A sua aproximação não me causava medo e sim excitação, não era possível que eu pudesse me sentir atraída por ele, preciso tirar isso da minha cabeça de qualquer forma, ameaço dar um passo para trás, mas sinto uma dor horrível no meu pé e só não caio por conta dos braços dele que me seguram firmes.
Os nossos olhares estão conectados e novamente ele se aproxima mais até que a sua boca fica próxima do meu ouvido, ali estava ele me chamando de roxinha desastrada, pronto como se não bastasse o roxinha agora tem o desastrada junto.
— Você precisa de um banho.
— Está me chamando de fedida? Pois saiba que sou muito cheirosa tá — ele me olha com a sobrancelha erguida segurando o riso — Para de me olhar assim, tive alguns contratempos, mas sou cheirosa.
— Eu acredito, não venho nesse apartamento tem algum tempo, então use o banheiro do quarto, é o único que está abastecido.
Ele sai do quarto fechando a porta me deixando perdida sem nem saber para onde olhar, mas antes que eu pudesse me mover ele entra novamente no quarto indo até uma porta que dava para um pequeno closet me curvo para ver o que tem dentro, mas só vejo conjuntos de moletom, ele tira um preto e me entrega junto com uma toalha.
— O banheiro é ali roxinha — ele aponta para a outra porta e depois sai do quarto novamente.
Ele ia entrar comigo dentro do banheiro? Nãoooo ele sabia que não tinha nem me mexido ainda.
Tomo o meu banho aproveitando a água quente contra o meu corpo me permitindo relaxar um pouco, quando vou colocar o conjunto que me lembro que estou sem lingerie, mas o conjunto ficou tão grande em mim que nem tem como reparar.
Ao sair do quarto me apoiando nas paredes, pois o meu pé agora está doendo mais ainda, vou seguindo o cheio de comida, o apartamento não era grande, mas eu estava com dor, então tudo parecia mais longe.
— Vou te dar um remédio para dor, mas primeiro precisa comer.
— Eu estou...
— Me dando muita dor de cabeça, mas mesmo assim não vou te deixar sozinha.
— Obrigada.
— Não agradeça ainda, vou pedir sim algo em troca, mas por enquanto posso deitar e dormir tranquilo sabendo que você não vai fugir à noite, não essa pelo menos.
— Como assim? — ele aponta para o meu pé que está mais inchado que antes.
— Senta.
— Você é mandão.
— Você é fujona, agora senta — ele me empurra contra a cadeira enquanto pega o meu pé o virando em algumas direções, as minhas caretas de dor o divertiam, cretino...— Não quebrou nada, então repouso e anti-inflamatório vão ser suficientes — desta vez ele colocou meu pé com cuidado em cima da outra cadeira — Vou buscar a sua comida.
— Por que está me ajudando?
— Me faço essa mesma pergunta, mas já que comecei não vou parar...
— Já sei — o interrompo sorrindo — Coma — imito o seu jeito e assim que ele começa a rir eu não consigo segurar a risada.
Ele cozinhava muito bem, não foi comida comprada, pois a louça ainda estava na pia, acabei comendo em completo silêncio apenas observando os seus movimentos, ele pelo jeito estava fazendo o mesmo já que repetia algumas vezes o meu movimento.
Assim que terminamos de comer ele me ajudou a chegar na sala, pois quando coloquei o pé no chão choraminguei de dor, não sou de reclamar, mas esse diacho está doendo muito.
Ele me entregou dois comprimidos e já colocou um filme que não faço a menor ideia de qual seja já que adormeci minutos após ele ligar, não sei se foi o remédio, o banho, a comida ou até mesmo a segurança, mas estou me sentindo protegida e consegui dormir muito rápido.
Quando acordei estava em um quarto, com uma tala no meu pé que repousava em cima de várias almofadas, vou firmando a minha vista e me lembro que foi o mesmo quarto que tomei banho.
Espera se eu dormi aqui, onde ele dormiu? A cama estava bagunçada nos dois lados, mas eu sei que sou espaçosa e devo ter bagunçado sozinha. Ainda processando o que poderia ou não acontecer, ele entra no quarto com uma bandeja.
— Não se acostume — a sua voz era séria, mas ele estava segurando o sorriso, ele pode ser uma pessoa legal, dependendo do que ele me peça posso cogitar ficar perto dele.
— Obrigada.
— O quê?
— Por me trazer, me proteger, me alimentar e me vestir... Credo parece que voltei a ter cinco anos — ele não se aguenta e começa a gargalhar.
— Não me lembro de ter rido tanto em toda a minha vida, como estou agora.
— Que bom que a minha falta de filtro o diverte, agora passa essa bandeja, pois o cheiro está ótimo.
Nem lembrei de perguntar se ele tinha ou não comido, eu estava faminta e antes que eu terminasse de comer ele já me entrega dois remédios novamente, começo a sentir o meu corpo ficando mais mole assim que o tempo foi passando.
— Você precisa descansar — nego com a cabeça — Pode ficar tranquila roxinha, nada vai te acontecer agora e não vou fugir.
Me lembro apenas de sorrir com o seu comentário enquanto a voz foi ficando cada vez mais distante, sinto ele me cutucar e me entregar apenas um comprimido antes que o sono me abraçasse novamente.
Acordo apurada para fazer xixi e quanto mais eu tento me espernear para levantar, pior fica a minha situação. Não sei se fiz tanto barulho assim, mas Otto logo entra no quarto com uma cara de quem acabou de acordar.
Sem perguntar nada ele apenas me pega no colo estilo noiva e me leva no banheiro, eu não sabia se ele estava com olho fechado ou apenas com os olhos pequenos de sono.
De qualquer forma, pedi para ele se sair, mas ele apenas bufou e se virou. Parecia que não tinha feito xixi há dias e nem me importei que ele escutasse, afinal eu pedi para ele sair.
— Que horas são?
— Alguma coisa perto das cinco da madrugada, pode voltar a dormir por favor?
— Credo...
— Eu estou com sono poxa — antes que eu possa reclamar de mais alguma coisa, ele me deita na cama caindo ao meu lado já adormecido.
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Fugindo Dele
RomanceIris se vê fugindo com ajuda do misterioso Otto, pois é obrigada a se casar com o CEO Hensei, o problema é que ninguém viu o novo herdeiro e ela não quer ser usada como moeda de troca para manter as aparências de sua família, com ajuda de Otto ela v...