Simples e Romântico

Consequências

      Jão e Pedro se dirigiram à casa de Jão, decididos a confrontar Iza. As emoções estavam à flor da pele, e eles sabiam que este seria um momento crucial.

      Ao chegarem, encontraram Iza na sala de estar, mexendo em seu celular. Ela olhou para os dois, surpresa e um pouco desconfiada.

      -Iza, precisamos conversar. - disse Jão com um tom de voz sério.

      Iza colocou o celular de lado, levantando-se lentamente - Sobre o que, Jão?

      -Sobre o que você fez para nos separar! - exclamou Pedro já sem muita paciência.

      - Eu não sei do que vocês estão falando. Vocês estão loucos... - Iza franziu a testa, tentando manter a compostura.

      Antes que a discussão pudesse esquentar, a mãe de Jão, Dona Mariana, entrou na sala, atraída pelo tom elevado das vozes -O que está acontecendo aqui?

      Jão e Pedro se voltaram para ela, aliviados por sua presença.

     -Mãe, precisamos falar com você. A Iza tentou nos separar.

      Dona Mariana olhou para Iza, a preocupação nos olhos. Ela se aproximou, colocando-se entre os três jovens.

      -Iza, isso é verdade? - questionou sua mãe

      Iza tentou manter sua expressão firme, mas a pressão era palpável. Sob o olhar penetrante da mãe, ela começou a vacilar - Mãe, eles estão exagerando...

      -Iza, olhe para mim e me diga a verdade. - a voz de Mariana era firme e compassiva. 

      Iza sabia que não podia mentir para sua mãe. Ela abaixou a cabeça, lágrimas começando a brotar em seus olhos -Sim, mãe. Eu fiz isso. Eu tentei separar o Jão e o Pedro porque me sentia excluída. Eu queria eles de volta, só para mim. Eu... eu até sabotei a cela do cavalo de Pedro.

      Pedro, em choque, deu um passo à frente -Você podia ter me matado naquele acidente, Iza!

      Iza começou a chorar, a culpa finalmente a consumindo -Eu sinto muito! Eu estava tão cega pelo ciúme e pela raiva... eu não pensei nas consequências. Por favor, me perdoem!

      Jão e Pedro se entreolharam, o conflito interno evidente em suas expressões. Mariana, com o coração pesado, olhou para a filha -Iza, eu não posso acreditar que você fez isso. Você colocou a vida de Pedro em risco e destruiu a confiança de Jão. Eu não sei como você pôde ser tão cruel.

    -Eu sinto muito, mãe! Jão, Pedro, por favor, me perdoem! - Iza caiu de joelhos, soluçando.

     Mas Jão e Pedro estavam ainda muito feridos para perdoar tão rapidamente.

      -Iza, você quebrou nossa confiança. Vai levar tempo... muito tempo para que possamos sequer pensar em perdoar você. - respondeu Jão apertando firme a mão de Pedro.

      Pedro apenas balançou a cabeça, incapaz de falar pela dor que sentia.

      Mariana, visivelmente abalada, respirou fundo -Iza, você precisa entender a gravidade do que fez. Eu não posso mais permitir que você continue vivendo aqui sem enfrentar as consequências. Você precisa procurar um rumo na vida, aprender com seus erros. Estou te expulsando de casa.

      - Mãe, por favor, não! - Iza olhou para a mãe, horrorizada.

      -Essa é a única maneira de você realmente entender o impacto das suas ações. Vai, e só volte quando tiver mudado, quando puder mostrar que aprendeu a ser uma pessoa melhor.

      Iza, ainda chorando, levantou-se e saiu correndo da casa, sua figura rapidamente desaparecendo da vista de todos.

      -Vocês fizeram o certo. Agora, vamos trabalhar juntos para superar isso. - Mariana abraçou Jão e Pedro, tentando confortá-los.

      Os dois jovens assentiram, sabendo que o caminho para a cura seria longo, mas pelo menos agora, com a verdade revelada, poderiam começar a reconstruir suas vidas.