia estar no centro de tudo. Desde o início, ele observou Izuku com interesse. Havia algo diferente nele, algo que o separava dos outros heróis. Izuku não era apenas forte; ele era inteligente, determinado e incrivelmente resiliente. Mas Dabi sabia que havia mais. Ele conhecia Izuku como realmente era: um lobo em pele de cordeiro. Izuku se mostrava ao mundo como o herói perfeito, mas Dabi sabia que ele era cruel, manipulador e inescrupuloso. Era o verdadeiro vilão que movia as peças nos bastidores junto a AFO.
Dabi se lembrou da primeira vez que percebeu a verdadeira natureza de Izuku. Foi durante um confronto com um grupo de vilões menores que estavam ameaçando civis. Izuku, que ele conhecia apenas como o Narrador até então, apareceu aparentemente para ajudar. No entanto, Dabi viu a frieza nos olhos de Izuku enquanto ele calculava cada movimento, manipulando a situação para maximizar o sofrimento dos vilões antes de finalmente derrotá-los. Não era apenas uma questão de justiça; era uma demonstração de poder e controle.
Em outra ocasião, Izuku lidou com um traidor dentro da Liga dos Vilões – apararentemente o único idiota que Tomura aceitou sozinho -. Ao invés de uma simples punição, ele orquestrou uma série de eventos que levaram o traidor a se incriminar ainda mais, apenas para depois expô-lo de forma humilhante. Dabi assistiu de longe, admirando a precisão e a crueldade de Izuku. Foi nesse momento que ele percebeu que Izuku era um mestre da manipulação, alguém que poderia controlar qualquer situação a seu favor.
— Izuku... — Murmurou Dabi, pensativo — Ele é uma ameaça real para qualquer lado que deseje se opor. Ele manipula todos ao seu redor, usando sua fachada de herói para esconder suas verdadeiras intenções.
Dabi respeitava e temia Izuku ao mesmo tempo. Ele sabia que estar ao lado de Izuku era a única maneira de se manter vivo, porque enfrentá-lo significaria a própria destruição. Izuku não apenas liderava com força; ele fazia isso com uma crueldade calculada que Dabi reconhecia e, em certa medida, admirava.
— Izuku pode ser a chave para derrubar a HPSC e mudar a sociedade heroica. Mas ele fará isso às suas próprias condições. Ele destruirá qualquer um que fique em seu caminho.
Dabi acendeu uma chama na ponta de seus dedos, observando-a dançar. Para ele, o fogo era mais do que uma arma; era uma extensão de sua própria alma, uma manifestação de sua dor e raiva.
— Eles me verão — Afirmou, fechando o punho e extinguindo a chama — Eles sentirão minhas chamas.
Com um último olhar para Utsushimi, ainda desmaiada, Dabi se levantou e saiu do apartamento de Izuku, tomando cuidado para não causar mais danos ou alertar alguém. Ele sabia que Izuku não gostaria de encontrar Camie assim, mas ele não tinha outra escolha. Um fantasma vingativo, Dabi estava decidido a cumprir sua missão, não importando o custo. Em algum lugar, em meio às suas chamas de destruição, talvez houvesse uma faísca de esperança de que alguém como Izuku pudesse realmente mudar as coisas. Mas até lá, Dabi continuaria sua cruzada de vingança e fúria, sempre ciente de que o verdadeiro vilão estava ao seu lado.
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Dabi check.
As perguntas de Dabi para Izuku ainda serão respondidas.