Revelações

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      Jão estava no quarto, arrumando suas coisas para a mudança para a capital. Pedro, como sempre, estava ao seu lado, ajudando a organizar e embalar os itens. Enquanto mexia em uma caixa de lembranças, Pedro encontrou algo que trouxe um sorriso nostálgico ao seu rosto.

      — Ei, olha só o que eu achei — disse Pedro, levantando um antigo Gameboy.

      Jão olhou para o Gameboy e sorriu, lembrando-se imediatamente do dia em que Pedro o presenteou.

      — Nossa, eu lembro desse dia. Foi no meu aniversário de 15 anos. Você apareceu na minha casa com esse Gameboy e um monte de jogos.

      Pedro riu.

       — Sim, e nós passamos o dia inteiro jogando. Acho que aquele foi um dos melhores aniversários que já tivemos.

       Os dois ficaram em silêncio por um momento, imersos nas memórias. O Gameboy trouxe de volta a simplicidade dos dias passados, quando as preocupações eram menores e a vida parecia mais fácil.

      No fim da noite, enquanto ainda estavam organizando as coisas, a campainha tocou. Pedro foi até a porta e abriu, encontrando um policial de uniforme.

      — Boa noite. Estou procurando por João ou pelos pais dele, Dona Mariana e Seu Augusto — disse o policial, com um tom sério.

      Pedro franziu a testa, preocupado.

     — Só estamos eu e Jão aqui. Posso chamá-lo?

      O policial assentiu, e Pedro chamou Jão para a sala. Os três se sentaram no sofá, a tensão no ar palpável.

     — O que está acontecendo, senhor? — perguntou Jão, nervoso.

       O policial respirou fundo antes de começar a falar.

      — Recentemente, recebemos novas evidências relacionadas ao acidente que causou a morte de Iza. Imagens de uma câmera de segurança mostram Geovana sabotando os freios do carro dela. Nós já estávamos indo atrás dela para prendê-la, mas ela conseguiu fugir.

     Jão ficou pálido, incapaz de processar a informação. Pedro, ao seu lado, apertou sua mão em um gesto de apoio.

     — Geovana... — murmurou Jão, a voz trêmula. — Ela era nossa amiga. Como ela pôde fazer isso?

     O policial olhou para ele com simpatia.

      — Eu sei que é difícil de acreditar, mas temos as provas. Estamos fazendo tudo o que podemos para encontrá-la e levá-la à justiça.

      Pedro, sentindo a dor de Jão, envolveu-o em um abraço apertado.

     — Jão, vamos passar por isso juntos. Eu estou aqui com você.

      Jão assentiu, sentindo-se grato pelo apoio de Pedro. Mesmo com a notícia devastadora, ele sabia que não estava sozinho.

      Após o policial sair, Jão e Pedro ficaram sentados no sofá, em silêncio. A revelação sobre Geovana era um golpe duro, mas eles sabiam que precisavam ser fortes.

     — Eu não acredito que a Geovana fez isso. Ela era uma de nós — disse Jão, com os olhos cheios de lágrimas.

     Pedro segurou a mão dele, olhando profundamente em seus olhos.

     — Nós vamos superar isso, Jão. Vamos encontrar uma maneira de seguir em frente.

     Jão respirou fundo, tentando se recompor.

      — Sim, nós vamos. E vamos fazer isso juntos.

      No dia seguinte, a notícia sobre Geovana ainda pesava sobre eles, mas a decisão de seguir para a capital estava tomada. Jão e Pedro continuaram a arrumar as coisas, determinados a começar uma nova vida juntos, mesmo com os desafios que enfrentavam.

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