34. Abusada e Ousada

4 1 0
                                    

Hoje temos a reunião com a Yakuza, mas desde cedo tanto o Itoko como o Otto, estão estressados e agitados, mas nenhum dos dois me falam o que realmente está acontecendo.

Entro no escritório de forma silenciosa enquanto os dois estão na sala me esperando descer do quarto. Fecho a porta da forma mais silenciosa que consigo e vou direto no computador do Itoko que ainda está ligado.

Começo a mexer nos arquivos em que estão abertos e encontro o motivo dessa agitação toda, tanta a Yakuza como a Tríade está vindo hoje. Isso nem de longe era o melhor cenário.

Como vou confrontar os dois ao mesmo tempo? A minha mente começa a criar caminhos de como conduzir esse encontro que nem percebo quando Itoko para na minha frente.

— Respira roxinha, está até sem cor — ele abaixa a tela do computador me olhando diretamente nos olhos.

— As duas juntas... Por quê? Eu... — as palavras começaram a sair sem coerência da minha boca, não conseguia formar uma frase decentemente.

— O que aconteceu? — escuto a voz do Otto, mas não consigo me mexer ainda estou focada em me manter respirando e não surtar de vez.

— Ela descobriu sozinha que vai encontrar os dois daqui a... vinte minutos.

— Não está ajudando merda — Otto o empurra para o lado e se abaixa a minha frente pegando as minhas mãos tremulas — Droga estão muito geladas.

— Um calmante seria legal, mas em outra ocasião agora preciso dela bem atenta — Itoko me olha de cima e isso fez o meu sangue ferver.

— Escuta aqui tokotoko, não me olha assim — me levanto com tudo e só não vou para cima do Itoko, pois Otto me segurou — Nunca mais me olhe dessa forma, ou vou socar a sua cara e deixar esses seus olhos fechados por semanas.

— É disso que estou falando, a minha roxinha voltou — ele ergue as mãos em forma de rendição e sinto o aperto do Otto na minha cintura — Sua roxinha, ela é totalmente sua — ele pisca para mim, sabendo isso irritaria o seu primo.

Agora foi a minha vez de segurar Otto, já que ele queria ir atrás do seu primo, preciso o lembra que o Itoko adquiriu o péssimo costume de nos tirar do sério usando a desculpa de me treinar.

Eu claro que me aproveito da posição de aprendiz e sempre jogo algo na sua cabeça, às vezes acerto, outras ele é mais rápido, mas nem sempre ganhamos, infelizmente.

Chamo a atenção dos dois para o plano de conter e afrontar, ao mesmo tempo, as duas máfias e para a minha surpresa e desespero eles me olharam sem resposta, ou seja, vai sobrar isso para mim.

Então neste caso, subi e fui me trocar, quero chegar na sala causando e estou formal demais, subo as escadas correndo e quando entro no quarto já retirando a minha roupa e quando termino de colocar uma calça pantalona cintura alta creme e um cropped rosa amarrado nas costas me assusto com a figura do Otto me olhando intensamente.

— Não vai usar essa roupa, mostra pele demais — não era somente o seu olhar que estava carrancudo, o seu rosto chegava a se contorcer para não explodir de ciúmes.

— Vou ter que me virar com eles, então vou, sim, usar essa roupa e se reclamar eu coloco uma bem curta e transparente.

Passo por ele indo em direção aos perfumes, mas ele me segura me puxando contra seu corpo, as suas mãos passam pelas minhas costas de fora e logo descem até a minha bunda me erguendo no seu colo.

O meu corpo começou a esquentar, mas não chegamos nem nos beijar já que Itoko bateu na porta avisando que eles chegaram. Respiro fundo pegando uma sandália de salto alto e fino, Otto a pega da minha mão e a coloca nos meus pés, aproveitando para subir as mãos nas minhas pernas por dentro da calça.

Esse homem quer me deixar louca de tesão, só pode, me afasto dele descendo as escadas encontrando todos me olhando como se eu fosse o prato principal, mas os seus sorrisos desaparecem quando Otto aparece logo atrás.

Um deles faz um comentário no idioma que não entendo e em resposta Otto apenas beija a minha aliança deixando a dele a mostra, dou um tapa na sua cabeça enquanto seguro o sorriso, mas no final ele sorrindo me desmontou inteira.

— Como podem perceber, não estou disponível.

— Você não passa... — jogo o grampeador na cabeça do primeiro que resolveu me interromper e logo outros se levantaram.

— Estou falando seu mal-educado — respiro fundo voltando até a frente da mesa e me encosto nela — Vou direto ao ponto, acredito que quase todos aqui são inteligentes para perceber que a proposta que receberam nunca foi válido, o intuito delas era apenas causar a discórdia entre vocês.

— Quem mais recebeu? — um dos mais silenciosos da Tríade que me pergunta olhando diretamente nos olhos.

— As mais poderosas.

— Imagino que a sua abordagem foi a mesma — o sorriso malicioso de um membro da Yakuza me irritou e joguei o peso de papel nele, mas ele pegou no ar me olhando intensamente — Errou.

— Distração, já ouviu falar? — Itoko engatilha a arma encostando na cabeça dele e isso o fez bater palmas.

— O que deseja senhora Hensei? — ele aponta para a aliança enquanto Itoko se afasta vindo ao meu lado pegando algumas pastas e entregando a eles.

— Quer declarar guerra — o da Tríade pensa alto enquanto o outro apenas confirma com a cabeça — Já tem o apoio da maioria porque nos chamou?

— Porque quero ganhar a guerra.

— Está mexendo com pessoas muito perigosas, Senhora Hensei, mas gosto da sua postura, é abusada e ousada, pode contar com a Yakuza em todos os seus empreendimentos.

— A Tríade também oferece lealdade, mas por favor quando for se divertir lembre de nos convidar para a festa — ele aponta para o Otto que não esboça nenhuma reação.

— Mais uma coisa — me apresso em dizer já que Itoko se apressou a conduzir todos para fora — Sigilo total.

— Não esperávamos mesmo e acredito que falo pela Tríade também que ganhou o nosso respeito, então o sigilo é o principal — o representante da Yakuza me responde enquanto a Tríade apenas sorriu e confirmou com a cabeça.

Itoko apenas olhou para Otto em forma de repreensão, já que ele deixou escapar o seu olhar de espanto na minha direção. Os dois, ao contrário do que Itoko e Otto acreditavam que eles podem se estranhar e explodir a qualquer momento, estavam bem relaxados.

— Conquistou o seu território, como se sente? — Otto me abraça e agora me permito desabar o deixando preocupado.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora