Fugindo Dele

32. Devo te lembrar?

A mimosa estava escondendo as informações, ela pode ter convencido os outros, mas não a mim. Esse papo de que é proibido ou que ela não tem todas as informações é a pior mentira que ela já deve ter contato.

Não sei explicar, mas consigo sentir a sua preocupação, mas antes que pudesse a pressionar ela foi embora e levou Uragiri, deixando apenas um recado para Otto não me levar de volta.

Claro que ele apenas concordou e não fez perguntas, era o que ele já queria antes, então agora usa isso como argumento. Itoko apenas nos acompanhou com os olhos e sei que ele também desconfia.

Isso teve que ficar para depois, afinal os encontros, ou reuniões como Itoko estava chamando foram antecipadas. A primeira que se reuniu comigo foi a jamaicana, ou como eles mesmo se identificam os Yardies.

Foi até engraçado, pois eles chegaram em quatro homens e uma mulher lindíssima, pelo olhar deles identifiquei que o mandante era ela, ou melhor, a interessada era ela.

Itoko chegou a engasgar quando me intrometi no meio da conversa, falando diretamente com ela. Zuri é o seu nome e devo admitir, nunca me vi em um relacionamento com mulher, mas com ela cheguei a duvidar dessa minha escolha.

Otto entrou na sala com feições nada agradáveis e me puxou contra o seu corpo nos fazendo gargalhar, no final ela entendeu que estão tramando algo grande e se comprometeu a ficar ao meu lado.

Eles não haviam nem saído do escritório com o Itoko quando Otto trancou a porta e voltou na minha direção, ele não disse uma única palavra, apenas me ergueu em cima da mesa.

— Devo te lembrar que você é minha?

— Não estou vendo nenhum anel nos meus dedos — o seu olhar era intenso enquanto as suas mãos apertavam o meu corpo.

— Isso porque elas estão ocupadas — ele puxa a minha mão tocando em seu membro, me mostrando como ele estava excitado — Mas vou colocar um anel enorme nesses dedos lindos assim que terminamos aqui.

A sua boca cola na minha com a mesma intensidade do seu olhar, as suas mãos apenas puxam a minha calcinha para o lado para deixar caminho livre para ele me penetrar.

Os seus movimentos eram brutos e isso não era nada bom, pois descobri que amo deixar o Otto com ciúmes, o sexo depois fica muito mais intenso e gostoso, tanto que acabei gozando rápido demais.

— O quê? — ele sai de dentro de mim de uma única vez, mesmo tendo gozado, eu quero mais.

— Será o seu castigo, ficou rindo demais para os outros.

Apenas respirei fundo, não vou dar esse gostinho para ele, na minha mente apenas repetia, você já gozou, quem está na mão, agora é ele. Esse pensamento me fez sorrir enquanto eu descia da mesa.

— Tudo bem, divirta-se sozinho — aponto para o seu membro ainda ereto — Já que vou ser punida, vou me aproveitar na próxima oportunidade.

O meu sorriso apenas aumentou quando percebi o seu semblante cair, ele vai aprender de uma vez por todas que não deve me castigar, ainda mais no sexo. Saio dali fechando a porta atrás de mim na intenção de impedir dele vir.

Mas assim que dou alguns passos em direção às escadas, ele me pega no colo e vai direto para o nosso quarto, a minha vontade era provocar ele, mas quando a vi as suas veias pulsando achei melhor ficar quieta ou então amanhã eu não ando.

No jantar nem saí do quarto, Otto que me trouxe um lanche e me fez comer a força, minha vontade era apenas dormir. Tanto que assim que comi apaguei novamente acordando com os beijos do Otto na minha nuca.

— Precisa levantar ou vai se atrasar — a sua voz sussurrada foi direto para a minha intimidade e claro que ele percebe isso, pois rir nasalado me dando um tapa na minha bunda quando se afastou.

— Como assim... — a minha voz some quando vou coçar o olho e percebo que estou usando uma aliança.

Mas não nada tradicional, afinal ela era dourada e preta, no meio dela tinha uma linha dourada que dava em um coração, a sua parte preta era fosca deixando o dourado em mais evidência ainda.

— Gostou? — apenas confirmei com a cabeça, já procurando a mão do Otto, mas ele as esconde nas costas, me obrigando a levantar da cama — O que você está procurando?

— Acho bom você estar com uma dessa na sua mão... — ele me prende contra a parede segurando as minhas mãos acima da minha cabeça.

— Se não estiver o que planeja fazer? — enquanto ele tentava me seduzir ou seria ameaçar? Bom, enfim, eu passei meus dedos na sua mão, sentindo que ele também está usando uma — Mas que merda...

— Me deixa ver — ele acaba suspirando, mas abaixa a mão me permitindo observar os detalhes.

A aliança do Otto também era dourada por dentro e um preto fosco por fora, mas a dele ao invés de ter uma linha curvada era reta e no meio da aliança, mas chamava bastante atenção.

Não consegui conter o sorriso que crescia enquanto ele beijava meu ombro, chego a fechar os olhos aproveitando o carinho, mas logo batidas na porta quebrou o momento.

Era Itoko avisando que em uma hora a máfia albanesa iria chegar, eu queria curtir o meu Otto, mas precisava me arrumar, então apenas selo os nossos lábios com um beijo rápido e vou para o banheiro.

Quando saí encontrei um vestido tradicional japonês, não sei o que ele está aprontando, então volto no closet pegando uma saia creme e uma camisa transparente de manga longa preta, ficou mais delicado do que eu imaginava, mas teria que servir já que estava atrasada e ainda precisava comer alguma coisa.

— Puta merda... — Itoko se engasga com o ar assim que me percebe descer as escadas.

— Por que trocou a roupa? — como eu esperava, Otto não ficou nada contente, ou ele me conta com antecedência os seus planos, ou não vou obedecer.