Simples e Romântico

A Última Noite

      Três anos se passaram desde a tragédia que abalou profundamente a vida de Jão e Pedro. Eles completaram 18 anos e, apesar da saudade de Iza ainda existir, a dor havia se tornado mais suportável com o tempo. Ambos se formaram no ensino médio, prontos para enfrentar novos desafios. Jão havia ganhado um Corsa branco de seu pai, o que se tornou uma nova fonte de liberdade e aventura para eles.

      Naquela noite, como tantas outras, Jão e Pedro se preparavam para uma noite de filmes na casa de Jão. Jão chegou na casa de Pedro com seu Corsa, buzinando impacientemente.

      — Anda logo, Pedro! Se você demorar mais, a locadora vai fechar! — gritou Jão, sorrindo.

      Pedro entrou rapidamente no carro, ainda ajeitando sua roupa. — Você nem deixou eu terminar de me arrumar, Jão!

      Os dois riram e partiram para a locadora. Escolheram um filme que ambos queriam assistir e começaram a voltar para a casa de Jão. No caminho, Jão percebeu que Pedro estava estranho, mais quieto do que o normal.

      — O que está acontecendo, Pedro? Você está muito calado hoje — perguntou Jão, preocupado.

      Pedro tentou mudar de assunto, mas Jão insistiu. Finalmente, Pedro suspirou profundamente e decidiu contar a verdade.

      — Jão, eu fui aprovado na faculdade na Capital. Vou embora amanhã — disse Pedro, a voz tremendo um pouco.

      Jão sentiu um nó se formar no estômago. — Amanhã? Por que você não me contou antes?

      Pedro olhou para o lado, evitando o olhar de Jão. — Eu não queria estragar nossos últimos momentos juntos... e acho que a gente se achou muito cedo, Jão. Nós fomos muito precipitados.

      A raiva e a tristeza tomaram conta de Jão. — Você está terminando comigo, Pedro?

      Pedro assentiu, as lágrimas começando a escorrer. — Eu não queria, mas é o melhor para nós dois. Precisamos de tempo e espaço para crescer, Jão.

      Jão não queria aceitar o fim, mas sabia que era necessário. Ele respirou fundo e disse — Eu quero te dar um presente de despedida.

     Dirigindo em silêncio, Jão levou Pedro até o centro da cidade. Subiram no terraço de um dos edifícios comerciais mais altos, onde a vista da cidade sob as estrelas era deslumbrante.

      — Deixa eu fazer de hoje, dessa nossa última noite, a melhor das nossas vidas — disse Jão, olhando nos olhos de Pedro.

     Ali, sob a luz das estrelas, eles se envolveram em um momento de paixão e despedida. Jão segurou o rosto de Pedro com as mãos, aproximando-se lentamente até que seus lábios se encontrassem em um beijo profundo e intenso. As mãos de Jão deslizaram pelas costas de Pedro, trazendo-o para mais perto, enquanto Pedro suspirava contra seus lábios, rendendo-se completamente àquele momento.

     Com movimentos suaves, Jão começou a desabotoar a camisa de Pedro, sentindo a pele quente sob seus dedos. Pedro fez o mesmo, retirando a camisa de Jão e explorando cada centímetro de seu corpo com toques leves e carinhosos. Eles se deitaram no chão de concreto gelado do terraço, com o céu estrelado como testemunha de sua despedida.

      — Jão... — Pedro murmurou, seus olhos brilhando com uma mistura de desejo e tristeza.

      — Shhh... Vamos aproveitar esse momento — Jão respondeu, beijando-o novamente.

      Seus corpos se entrelaçaram, movendo-se em perfeita harmonia. Jão explorou cada curva do corpo de Pedro, levando-o ao ápice do prazer. Pedro se entregou completamente, deixando-se levar pelas sensações que Jão provocava. Cada toque, cada beijo, era uma lembrança que ficaria gravada em suas mentes para sempre.

      Depois de um tempo que parecia tanto uma eternidade quanto um piscar de olhos, eles ficaram deitados lado a lado, ofegantes e satisfeitos. Jão acariciou o rosto de Pedro, uma lágrima escorrendo por sua bochecha.

      — Pedro, eu nunca vou te esquecer. Você sempre será uma parte de mim — disse Jão, com a voz embargada.

      Pedro segurou a mão de Jão, apertando-a com força. — Fica bem, tá? E lembre-se, a gente aprende a voar na descida.

      Com essas palavras, Pedro se levantou e se vestiu, pronto para enfrentar o futuro. Jão ficou ali por um momento, sentindo o vazio que a partida de Pedro deixaria em sua vida. Mas ele sabia que ambos precisavam dessa separação para crescer e se encontrar verdadeiramente.

      Na manhã seguinte, Pedro partiu para a Capital, deixando Jão com lembranças de um amor que, apesar de breve, marcou suas vidas profundamente. E assim, cada um seguiu seu caminho, carregando no coração a certeza de que, de alguma forma, sempre estariam ligados.