Noite Sombria

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      Jão estava sentado ao lado de Pedro no hospital, incapaz de dormir. Sua mente estava uma tempestade de pensamentos e medos. Ele olhava para Pedro, que estava entubado e imóvel, preso em um sono profundo induzido pelos sedativos. As máquinas ao redor monitoravam cada batida de seu coração, cada respiração.

      De repente, os sinais vitais de Pedro começaram a despencar. O monitor de batimentos cardíacos começou a apitar de forma incessante e estridente. O coração de Pedro parou.

      — Não, não, não! — gritou Jão, desesperado, enquanto corria para chamar os enfermeiros. — Socorro! Ele está parando!

      Os enfermeiros entraram correndo no quarto, retirando Jão para fora do ambiente.

      — Vamos, Pedro, por favor! — Jão murmurava, as lágrimas caindo livremente de seus olhos enquanto observava a equipe médica trabalhar freneticamente para reanimar Pedro.

      Os minutos que se seguiram pareceram uma eternidade. Jão estava no corredor, seus olhos fixos na porta fechada do quarto de Pedro. Finalmente, um médico saiu.

      — Conseguimos reanimá-lo, mas a situação ainda é muito crítica. Ele está lutando, mas precisamos ficar atentos nas próximas horas. — explicou o médico, sua expressão séria mas esperançosa.

      Jão soltou um suspiro de alívio, mas sabia que a batalha estava longe de acabar. Ele voltou ao lado de Pedro, pegando novamente sua mão.

       — Eu sabia que você ia voltar, meu amor. Você é forte, Pedro. Eu acredito em você. — disse Jão, sua voz cheia de emoção.

      Nas horas que se seguiram, Jão não saiu do lado de Pedro. Ele estava exausto, mas determinado a ficar ao lado do homem que amava. Ele falava suavemente com Pedro, contando-lhe histórias, relembrando momentos felizes e compartilhando sonhos para o futuro.

      — Lembra daquela vez que fomos à praia e você me ensinou a lutar boxe? — Jão riu baixinho. — Eu estava tão desajeitado, mas você estava lá, paciente, me ajudando a cada passo.

        Pedro permanecia imóvel, mas Jão continuava falando, acreditando que suas palavras chegariam de alguma forma até ele.

        Na manhã seguinte, Pedro começou a mostrar sinais de melhora. Seus sinais vitais estavam mais estáveis e, embora ainda estivesse entubado, havia uma leve esperança no ar. O médico veio novamente com notícias um pouco mais otimistas.

        — Pedro está reagindo bem. Ainda é cedo para ter certezas, mas ele está lutando bravamente. — disse o médico.

         Jão sorriu, sentindo um fio de esperança renascer em seu coração.

          — Você ouviu isso, Pedro? Você está melhorando. Eu sabia que você conseguiria. — Jão sussurrou, apertando a mão de Pedro.

        Ana Luiza apareceu no hospital, trazendo café e um pouco de comida para Jão. Ela sabia que ele estava exausto e precisava se cuidar também.

         — Jão, você precisa comer alguma coisa. Não pode ficar aqui sem se alimentar. — disse Ana Luiza, entregando-lhe um sanduíche.

          Jão pegou o sanduíche, agradecido.

          — Obrigado, Ana. Eu sei que preciso me cuidar, mas é tão difícil sair daqui, mesmo que seja só por um momento. — respondeu ele, dando uma mordida no sanduíche.

        Nos dias seguintes, Pedro continuou a mostrar sinais de melhora. Jão estava mais esperançoso do que nunca. Ele sabia que Pedro ainda tinha uma longa estrada pela frente, mas a cada pequeno progresso, seu coração se enchia de esperança.

          — Você está voltando para nós, Pedro. Eu sei que está. — Jão dizia, segurando a mão de Pedro com firmeza.

       Em casa, João Pedro estava tendo dificuldades para lidar com a ausência de seu pai. Ana Luiza tentou explicar a situação de forma calma e carinhosa.

         — João, seu pai está lutando muito no hospital. Ele precisa de nosso amor e apoio agora mais do que nunca. — disse Ana Luiza, abraçando o adolescente.

        — Eu sinto tanto a falta dele, Ana. É tão difícil. — respondeu João Pedro, com lágrimas nos olhos.

        De volta ao hospital, Jão estava sentado ao lado de Pedro, segurando sua mão. Ele olhou para Pedro e fez uma promessa.

         — Eu prometo, Pedro. Não importa o que aconteça, eu estarei sempre ao seu lado. Nós vamos superar isso juntos. — Jão disse, com a voz firme e cheia de amor.

        A batalha de Pedro contra a ELA era uma luta constante, mas com o amor e o apoio inabalável de Jão, Ana Luiza e João Pedro, ele estava determinado a continuar lutando. A presença constante de Jão no hospital, sua devoção e fé, eram a força que mantinha Pedro lutando. E enquanto houvesse amor e esperança, eles acreditavam que poderiam superar qualquer obstáculo, juntos.

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