Rosas Brancas

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      Jão estava sentado na rodoviária, esperando pelo ônibus que o levaria de volta ao interior. Seus pensamentos estavam confusos e a dor no peito era intensa. Ele estava prestes a deixar para trás a cidade grande e a pessoa que ele mais amava, mas que também lhe causara tanta dor.

      Quando o ônibus chegou, Jão se levantou e começou a embarcar. No momento em que estava prestes a subir, ouviu uma voz gritando seu nome.

      — Jão! Espera!

      Ele se virou rapidamente e viu Pedro correndo em direção ao ônibus, segurando um lindo buquê de rosas brancas. Pedro parou ofegante diante de Jão, os olhos brilhando com determinação e desespero.

      — Me perdoa, Jão. Eu errei... Eu te amo e nunca quis te machucar... fica comigo que eu prometo te fazer feliz. — Pedro disse, a voz carregada de emoção.

      Jão sentiu o rosto corar de vergonha e emoção. Ele olhou para Pedro, as lágrimas ameaçando cair.

      — Pedro do céu, para com isso... eu te amo também, mas não posso aceitar suas desculpas. Nós não somos nada, lembra? Somos só amigos... Eu que fui o errado, eu que guardei sentimentos por você.

      Pedro insistiu, segurando o buquê com força, as mãos tremendo. — Jão, por favor, me perdoa. Eu não posso perder você. Eu não posso.

       Jão balançou a cabeça, sentindo o peso das palavras que precisava dizer.

        — Pedro, eu não posso te perdoar, infelizmente. E sabe o que é o mais triste disso tudo? O triste é que eu te amo, Pedro. Mas isso não é suficiente para apagar o que aconteceu.

       Pedro ficou em silêncio, as lágrimas rolando pelo rosto. Ele sabia que Jão estava certo, mas a dor da rejeição era quase insuportável.

      — Eu entendo, Jão. — Pedro disse finalmente, a voz quebrada. — Eu entendo.

      Jão subiu no ônibus, sentindo o coração pesado. Ele encontrou um lugar perto da janela e se sentou, observando Pedro através do vidro. O ônibus começou a se mover lentamente, e ele viu Pedro parado na plataforma, ainda segurando o buquê de rosas brancas, parecendo perdido e devastado.

      Conforme o ônibus se afastava, Jão fechou os olhos e permitiu que as lágrimas finalmente caíssem. Ele sabia que tinha tomado a decisão certa, mas isso não tornava as coisas menos dolorosas. O amor que sentia por Pedro ainda estava lá, mas era hora de seguir em frente, de encontrar um novo caminho.

      Pedro, por sua vez, ficou parado na plataforma até que o ônibus desapareceu de vista. Ele olhou para o buquê em suas mãos e sentiu a dor da perda de uma forma intensa e esmagadora. Sabia que tinha perdido Jão, e que nada do que fizesse poderia mudar isso.

      O retorno ao interior para Jão foi uma viagem silenciosa e introspectiva. Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente, mas estava determinado a encontrar sua própria felicidade, mesmo que isso significasse deixar Pedro para trás.

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