O casamento de Jão e Pedro foi uma celebração que ficará gravada para sempre na memória dos dois, assim como na dos milhões de espectadores que testemunharam o evento ao vivo. Após o final triunfante da turnê PIRATA, Jão e Pedro decidiram tirar alguns dias para si, longe de todo o alvoroço da cidade grande, para uma lua de mel discreta e tranquila no interior.
Escolheram um pequeno vilarejo, onde Jão passara algumas temporadas de sua infância. O local era rodeado por montanhas verdes e riachos cristalinos, um refúgio perfeito para que pudessem se reconectar e descansar, longe dos holofotes e da vida agitada. Jão estava animado para passar aqueles dias em paz, e Pedro, apesar de sua condição debilitada, não queria perder a oportunidade de estar ali, ao lado de seu marido.
A viagem foi longa e exaustiva, especialmente para Pedro, que já vinha lutando contra o avanço de sua doença. Jão percebia o cansaço nos olhos de Pedro, mas tentava manter o ânimo, fazendo o possível para que ele se sentisse confortável. Porém, logo após chegarem ao destino, o estado de saúde de Pedro começou a piorar drasticamente. Ele se queixava de dores no peito e dificuldade para respirar. O sorriso que havia brilhado em seu rosto durante o casamento agora dava lugar a uma expressão de dor e sofrimento.
Jão, desesperado, não perdeu tempo e levou Pedro às pressas para o pequeno hospital local. O lugar era simples, nada comparado aos grandes centros médicos a que Pedro estava acostumado na cidade, mas era o único disponível naquela região remota. Ao chegar, Pedro foi imediatamente atendido e os médicos decidiram que ele precisaria ser entubado novamente, dada a gravidade da situação.
O coração de Jão parecia se partir em mil pedaços enquanto via os médicos e enfermeiros correndo para estabilizar Pedro. Em meio ao caos, Pedro teve três paradas cardíacas. Cada vez que os monitores começavam a apitar, indicando a perda dos sinais vitais, Jão sentia como se o chão se abrisse sob seus pés. A cada choque, a cada tentativa de reanimá-lo, o desespero tomava conta do ambiente. A sensação de impotência era esmagadora. Jão não conseguia fazer nada além de observar, rezar e esperar.
Após o que pareceram horas de angústia, os médicos conseguiram estabilizar Pedro. Ele estava vivo, mas em estado crítico, lutando contra a morte em um quarto simples e solitário daquele hospital do interior. Jão não saiu do lado de Pedro em nenhum momento. Sentado na cadeira ao lado da cama, ele segurava a mão de Pedro, que agora estava fria e frágil, como se a vida estivesse escapando lentamente de seu corpo.
O silêncio do quarto era interrompido apenas pelos bipes constantes dos aparelhos que mantinham Pedro vivo. Jão, com os olhos fixos em seu marido, sentia uma mistura de medo e esperança. Medo de perder Pedro a qualquer momento, mas também esperança de que, de alguma forma, ele pudesse se recuperar mais uma vez, como já fizera tantas vezes antes.
-Pedro, amor... você tem que lutar,- Jão sussurrou, sua voz trêmula. -Eu sei que está difícil, mas você não pode me deixar. Não agora. Não depois de tudo o que passamos.
Pedro, ainda sedado, não respondeu, mas Jão continuou a falar, na esperança de que suas palavras, de alguma forma, chegassem ao coração de Pedro. - Eu te amo tanto, Pedro... Eu não sei o que vou fazer se você não estiver mais aqui. Por favor, fique comigo. Lute, por nós dois.
Os minutos se transformavam em horas, e Jão não desgrudava do lado de Pedro. A cada respiração, a cada batida do coração de Pedro, ele sentia como se estivesse vivendo em uma montanha-russa de emoções, entre o alívio momentâneo e o medo constante.
A noite avançava, e Jão, exausto, finalmente encostou a cabeça na beira da cama de Pedro, segurando sua mão com força. O cansaço físico e emocional o dominava, mas ele não conseguia se permitir fechar os olhos. O pensamento de que, a qualquer momento, Pedro poderia partir o assombrava, como uma sombra que nunca se dissipava.
O tempo passava devagar, e cada segundo era uma nova tortura para Jão. Ele tentava se manter forte, mas as lágrimas escorriam de seus olhos, refletindo a dor que ele não conseguia mais conter. -Por favor, Pedro, não me deixe,- Jão murmurava, quase como uma oração, enquanto acariciava o rosto do amado. - Nós ainda temos tanto para viver. Não é justo...
Pedro continuava deitado, imóvel, preso em uma batalha invisível pela vida. E Jão, ali ao seu lado, permanecia em vigília, com o coração apertado e a mente em tumulto, desejando com todas as forças que o amor que eles compartilhavam fosse o suficiente para trazer Pedro de volta.
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Simples e Romântico
أدب الهواةJoão Vitor ou apenas Jão, é uma jovem do interior de São Paulo que acaba se apaixonando por seu vizinho. Será que esse casal vai ter um final feliz?