13. Vaza

4 1 0
                                    

Eu estava completamente nervosa com o baile, ontem à noite o meu cabelo foi tonalizado e meu vestido foi entregue. Estou olhando para ele já tem duas horas, completamente paralisada.

Desde ontem as janelas e cortinas estão todas fechadas já que novamente aqueles pontinhos vermelhos estavam aqui dentro, isso quer dizer que tinha alguém nos olhando.

Otto hoje apenas esperou que eu acordasse para avisar que volta apenas para se arrumar, claro que reformou o recado para não sair e não deixar ninguém entrar. Eu tinha tudo para me arrumar aqui sozinha, então não tinha nem motivos para receber ninguém.

Antes de dormir ele me confessou que já matou muitas pessoas e de todas as formas possíveis, que ele não se orgulha do seu passado e como cresceu nesta organização.

Não sabia o que dizer então apenas o abracei e não sei quando adormeci, mas acordei no meio da noite, ainda estava agarrada ao seu corpo, assim que mexo para o soltar ele me puxa de volta.

Se tem uma coisa que aprendi com o Otto é que palavras nem sempre são necessárias com ele, o seu olhar normalmente fala muito mais. Apenas me acomodo novamente nos seus braços.

Ele ainda insistia na pergunta se eu não teria medo dele esse vou ficar ao seu lado, para as duas perguntas eu confirmava com a ressalva dele nunca mentir para mim, mas não posso negar que meu estomago gela cada vez que ele me faz essa pergunta.

Batidas na porta me tiram dos meus pensamentos, não estava esperando ninguém e até onde sei Otto não combinou nada com ninguém. Vou até a sala onde encontrei os fones e ligo as televisões.

Ali estavam todas as câmeras, até mesmo as que ele colocou escondidas. Para a minha não tão surpresa era a Mimosa ali fora, ela estava bem nervosa e olhava para os lados como se estivesse se escondendo de alguém.

— Shiii... — a voz do Otto no meu ouvido e suas mãos na minha cintura me fez pular de susto.

— O que a mimosa está fazendo aqui?

— Não faço a menor ideia — ele ainda olhava para as câmeras e foi neste momento que uma ideia nada genial surgiu.

O puxo para a sala o empurrando contra o sofá, eu não tinha muito tempo, pois ela estava tentando invadir a todo custo. Respiro fundo, juntando coragem e afastando os pensamentos das consequências que isso vai ter.

Puxo a blusa do Otto a tirando enquanto sento em seu colo, ele me olhava de forma tão intensa que cheguei a paralisar alguns instantes. Mas assim que a porta fez o barulho que iria abrir, ele que retirou a minha blusa.

O problema é que eu não estava de sutiã, como ia passar o dia sozinha não achei que fosse necessário o uso dele. As suas mãos foram mais rápidas me empurrando para deitar no sofá.

A sua boca descendo pelo meu pescoço indo para o meu colo me fez mudar de planeta e esquecer completamente que tinha uma mimosa ali parada na porta. Somente quando ela o chamou que me lembrei onde estava.

— Vaza e não nos atrapalha — puxei Otto pelos cabelos contra o meu corpo novamente e pude sentir a sua risada contra a minha pele.

— Como pode fazer isso comigo? — a voz dela estava embargada e por alguns segundos eu fiquei com pena dela, mas foi tão poucos que acabou muito rápido.

— Mas é uma empata foda mesmo — resmungo empurrando Otto para sair de cima de mim, pego a blusa dele e a coloco olhando para ela, não tinha coragem de olhar para ele — Escuta aqui, vamos deixar as coisas bem claras, a fila andou, você não serve mais, então cai fora, se de o valor e saiba que é uma gostosona e vai pegar outra pessoa, pois aquele homem ali é meu agora.

— Que merda...

— Calada, pois eu ainda não terminei — ergo o dedo a encarando diretamente nos olhos, minha petulância e ousadia vieram muito a calhar agora, pois de acordo que eu andava na sua direção ela se afastava — Vou ser mais direta, tá vendo aquela boca? É minha, assim como aquele corpo, a mente e a alma dele.

Quando terminei de falar ela já estava para o lado de fora, então foi preciso apenas empurrar a porta na cara dela, e devo admitir bater à porta na cara da mimosa foi muito satisfatório.

Não sei de onde tirei essa coragem toda, mas agora ela simplesmente sumiu me deixando sozinha com o Otto. Quando me virei engolindo seco, ele estava sorrindo com os braços cruzados.

— Então eu seu sou?

— Calado — vou em direção ao quarto, pois agora precisava de um banho bem gelado.

Para a minha alegria ele não me seguiu, então consegui tomar o meu banho tranquilamente, ou quase, já que o toque da sua boca estava bem fresco na minha memória.

Quando finalmente saí, ele estava me esperando no quarto, me informou que deixou alguns lanches prontos na cozinha e que já tinha providenciado a troca da tranca da porta.

Não ousei contestar e muito menos desobedecer, quando retornei ele estava apenas com a calça, seu olhar era intenso e deixou as minhas pernas moles. Precisava me sentar ou iria sentar nele... Meu deus, eu estou perdida, preciso pensar em outra coisa.

— Durante o baile, algumas pessoas vão se aproximar, preciso que tenha em mente que eles são os membros do alto escalão e...

— São perigosos e muito importantes — ele confirma com a cabeça pegando o secador das minhas mãos e começa a mexer no meu cabelo, eu vou desmaiar a qualquer momento — O que precisa para poder sair desta vida?

— Morrer ou me casar — acabo engasgando com o ar, não esperava por esta resposta.

— Situação delicada essa.

— Um pouco, por isso mesmo que estão todos de olho.

— Vou fazer o meu melhor — ele acabou sorrindo desligando o secador, ele já havia terminado e devo admitir ficou lindo o meu cabelo.

— Esse é o meu medo roxinha — não sei o que foi pior, o que ele disse, a forma como ele sussurrou no meu ouvido, ou os beijos que ele deixou no meu pescoço e depois saiu do quarto.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora