Apartamento

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      Jão chegou ao apartamento de Pedro, o coração batendo acelerado. Ele bateu na porta várias vezes, mas ninguém respondeu. Decidido a entrar, ele pegou a chave reserva debaixo do tapete da porta e entrou. O que encontrou lá dentro o deixou chocado.

      O apartamento estava em um estado deplorável. Garrafas de bebidas estavam espalhadas por todo lado, copos quebrados pelo chão, e o cheiro insuportável de maconha misturado com suor preenchia o ar. Jão sentiu um nó no estômago ao ver a bagunça que Pedro havia se metido.

      Ele olhou em volta, procurando por Pedro. Quando chegou ao sofá, viu que estava vazio. Então, caminhou até o quarto e ficou surpreso ao encontrar Rafael deitado na cama de Pedro. Sentindo uma onda de raiva e frustração, Jão exclamou:

      — Que porra é essa?

      A voz de Jão ecoou pelo apartamento, e Pedro saiu do banheiro, enrolado em uma toalha rosa, com o corpo musculoso ainda molhado. Quando viu Jão, correu para ele, tentando abraçá-lo.

      — Você voltou pra mim — disse Pedro, com um sorriso aliviado.

      Mas Jão se soltou dos braços de Pedro e começou a discutir, apontando para Rafael na cama.

       — O que está acontecendo aqui, Pedro? Quem é ele e por que está na sua cama?

       Rafael, ainda meio sonolento, se sentou na cama e olhou para Jão com uma expressão de culpa.

      Pedro tentou explicar, a voz tremendo de nervosismo.

      — Jão, por favor, calma. Ontem à noite eu bebi demais e... e Rafael acabou dormindo aqui. Eu dormi no sofá, eu juro.

      Jão, ainda furioso, balançou a cabeça em descrença.

      — E você acha que isso faz tudo ficar bem? Olha para esse lugar, Pedro! O que aconteceu com você?

       Pedro abaixou a cabeça, sentindo o peso das palavras de Jão. Ele sabia que tinha se deixado levar pelo desespero e pela tristeza, mas agora, com Jão ali, ele queria desesperadamente consertar as coisas.

       — Eu sei que baguncei tudo, Jão. Mas eu estava perdido sem você. Eu tentei seguir em frente, mas não consegui. Eu te amo, e não quero te perder de novo.

      Jão suspirou, tentando controlar a raiva e a frustração. Ele sabia que Pedro estava sofrendo, mas também sabia que as coisas não poderiam continuar assim.

      — Pedro, eu também te amo. Mas você precisa se cuidar. Isso aqui... isso não é vida. A gente precisa conversar seriamente sobre o que queremos e como podemos fazer isso dar certo.

       Pedro assentiu, sentindo uma esperança renascer em seu coração.

        — Eu sei, Jão. Eu vou mudar, eu prometo. Só não desiste de mim.

      Jão olhou para Pedro, vendo a sinceridade em seus olhos. Ele sabia que a estrada seria longa e difícil, mas também sabia que não queria desistir de Pedro. Eles se abraçaram, tentando encontrar forças um no outro para enfrentar os desafios que viriam.

      Rafael, percebendo que a conversa era particular, se levantou da cama e começou a se vestir.

       — Vou deixar vocês dois conversarem. Me desculpem por qualquer coisa.

        Jão e Pedro acenaram com a cabeça, agradecendo a compreensão de Rafael. Com ele fora do apartamento, eles se sentaram no sofá e começaram a discutir seus planos para o futuro, decididos a encontrar uma maneira de consertar o que havia sido quebrado.

       Enquanto conversavam, a tensão e a saudade entre eles foram se dissipando. Jão olhou para Pedro, ainda com a toalha rosa enrolada na cintura, e sentiu um impulso irresistível. Ele se aproximou e começou a beijar Pedro, sentindo o gosto familiar que tanto havia sentido falta.

       Pedro retribuiu o beijo com igual intensidade, suas mãos explorando o corpo de Jão. Jão deixou suas mãos correrem pelo corpo molhado de Pedro, sentindo a musculatura definida e a pele quente. A paixão entre eles reacendeu, e logo estavam perdidos um no outro, entregues àquele momento de desejo e reconciliação.

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