Fugindo Dele

50. Meu lado ou do dela?

Desde a ordem para defender Furui me foi dada eu entendi que estava sendo descartado, só não morri, pois Wenyi deixou claro que estava do lado da Iris. Shimazu não me queria mais próximo a ela ou então ele perdeu o controle das coisas.

De qualquer maneira, quando retornei fui punido, o que quase me matou, já que falhei na proteção do meu alvo. Morrigan por mais que ela ficasse ao meu lado, não conseguia mais disfarçar o seu incomodo.

— O que está escondendo de mim — a vejo pular de susto com a minha voz — Saiba que vou descobrir cedo ou tarde.

— Não deveria estar preocupado com isso, afinal você quase morreu e tudo por conta dela.

— Morrigan...

— Não vai defender ela.

— Acreditei que queria a sua irmã como amiga e aliada.

— Ela não me aceitou, agora por favor fique calado a sua punição ainda não terminou — apenas a olhei, sei que ela deve ter usado a sua influência para conseguir impedir que a punição vá até o fim.

Não demora muito escutamos passos e o próprio Shimazu entra no quarto, ele já chegou implicando com a Morrigan que deveria estar ao lado da Iris e não aqui bancado a boa namorada.

Precisei juntar forças para não sorrir, afinal escutar da própria boca do meu sogro que ele já me enxerga como o seu genro é algo gratificante, afinal ele deixou bem claro que nunca iria me aceitar.

Pela conversa dos dois o casamento da Iris com o Shinigami já ocorreu e por algum motivo que os dois fizeram questão de pular estamos proibidos de chegar perto dela.

Isso apenas serviu para me deixar mais alerta, afinal o Shinigami sempre foi o preferido do Shimazu e nem ele mesmo pode comparecer ao casamento. Mas vou ter que esperar mais alguns dias para respostas.

No outro dia, cedo, a Morrigan me acordou já me empurrando para fora da cama, ela me pediu para confiar nela e que no caminho me explicava tudo, porém não foi bem assim que aconteceu.

Já no carro ela desconversou todas às vezes que perguntei o que havia de errado, porém durante o caminho consegui perceber que estávamos indo até a Iris, mas tudo estava bem diferente, os homens da Tríade haviam sumido.

Enquanto que os homens do Partner estavam por todos os lados, antes mesmo que conseguimos chegar no portão fomos barrados e alertados que a nossa presença não é bem-vinda.

Morrigan tentou argumentar que precisava conversar com a sua irmã e não iria embora sem conseguir isso. No começo eles se mantiveram firmes, mas logo alguém liberou a nossa entrada.

Porém, estávamos sendo escoltados e fomos levados para uma casa lateral, mesmo com eles me mandando olhar para a frente consegui perceber que a segurança na casa principal foi reforçada.

— Se não me contar os seus planos, como vou conseguir te ajudar?

— Apenas me mantenha viva — não gostei da forma arrogante que ela falou comigo.

Esse mesmo tratamento já me fez odiá-la muito e toda a melhora em seu comportamento pelo jeito regrediu. Travei no lugar não acompanhando mais eles e logo uma arma foi posta na minha cabeça.

— Você deve ser o bichinho dela, se quer permanecer vivo sugiro que suma da nossa frente — a voz do Partner era baixa e definitivamente mortal — Só está aqui dentro a pedido da minha filha, caso contrário seria executado ali no portão.

— Pularam alguma informação, afinal até onde fui informado era é a filha do Shimazu...

A minha voz some no final já que o velho me apertou com força no pescoço, porém a voz dos mais novos chamaram a minha atenção, eles estavam expulsando a Morrigan da forma mais grotesca possível.

Me solto e mesmo com dor corro até a casa principal, mas Druga me para na porta avisando que ninguém entra na casa, afinal os pombinhos estão em lua de mel, foi a última coisa que vi já que me apagaram em seguida.

Quando acordei novamente estava na maca e desta vez a Morrigan estava ao meu lado, o seu rosto estava cheio de hematomas assim como o seu corpo, os meus dedos passam por eles a acordando no processo.

— Preciso de respostas e tem que ser agora — viro o seu rosto para mim a força — Ou me conta tudo, ou estou caindo fora.

— Vai mesmo me abandonar? Olha o que fizeram comigo? — o seu olhar e a sua voz estavam carregados de ódio e isso nem de longe era algo bom.

A Morrigan não é conhecida por ser a pessoa mais calma e doce, quando ela quer alguma coisa ela passa por cima de quem for para conseguir. O meu problema é saber o que ela tanto almeja para adiantar alguns passos ou vou acabar sendo morto.

A porta é aberta com força nos assustando, mas o pânico mesmo se instalou quando Shimazu puxou a Morrigan pelos cabelos para fora do quarto, no mesmo segundo que me levantei me apagaram novamente.

Assim foi por horas e todas às vezes que acordava escutava os gritos da Morrigan, chegou ao ponto que mesmo desmaiado eu já estava a escutando me pedir socorro e também para que ele parasse.

Não sei quanto tempo isso durou, mas quando finalmente me permitiram acordar eu ainda estava amarrado, tudo estava escuro, porém o choro baixo chamou a minha atenção.

— Ei... — a minha voz estava baixa, afinal não tenho certeza se estamos sozinhos ou pelo menos seguros.

— Ela vai pagar, os dois vão pagar tanto essa imunda como ele — a voz dela era fria e perdida como se estivesse conversando consigo mesma em um surto psicótico.

— Morrigan — a minha voz mais alta a fez pular de susto e logo uma adaga estava no meu pescoço.

— Também prefere aquela imunda? Não sou boa o suficiente para você? Me diz Uragiri quem está aqui agora?

— O que falaram para você? — ela coloca a adaga novamente no meu pescoço já que havia descido ela pelo meu peito — Cuidado, nem tudo pode ser real, Shimazu é famoso pelas suas torturas mentais.

— Não... Ele apenas falou a verdade, como nunca disse antes, mas me entendo com ele depois, eu quero saber de você está do meu lado ou do dela?

Não soube o que responder, não sem antes saber o que realmente está acontecendo e sem esperar a minha resposta a Morrigan me beija com desejo enquanto desce aquela adaga cortando a minha roupa por onde passa, forço para me soltar, porém, consegui apenas balançar a maca onde estava.