Dezenove ✈︎

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Quando Becky mencionou o evento beneficente, seguido pela palavra leilão, imaginei um salão elegante, mas exagerado, cheio de velhos ricos da parte nobre da cidade.

Não me pergunte por quê, mas eu não esperava o terraço espetacular onde fomos recebidos com uma taça do espumante mais delicioso que eu já tomei. E, obviamente, nem o grupo elegante – e bastante extravagante – de pessoas de todas as idades e origens.

Quem diria que os mais altos escalões da Big Apple poderiam ser tão… coloridos?

Não que eu tenha sido apresentada a todo mundo. Na verdade, nos concentramos nas pessoas que tinham alguma relação com o mundo do futebol americano, o que era natural depois do que Becky tinha revelado sobre seu passado e o envolvimento de sua família.

Ao longo da última hora eu tinha sido apresentada a alguns treinadores e coordenadores de equipe, um locutor esportivo e várias pessoas influentes que eu não tinha ideia do que faziam, mas a quem cumprimentei como se soubesse exatamente quem eram. As únicas pessoas com quem conversamos que não eram da bolha dos esportes foram alguns empresários dos quais eu também nunca tinha ouvido falar.

Sempre que encontrávamos um grupo novo, Becky me apresentava como Sarocha Chankimha, sem acrescentar nenhum tipo de rótulo ao meu nome, o que acabou me ajudando a aliviar um pouco a tensão que eu sentia e definitivamente estimulando que eu tentasse me divertir.

Era a primeira vez que eu ia a um evento como aquele, e provavelmente seria a última, então o mínimo que eu podia fazer era me divertir.

– Sei que já disse isso, mas estou muito feliz por encontrar você, Becky. – disse com um sorriso Angela, uma mulher de uns cinquenta anos com um vestido que provavelmente valia duas ou três vezes o meu aluguel. – Principalmente com alguém nos braços.

Senti meu rosto ficando quente, mas um gole de espumante me ajudou a disfarçar.

Fazia alguns minutos que estávamos conversando com ela. Permaneci o tempo todo em silêncio, observando aquela mulher, fascinada. Sua elegância e sua postura me deixaram pasma. E, ao contrário de algumas pessoas ali, Angela tinha um olhar gentil. O fato de ser ela a mente por trás daquele evento era a cereja do bolo.

– Então, me conte. – disse Angela, quase fazendo um biquinho – Você também vai participar do leilão deste ano, imagino? Ainda não consegui dar uma olhada na lista final.

– Vou sim, claro.– respondeu Becky, em pé ao meu lado.

Até aquele momento não tínhamos tido tempo para falar sobre como seria a coisa de eu dar lances por ela. Quando eu estava começando a ligar os pontos, entramos na festa e ficamos indo de grupo em grupo, então não tive tempo de perguntar a ela como seria.

Angela bebeu um gole.

– Que bom ouvir isso. Eu estava em dúvida, para ser sincera. – disse ela, jogando a cabeça para trás e rindo. – O leilão do ano passado foi… intenso. Muito divertido, para dizer o mínimo.

Becky se agitou ao meu lado. Olhando para ela, percebi pela tensão em seus ombros que ela estava ligeiramente desconfortável com o rumo da conversa.

Isso aguçou minha curiosidade.

– Que bom que você trouxe alguém esse ano. Tenho certeza de que vai animar a noite. – disse ela, e então se virou para mim. – Freen, querida, espero que esteja pronta para uma disputa acirrada.

Senti Becky ficar ainda mais agitada.

– Acirrada? – repeti, pensando nas palavras dela “Esta noite você vai dar lances pra ficar comigo, Sarocha” e percebendo que talvez eu estivesse ali exatamente por isso.

Uma Farsa de Amor na TailândiaOnde histórias criam vida. Descubra agora