Trinta e nove ✈︎

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Pelo caos ao meu redor eu diria que tínhamos um probleminha.

- Eu não acredito. - exclamou minha prima no meio do círculo quase perfeito, jogando os braços para cima como se o mundo estivesse prestes a acabar. - Não podemos jogar assim. Cancelem tudo. Isto é um desastre. Não, não, não.

Ela pegou algumas das camisetas da caixa aberta que estava aos seus pés e jogou-as no chão.

Eita.

- Esses malditos...

- Calma, mulher! - interrompeu Nam.
- Não tem importância. São só camisas.

Nossa prima engasgou e sibilou algo bem desagradável para minha irmã, que ladrou um insulto em troca.

Becky se inclinou para o lado e perguntou em voz baixa:

- O que está acontecendo? Não é melhor a gente correr?

Sufoquei uma risada. Não queria deixar Kade ainda mais irritada. Ela estava prestes a chorar ou virar a versão feminina do Hulk, e teríamos que lidar com as consequências de uma coisa ou de outra.

- Houve uma confusão com as camisetas da partida de futebol. - expliquei com um suspiro. - Parece que mandaram as do Time do Noivo com defeito.

- Não podemos jogar com as roupas que estamos vestindo? - perguntou aquela pobre alma que era minha namorada de mentirinha.

Kade virou na nossa direção.

- O QUE ELA DISSE? - gritou minha prima.

- NADA! - respondi, erguendo as mãos, e então virei para Becky. - Fala baixo. Você não viu como ela reagiu quando Tom perguntou por que ela não distribuiu as camisetas no começo? Ou quando Char disse que teria sido mais inteligente checar os tamanhos antes?

Becky apenas estreitou os lábios.

- Exatamente. Ainda bem que minha irmã interferiu antes que ela rebatesse. Porque a família pode ser dura na queda, mas ainda assim seria uma carnificina. Sei que você também é, mas preciso de você inteira, ok?

Parei de falar assim que percebi o que tinha dito.

- A gente vai dançar no casamento.

- Eu não vou a lugar nenhum - disse ela. - Posso sobreviver à sua prima. Posso garantir que nós duas ficaremos seguras também. É só você dar o sinal.

Olhei na direção de Kade. Com o rosto vermelho, Nam tentava tirar a caixa da mão dela. Mas minha prima puxava com bastante... violência, se eu tivesse que escolher uma palavra.

Minha irmã gritou, deu um passo para trás e levou as mãos à cabeça.

- Chega. Chega chega chega e chega.

Ela foi até o meio do círculo, com as mãos no ar.

- Nós vamos jogar futebol. Está decidido. - anunciou e virou para Kade. - Eu sou a noiva e vocês são obrigados a fazer o que eu mandar.

Eu ri, o que me rendeu um olhar ameaçador de Nam. Meu Deus, esse casamento vai ser o fim de todos nós.

- Não é o fim do mundo. - disse ela para Kade. - Você. - continuou, agora virando-se para mim - No meu próximo casamento, vamos beber margaritas.

Contive uma risada, mas, sim, eu concordava totalmente.

- Ok! É verão, o sol está brilhando e eu acabei de ter a melhor ideia de todas.

Nam fez uma pausa dramática, olhando para as pessoas no círculo.

- O Time do Noivo vai jogar... sem camisa!

Uma Farsa de Amor na TailândiaOnde histórias criam vida. Descubra agora