O Plano

13 5 22
                                    

      Jão e Pedro estavam na estrada, retornando à capital depois do encontro perturbador com o policial. O carro deslizava pela rodovia, o som suave do motor preenchendo o silêncio tenso entre os dois. Pedro, com as mãos firmes no volante, finalmente quebrou o silêncio.

      — Jão, agora que sabemos que Geovana é a responsável pela morte de Iza, quero fazer justiça... — disse Pedro, seu tom carregado de determinação.

      Jão virou-se para olhar Pedro, percebendo a intensidade em seus olhos.

      — O que você pretende, Pedro?

      Pedro respirou fundo antes de responder.

       — Então... eu tenho uns amigos da pesada em São Paulo... Se eu falar com eles, eles acham Geovana para mim... Sequestramos ela, amarramos ela em um apartamento e, "sem querer" o apartamento pega fogo.

      Jão ficou abismado com a proposta de Pedro, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.

      — Você está louco, Pedro!!! — exclamou Jão. — Isso não é justiça, é vingança!

      Pedro apertou os lábios, seus olhos fixos na estrada à frente.

      — Eu não sou louco, João Vitor! Ela matou sua irmã e seu sobrinho. Minha cunhada, meu irmão ou sobrinho... não sei ao certo o que a criança seria de mim. Ela destruiu nossas vidas, Jão!

      Jão balançou a cabeça, incrédulo.

      — E você acha que fazer o mesmo com ela vai trazer Iza de volta? Isso só vai nos destruir mais, Pedro. A justiça deve ser feita pela lei, não pelas nossas mãos.

      Pedro bateu no volante, frustrado, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto.

      — E o que a lei fez até agora? Deixou ela escapar!

      A discussão continuou fervorosamente enquanto dirigiam, ambos exaltados e emocionalmente desgastados. O contraste entre a calma superficial da estrada e a tempestade emocional dentro do carro era palpável.

      — Não é assim que se faz justiça, Pedro. Eu entendo a dor, a raiva, mas temos que fazer isso da maneira certa. Eu não quero perder você também — disse Jão, tentando manter a calma.

      Pedro finalmente cedeu um pouco, sua raiva transformando-se em tristeza.

      — Eu só quero que ela pague pelo que fez, Jão. Eu não sei o que fazer com toda essa dor.

      — Nós vamos encontrar um jeito, juntos. Mas não podemos nos perder nesse caminho. Se fizermos isso, ela vence de novo.

      Ao chegarem ao apartamento, ambos estavam exaustos, tanto física quanto emocionalmente. A discussão tinha deixado marcas, mas também um entendimento tácito de que precisavam um do outro para enfrentar o que viria a seguir.

      Dentro do apartamento, Pedro desabou no sofá, cobrindo o rosto com as mãos. Jão sentou-se ao seu lado, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.

     — Pedro, nós vamos superar isso. Mas precisamos manter a cabeça no lugar. Vamos encontrar uma maneira de lidar com isso que não nos destrua no processo.

      Pedro assentiu lentamente, deixando as lágrimas caírem. Jão o abraçou, sentindo a dor e a frustração do amigo.

      — Eu estou aqui com você, Pedro. Sempre estarei.

       A tensão diminuiu um pouco com o abraço, ambos encontrando algum consolo na presença um do outro. Eles sabiam que o caminho à frente seria difícil, mas também sabiam que, juntos, poderiam enfrentar qualquer coisa.

Simples e RomânticoOnde histórias criam vida. Descubra agora