Meninos e Meninas

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      Alguns meses se passaram e Pedro estava totalmente recuperado. Já era dezembro, e o dia da festa de aniversário de Anna estava chegando. Jão precisou viajar para o interior para deixar João Pedro com Dona Mariana, mas acabou passando alguns dias a mais e só voltou no dia da festa.

      Ao chegar no apartamento que dividia com Pedro, percebeu que Pedro já havia ido para a festa. Jão se arrumou rapidamente e seguiu sozinho para a casa de Anna. Ao chegar lá, ficou impressionado com a decoração e a iluminação. Bateu na porta, que foi aberta por uma jovem ruiva que ele nunca havia visto antes.

      — Oi... a Anna tá aí? — perguntou Jão, meio sem jeito.

      — Tá ali no fundo, entra aí — respondeu a jovem.

      Jão entrou na festa, que estava lotada. Algumas pessoas saíam tossindo do banheiro, de onde uma fumaça suspeita escapava. Ele procurou por Anna e a encontrou conversando com Rafael. Anna olhou para Jão e disse:

      — É bom te ver de novo.

      Rafael riu meio sem jeito e perguntou

      — Quer alguma coisa?

      Jão, sem entender direito por conta da música alta, respondeu

        — Oi? O que você disse?

       Rafael puxou Jão pelo braço e repetiu

       — Vem cá, chega mais perto! Você quer alguma coisa?

       Jão pensou um pouco e respondeu

       — Pode ser.

       Rafael entregou um copo de bebida para Jão e disse

       — Toma isso aqui, acho que você vai gostar.

       Jão, desconfiado, perguntou

       — O que é isso?

      Anna, sem muita paciência, disse

       — Só toma, Jão.

      Jão bebeu e sentiu a onda bater na hora. Anna pegou na mão dele e na mão de Rafael, conduzindo-os para o andar de cima. No quarto, beberam mais e usaram algumas drogas. Jão já não estava mais no controle de seu corpo, e os três se envolveram sexualmente, vivendo uma noite intensa e inesquecível. Acabaram pegando no sono.

     Na manhã seguinte, Jão acordou meio atordoado e perguntou

     — Que dia é hoje?

      Rafael, olhando para o corpo nu de Jão, respondeu

      — Dia dez, dez de dezembro de 2013.

      Jão tentou se levantar, mas seu corpo ainda estava fraco e sua mente confusa. Ele olhou ao redor, vendo Anna e Rafael ainda dormindo ao seu lado. Uma mistura de arrependimento e confusão tomou conta de seus pensamentos.

      Desceu as escadas silenciosamente, tentando não acordar ninguém. Ao sair da casa de Anna, sentiu o ar fresco da manhã e começou a caminhar em direção ao apartamento. Sua mente estava a mil, tentando entender o que havia acontecido e como isso poderia afetar sua relação com Pedro.

      Quando chegou ao apartamento, encontrou Pedro na cozinha, preparando o café da manhã. Pedro olhou para Jão e sorriu, mas percebeu algo diferente no rosto dele.

      — Você tá bem, Jão? — perguntou Pedro, preocupado.

      Jão hesitou por um momento, sentindo o peso da culpa.

       — Sim, só tô um pouco cansado — respondeu ele, tentando disfarçar.

      Pedro se aproximou e o abraçou.

      — Que bom que você voltou. Senti sua falta.

       Jão retribuiu o abraço, mas sentia um nó no estômago. Sabia que precisaria lidar com as consequências daquela noite e, mais importante, precisava encontrar uma maneira de contar a Pedro o que havia acontecido, sem destruir a relação que tanto prezava.

       Enquanto eles tomavam café da manhã juntos, Jão não conseguia parar de pensar na noite anterior. Sabia que a verdade precisava vir à tona, mas ainda não estava pronto para enfrentar a reação de Pedro.

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