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Estava em um belo e confortável sono quando o celular começou a tocar, e era o meu, porque Enid havia desistido de usar o dela há tempos.

— Atende logo — Ela resmungou com o rosto no meu pescoço.

— Não estou com vontade de fazer isso, cara mia — Estava muito confortável com o corpo da esposa junto de mim, se mexer não estava sendo uma opção.

— Wednesday!

Suspirou quando contra vontade começou a tatear a mesa de cabeceira, abrir o olho acabou sendo tarefa árdua quando pegou o aparelho e viu que ainda era seis da manhã.

— É a cabeça de fósforo.

— Quem diria que virariam tão amigas para ela ter seu número — Ela riu, e eu a olhei com descontentamento — Não tenho medo desses olhares, Addams.

Os olhos azuis se abriram e Enid me encarou sorrindo, ela era a mulher mais linda que eu havia visto na vida, sem dúvidas.

— Estou ficando mole por sua causa — A olhou com devoção quando seus lábios tocaram os meus — Seus olhos azuis fizeram um belo estrago em meu interior.

— Você sempre foi mole quando se trata de mim, amor — Para minha infelicidade o celular voltou a tocar — Atende de uma vez.

— Não é comigo que ela quer falar — Entregou o celular para ela — É com você, seu celular deve estar sem bateria outra vez.

Deu uma leve risada com bico em seus lábios, Enid também não queria ter acordado tão cedo em um domingo.

— Cheryl? — Acariciou seus fios loiros assanhados pelo sono, enrolando as mechas em torno do dedo indicador enquanto observava sua testa se franzindo — Cheryl, você bebeu?

Enid me olhou e negou desacreditada, um misto de raiva pelo que era lhe falado na orelha e preocupação.

— Ok, fica longe da Bárbara, não precisamos de mais um corpo — Maldita mulher que não dava sossego nem presa — Eu e a Wed estamos indo aí, passa o telefone para o Eugene.

Enid suspirou, negando em descontentamento, seus lábios sibilaram inaudivelmente os dizeres "Ruiva, você não tem jeito".

— Eugene! — Enid afirmou em pura descrença — É, eu percebi, me escuta, tranca ela na sala dela e não deixa ela sair até eu chegar... Mulher, que mulher?

Os olhos de Enid se arregalaram em uma velocidade surpreendente e ela me olhou um tanto embasbacada.

— Oh meu pai — Foi os dizeres mais sem emoção da face da terra — Eu já estou indo.

O telefone desligou e ela estendeu na minha direção antes de saltar sobre meu corpo e se colocar de pé.

— O que aconteceu?

— Cheryl chegou de um porre e está quase matando a Bárbara, que não para de falar que quer me ver — Enid suspirou — Para fechar com chave de ouro, Cheryl está acompanhada...

Tinha entendido de primeira o que aquilo significava, mas perguntou por desencargo.

— Acompanhada?

— Eugene pegou Cheryl transando na sala dela.

O silêncio pairou sobre nós, não queria imaginar nenhuma cena envolvendo Cheryl, isso me recordava que ela e Enid já tiveram algo e o ódio me consumia por coisas do passado. E aprendeu a odiar menos a presença da ruiva quando abominava aquela informação.

— Ela foi rápida — Enid entendeu ao que eu me referia — Bem rápida.

— Cheryl tem essa tendência quando está com raiva — Lógico que Enid parecia chateada com algo — É um defeito dela.

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⏰ Última atualização: 19 hours ago ⏰

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