Sequestro

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        Pedro finalmente recebeu alta do hospital e voltou para casa, onde estava sob os cuidados atentos de Jão, Ana Luiza e João Pedro. Apesar do alívio de estar fora do ambiente hospitalar, Pedro se sentia profundamente incomodado. A sensação de ser um fardo para todos ao seu redor o consumia, e a incapacidade de realizar tarefas simples o fazia se sentir inútil.

        Pedro, agora confinado a uma cadeira de rodas, observava enquanto Jão, Ana e João Pedro faziam de tudo para garantir seu conforto. Cada gesto de ajuda, cada olhar de preocupação, apenas aumentava seu sentimento de frustração.

        — Eu deveria estar cuidando de vocês, não o contrário. — murmurava Pedro, frequentemente.

        — Você está aqui conosco, e isso é o mais importante. — Jão tentava confortá-lo.

         Numa noite, incapaz de suportar o clima tenso em casa e a pressão emocional que sentia, João Pedro decidiu sair sozinho. Ele foi para um bar de aparência duvidosa, buscando uma fuga temporária de seus problemas. Lá, ele começou a beber sem parar, tentando afogar suas mágoas no álcool.

        Foi quando ele conheceu uma mulher atraente. Ela parecia simpática e interessada em ouvir seus problemas. João Pedro, já bastante embriagado, começou a desabafar.

        — Eu não aguento mais, minha vida está um caos... — disse ele, a voz embargada pelo álcool.

         A mulher, que ele não sabia ser Geovana, ouvia pacientemente, um sorriso discreto nos lábios. Ela tinha observado João Pedro e sua família há algum tempo, esperando o momento perfeito para cumprir sua promessa de vingança contra Pedro.

        Geovana ofereceu uma carona a João Pedro, que aceitou sem pensar duas vezes. No carro, ele continuou a falar sobre suas frustrações, sem perceber as intenções sinistras de Geovana. Ela dirigiu até um hotel, onde João Pedro, sem suspeitar de nada, entrou com ela.

         No quarto do hotel, a atmosfera mudou rapidamente. Geovana, em vez de qualquer avanço sexual, revelou suas verdadeiras intenções. Ela amarrou João Pedro a uma cadeira e o amordaçou, deixando-o incapaz de se mover ou gritar por ajuda.

         — Você acha que pode escapar das consequências, João Pedro? — Geovana sussurrou ao seu ouvido, um tom ameaçador em sua voz. — Você vai aprender que ninguém interfere nos meus planos sem pagar o preço.

        Enquanto isso, em casa, Jão e Pedro começaram a se preocupar com a ausência de João Pedro. Ele nunca ficava fora tão tarde sem avisar. Ana Luiza tentou ligar para ele várias vezes, mas o telefone estava desligado.

         — Algo está errado. — disse Jão, a preocupação evidente em seu rosto. — Ele nunca faz isso.

         — Precisamos encontrá-lo. — Pedro insistiu, mesmo sabendo que sua condição física o impedia de participar ativamente das buscas.

        De volta ao hotel, João Pedro lutava contra as amarras, mas a força do álcool e a firmeza dos nós tornavam a tarefa impossível. Geovana, observando sua presa, parecia saborear cada momento de desespero do jovem.

         — Isso é só o começo, João Pedro. Vou destruir cada um de vocês, começando pelo Pedro. — disse Geovana, com um sorriso cruel.

        De alguma forma, João Pedro precisava encontrar uma maneira de se libertar e avisar sua família sobre o perigo iminente. Ele sabia que Geovana estava falando sério, e o medo por Pedro e os outros crescia a cada minuto que passava.

        Enquanto isso, Jão, Ana Luiza e Pedro não desistiam da esperança de encontrar João Pedro. Eles mobilizavam todos os recursos disponíveis, determinados a trazer o jovem de volta para casa são e salvo.

       A noite avançava e a tensão aumentava. Pedro, mesmo limitado fisicamente, mantinha um espírito de luta, sabendo que sua família precisava dele. Jão e Ana Luiza, incansáveis em suas buscas, prometiam não descansar até que João Pedro estivesse seguro novamente.

        No hotel, João Pedro, ainda amarrado e amordaçado, olhava ao redor, procurando desesperadamente qualquer meio de escapar. Ele sabia que cada segundo contava e que precisava encontrar uma forma de avisar sua família sobre o perigo que Geovana representava.

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