Vinte e quatro ✈︎

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Quando entrei na sede da InTech naquela segunda-feira, era como se eu tivesse engolido uma bola de chumbo com o café da manhã.

E a cada passo que eu dava em direção à minha sala, a sensação ficava mais forte, como se a bola estivesse se expandindo e ocupando cada vez mais espaço dentro de mim.

Eu não ficava tão... inquieta desde aquela ligação terrível algumas semanas antes, quando fiquei sabendo que Billy estava noivo. A ligação em que a mentira tinha surgido.

Mas aquilo era diferente, não era?

Aquele peso no estômago não tinha nada a ver com algo que eu soltara sem querer em um momento de desespero e estupidez.

Mas talvez tivesse.

Porque, por mais que reconhecer que o incômodo tivesse a ver com o modo como Becky e eu deixamos as coisas no sábado fosse a última coisa que eu queria, eu precisava fazer isso. E por mais que eu me recusasse a gastar mais um segundo me preocupando com o assunto, eu me preocupava.

O que era absolutamente ridículo. Por que eu permitira que o sábado - ou ela - tivesse algum lugar especial na minha mente?

Eu não tinha motivo nenhum para querer isso. Não conscientemente, pelo menos. Não éramos amigas. Não devíamos nada uma a outra.

E o que quer que Becky tivesse falado - ou feito, ou sua aparência, seu cheiro, ou o jeito como sorriu ou me abraçou ou o que quer que tivesse sussurrado no meu ouvido - não deveria ter me atingido.

Mas, pelo jeito, minha cabeça não pensava assim.

"Ser sua amiga nunca passou pela minha cabeça."

Ela não poderia ter sido mais clara.
Por mim tudo bem. Eu também nunca quis ser amiga de Becky. Tirando talvez nos primeiros dias dela na InTech.

Mas isso fazia muito tempo. Ela estava na minha lista de desafetos por um motivo e jamais deveria ter saído de lá. O único probleminha nisso tudo era que eu meio que precisava dela. E eu... Meu Deus. Eu lidaria com isso depois.

Tentando deixar de lado todo o drama com Becky e enterrando bem fundo aquele núcleo de ansiedade para que não crescesse e virasse outra coisa, coloquei a bolsa na cadeira, peguei meu planner e fui até a sala onde fazíamos o Café com Notícias mensal.

Jeff, nosso chefe, e todas as cinco equipes que ele coordenava participavam da reunião. E não, não tomávamos café da manhã e assistíamos ao jornal. Infelizmente.

Era só uma reunião mensal com café ruim e uma coisa que deveriam ser biscoitos, na qual Jeff atualizava a divisão com as últimas notícias e anúncios.

Uma das primeiras a entrar, me sentei no lugar de sempre, abri o planner e repassei alguns lembretes que eu tinha anotado para a semana enquanto a sala ia se enchendo.

Sentindo o toque suave de uma mão em meu braço e o aroma suave de pêssego, virei, já sabendo quem eu encontraria sorrindo para mim.

- Ei, Jim's ou Greenie's no almoço? - perguntou Rosé em voz baixa.

- Eu venderia a alma por um bagel do Jim's, mas é melhor não.

Aquele definitivamente não era um dia para salada; meu humor pioraria ainda mais, mas o casamento estava chegando.

- Vamos de Greenie's.

- Certeza? - perguntou Rosé, olhando para os biscoitos que estavam na mesa estreita na entrada da sala. - Meu Deus, parecem piores do que nunca.

Dei uma risadinha e, antes mesmo que eu pudesse responder, meu estômago roncou.

- Estou me arrependendo de não ter tomado café da manhã. - Resmunguei, olhando para ela com uma careta.

Uma Farsa de Amor na TailândiaOnde histórias criam vida. Descubra agora