Superação

17 4 17
                                    

      Algumas semanas se passaram desde a morte trágica de Iza. A cidade parecia envolta em uma tristeza constante, e a ausência dela ainda pairava sobre todos. O pai de Pedro, incapaz de aceitar a perda do filho não nascido e a culpa que carregava, afundou-se no álcool, quase nunca dormindo em casa. A casa de Pedro estava desmoronando emocionalmente, e ele e Jão lutavam para não se deixarem abalar.

      Eles passaram a se encontrar no celeiro, buscando um refúgio onde pudessem ser eles mesmos e compartilhar sua dor. Certa tarde, estavam sentados na cama de grama do celeiro, o sol começando a se pôr, lançando uma luz suave sobre eles. O silêncio era reconfortante, mas também carregado de memórias e sentimentos não expressos.

      Jão olhou para Pedro, os olhos cheios de uma mistura de tristeza e determinação. — Pedro, achei essa música... e acho que ela pode ser algo bom para nos ajudar a superar a morte de Iza.

      Pedro, inicialmente em silêncio, se levantou rapidamente e saiu do celeiro. Jão ficou olhando, pensando se havia dito algo errado. Poucos minutos depois, Pedro voltou com um violão nas mãos e um sorriso triste nos lábios.

      — Então vamos cantar ela — disse Pedro, sentando-se ao lado de Jão.

Pedro começou a tocar os primeiros acordes, a melodia suave enchendo o celeiro. Jão acompanhou com sua voz, e juntos, enquanto Pedro tocava e Jão cantava a música, formavam uma harmonia que parecia ecoar seus sentimentos de perda e esperança.

      Ao final da música, as lágrimas que Jão tentava segurar finalmente começaram a escorrer. Pedro, vendo a dor em seu amigo, colocou o violão de lado e puxou Jão para um abraço apertado.

      — Vai ficar tudo bem, Jão. Estamos juntos nessa — disse Pedro, suas palavras cheias de consolo e sinceridade.

      Jão olhou para Pedro, seus olhos vermelhos de chorar. Sem pensar, ele se aproximou e começou a beijar Pedro na boca, um beijo cheio de paixão e necessidade. Pedro, pego de surpresa no início, logo retribuiu, suas mãos deslizando pelo corpo de Jão.

     Em um movimento rápido, Jão começou a tirar as roupas de Pedro, a urgência de seus movimentos refletindo a intensidade de seus sentimentos. Pedro fez o mesmo, e logo ambos estavam nus, envoltos na cama de grama do celeiro.

      Eles se entregaram completamente um ao outro, buscando conforto e um pouco de paz em meio à tempestade de emoções. Cada toque, cada beijo, parecia curar um pouco da dor que ambos carregavam. A conexão entre eles se fortaleceu ainda mais naquela tarde, um laço que nem mesmo a tragédia recente poderia quebrar.

      Enquanto o sol se punha completamente, lançando sombras longas sobre o celeiro, Jão e Pedro se abraçaram, exaustos e satisfeitos. Eles sabiam que a estrada à frente ainda seria difícil, mas naquele momento, encontraram força um no outro.

      — Eu te amo, Pedro — sussurrou Jão, seu coração cheio de uma nova determinação.

      — Eu também te amo, Jão. Sempre estarei ao seu lado — respondeu Pedro, apertando Jão contra si.

      E assim, em meio à dor e à perda, eles encontraram uma maneira de seguir em frente, juntos, prontos para enfrentar o que quer que o futuro reservasse.

Simples e RomânticoOnde histórias criam vida. Descubra agora