Cinquenta e quatro ✈︎

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Como eu tinha sido idiota.
Uma besta absolutamente idiota e estúpida.

Naquela manhã, quando meu alarme tocou um pouco depois do amanhecer e eu me desvencilhei dos braços de Becky em silêncio – mas não em pânico –, imediatamente me arrependi de aceitar encontrar minha irmã horas antes do casamento.

Então, depois de arrumar tudo e me preparar para sair, logo antes de sair do quarto sem acordá-la – embora eu já tivesse descoberto que ela também tinha o sono pesado –, cheguei perto bem de mansinho e dei um beijo suave em seu rosto. Porque na verdade eu não queria ir, e eu era uma mulher muito, muito fraca no que dizia respeito a Becky.

Por precaução, deixei um bilhete dizendo que a veria em algumas horas porque me arrumaria com Nam.

Charo a levaria até o local do casamento.

Seja forte e não se entregue, escrevi. E assinei Com amor, Freen.

Essa escolha de palavras fez meu coração parar por um instante, mas disse a mim mesma que não era nada demais e segui em frente.

Menos de uma hora depois de sair, comecei a sentir saudades – a pensar nela e suspirar e me perguntar o que ela estaria fazendo –, então mandei uma mensagem de texto.

Menos de uma hora depois de sair, comecei a sentir saudades – a pensar nela e suspirar e me perguntar o que ela estaria fazendo –, então mandei uma mensagem de texto

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Isso me fez bufar tão forte que a maquiadora acabou passando sombra na minha testa. Ela tentou manter a compostura, mas percebi que ficou com raiva.

Mas nada disso era o motivo pelo qual eu tinha certeza de que era uma besta absolutamente idiota e estúpida.

Entre calçar o salto castanho-claro aveludado e colocar o vestido dourado elegante e leve, de algum modo minha cabeça começou a fazer perguntas. Perguntas importantes.

Será que vou conseguir encontrar Becky na multidão? E: Ela vai ficar bem? Ela vai chegar ao local e encontrar o assento? E a estrela do show: Talvez eu só a veja depois de cerimônia. E se eu não conseguir encontrá-la?

Então, ao chegar ao meu lugar à direita da noiva, em um dia glorioso de verão, rodeada por arranjos de peônias em todos os tons entre o rosa-bebê e o branco perolado, na frente das pessoas que nos viram crescer e nos tornarmos as mulheres que somos hoje, virei a cabeça. E fixei o olhar naquele par de olhos.

Todas as perguntas desapareceram de imediato.

Que besta absolutamente idiota e estúpida eu tinha sido por duvidar que meus olhos não seriam atraídos por Rebecca Armstrong em questão de segundos. Como não?

Ela estava deslumbrante, em pé ao sol. E quando deu aquele sorriso largo e furtivo que eu estava começando a considerar que era só meu, eu seria capaz de jurar que o brilho me cegaria se eu não tivesse piscado. Aquele sorriso – ela inteira – deixava minhas pernas bambas e me dava um aperto no peito.

Foi exatamente por isso que, quando a cerimônia chegou ao fim e Heng quase engoliu minha irmã na frente de todo mundo, virei sobre as pernas bambas.

A multidão começou a jogar arroz e confetes quando os noivos vieram andando pelo corredor, e quando eles entraram em um Fusca amarelo para ir ao local onde tirariam fotos, todos começaram a ir para a área do restaurante.

Uma Farsa de Amor na TailândiaOnde histórias criam vida. Descubra agora