Visita

13 4 6
                                    

      Pedro ainda estava internado no hospital, sua memória retornando lentamente. Cada dia era um pequeno passo em direção à recuperação, mas o caminho ainda era longo e incerto. Jão, sempre ao lado de Pedro, fazia o possível para manter o espírito do parceiro elevado, enquanto Ana Luiza e João Pedro ofereciam suporte contínuo.

       João Pedro, que havia evitado o hospital por causa do trauma, finalmente decidiu que era hora de visitar seu pai. A visão de Pedro deitado na cama, conectado a aparelhos e lutando pela vida, foi um choque para ele. Imediatamente, João Pedro sentiu uma forte palpitação no peito e uma enorme falta de ar. Ele se segurou na parede, tentando recuperar o fôlego.

       — João Pedro! — gritou Jão, correndo em sua direção. Ele pegou o filho pelos ombros e o ajudou a se sentar em uma cadeira próxima.

       Ana Luiza, preocupada, se aproximou para ajudar.

       — Deixa eu ver, João Pedro. Respira fundo, tá tudo bem. — disse ela, tentando acalmá-lo.

        Mas João Pedro, abalado pela visão do pai e pela situação, reagiu de forma inesperada.

         — Sai daqui, Ana! — gritou ele, empurrando-a levemente. — Você não é ninguém, não faz parte desta família! Sai daqui!

         Ana Luiza, surpresa e magoada, deu um passo para trás, tentando entender a explosão de João Pedro. Jão, vendo a situação, tentou intervir.

        — João Pedro, calma. Ela só quer ajudar. — disse Jão, segurando o filho pelo braço.

         — Não, pai. Ela não entende o que estamos passando. Ela não faz parte da nossa família. — respondeu João Pedro, com a voz trêmula.

         Ana Luiza, com lágrimas nos olhos, saiu do quarto, respeitando o pedido de João Pedro. Jão, visivelmente perturbado, tentou falar com o filho.

         — Filho, eu sei que tudo isso é muito difícil para você, mas Ana está aqui para nos ajudar. Ela se importa com você, com a gente. — explicou Jão, tentando acalmar o filho.

          — Eu sei, pai, mas eu não consigo. Eu não consigo ver o papai assim e... e ela... — João Pedro não conseguiu terminar a frase, a voz embargada pela emoção.

        Mais tarde, naquele dia, Jão encontrou Ana Luiza no corredor, ainda visivelmente abalada pelo confronto com João Pedro. Ele a abraçou, tentando confortá-la.

         — Me desculpa, Ana. Ele está passando por muita coisa. — disse Jão, com a voz suave.

         — Eu entendo, Jão. Só espero que ele consiga superar isso e que possamos ajudar Pedro juntos. — respondeu Ana Luiza, tentando sorrir.

        Jão voltou ao quarto de Pedro, onde João Pedro estava sentado ao lado da cama, segurando a mão do pai.

          — Eu sinto muito, pai. Eu não queria machucar ninguém. — disse João Pedro, com os olhos cheios de lágrimas.

          — Eu sei, filho. Todos estamos passando por um momento muito difícil, mas precisamos ser fortes e nos apoiar. — respondeu Jão, abraçando o filho.

        Enquanto Pedro continuava a recuperar sua memória e a lutar pela vida, a família enfrentava cada dia com determinação e esperança. A visita de João Pedro e a explosão de emoções mostraram que, apesar de tudo, o amor e a união ainda prevaleciam.

Simples e RomânticoOnde histórias criam vida. Descubra agora