Idas e Vindas

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       Lucas e Geovana haviam decidido terminar o namoro. A culpa e o peso da morte de Iza eram grandes demais para Lucas suportar, e ele não podia continuar com alguém que estava diretamente envolvida na tragédia. Eles se separaram com uma sensação de alívio misturada com tristeza, sabendo que era a decisão certa.

      Enquanto isso, Jão estava determinado a reconquistar Pedro. Ele procurou conselhos com sua avó, uma mulher sábia que sempre sabia as palavras certas a dizer, e com seu pai, que lhe deu dicas práticas e sinceras.

      — Vovó, o que eu faço para trazer Pedro de volta? — perguntou Jão, sentado na varanda da casa dela.

      — Meu neto, às vezes o coração precisa de tempo para curar. Mas mostrar que você se importa e está disposto a lutar por ele é importante. Envie flores, escreva cartas sinceras. Mas lembre-se de respeitar o espaço dele, — respondeu a avó, com um sorriso gentil.

      O pai de Jão, mais prático, sugeriu — Mande chocolates, mensagens, ligue para ele. Mostre que você está pensando nele, mas não o sufoque. Seja persistente, mas saiba quando recuar.

      Jão seguiu os conselhos, enviando flores e chocolates para o apartamento de Pedro em São Paulo. Ele deixou mensagens de voz e enviou textos longos e sinceros, mas todas as tentativas foram ignoradas. Cada entrega de flores não recebia resposta, cada mensagem ficava sem retorno, e as ligações não eram atendidas. Jão começou a sentir o peso do fracasso, mas se recusava a desistir.

      Enquanto isso, em São Paulo, Pedro estava afundado em uma espiral de autodestruição. Ele passava as noites nos bares, bebendo até tarde para tentar esquecer Jão. Duas vezes, foi preso por dirigir embriagado e em alta velocidade, mas nem mesmo isso parecia tirá-lo do fundo do poço em que havia se metido. As lembranças de Jão o perseguiam, e ele não conseguia encontrar uma maneira de escapar da dor que sentia.

       Numa noite particularmente difícil, Pedro estava sentado no bar, olhando para o fundo de um copo vazio. Um amigo da faculdade, Rafael, se aproximou e se sentou ao lado dele.

       — Cara, você não pode continuar assim. Isso vai te destruir, — disse Rafael, preocupado.

      Pedro suspirou, passando a mão pelo rosto. — Eu sei, Rafa. Mas não consigo parar de pensar nele. Jão foi tudo para mim, e agora parece que não sobrou nada.

       Rafael colocou uma mão no ombro de Pedro. — Talvez você precise de um novo começo, uma nova perspectiva. Ficar aqui se afundando na bebida não vai trazer Jão de volta, e você está se destruindo no processo.

       Pedro sabia que Rafael tinha razão, mas as palavras eram difíceis de aceitar. Ele levantou-se do banco, com dificuldade, e olhou para o amigo. — Você está certo. Eu preciso mudar isso. Mas não sei por onde começar.

        Rafael sorriu, tentando animá-lo. — Vamos dar um passo de cada vez. Amanhã, a gente pode começar por você parando de beber. Vamos procurar ajuda, talvez um terapeuta. Você não está sozinho, Pedro.

        Enquanto Pedro tentava encontrar um caminho para sair de sua situação, Jão não desistia de suas tentativas de reconquista. Ele sabia que Pedro estava ignorando suas tentativas de contato, mas estava determinado a não desistir. Jão decidiu que iria para São Paulo, encontraria Pedro pessoalmente e tentaria uma última vez mostrar o quanto ele o amava.

       Na manhã seguinte, Jão fez as malas e pegou o primeiro ônibus para São Paulo, com o coração cheio de esperança e ansiedade. Ele sabia que essa seria sua última chance, e estava disposto a fazer tudo o que fosse necessário para reconquistar o amor de Pedro.

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