19. Algumas explicações

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Otto se mostrou uma pessoa muito carinhosa desde o começo, mas esse seu lado na cama era a melhor versão, não sei como ele é com as outras e sinceramente não quero nem pensar.

Por falar em pensar, está na hora de ir, me levanto com tudo da cama e corro para o banheiro, escuto ele me chamar, mas não consigo responder. Preciso focar, banho, ir embora, procurar algum lugar.

— Já disse que não vou deixar você ir — ele me abraça por trás colocando o seu corpo no meu.

— Você não...

A minha voz morre ao sentir a sua mão me tocando novamente, ele não deveria ter esse poder sobre mim, mas eu estava completamente entregue e era sempre nestes momentos que as coisas complicavam para o meu lado.

Os seus beijos pela minha nuca e os seus toques nublaram a minha mente e quando percebi já estava com a minha mão no seu membro o conduzindo para me penetrar.

Acho que posso aproveitar mais um pouco e depois eu vejo esse negócio de ir embora. Com todo cuidado, ele me curva um pouco para frente enquanto segura no meu quadril.

Seus movimentos são mais intensos me fazendo gemer mais alto, sinceramente não me reconheci, ou melhor, nunca ninguém me tocou dessa forma e agora eu não sei se quero viver sem.

Após nós dois gozarmos ele fez mesmo ensaboou o meu corpo, seus toques eram maravilhosos e certeiros, quando me virei para fazer o mesmo o senti ficar mais tenso, mas ele não me parou.

— Como?

— O quê?

— Você não deixa ninguém te tocar — ele confirma com a cabeça mesmo não sendo uma pergunta — Como faz?

— Você quer saber como transava? — ele segurava a risada e percebi que não deveria ter perguntado, mas apenas confirmei com a cabeça.

— O que está fazendo? — ele me virou com tudo prendendo as minhas mãos contra a minha barriga e me prensando contra a parede.

— Assim — ele volta a se esfregar em mim por trás e um gemido escapa dos meus lábios — Não sou nada do que fui com você hoje, não me importo com mais nada apenas em terminar logo.

A sua voz estava amarga, ele me solta e começa a dar beijos no meu ombro enquanto me abraça como se eu fosse sair correndo a qualquer momento. Espera eu estou com planos de sair correndo a qualquer momento.

Ou tinha, já que ele estava quase me convencendo do contrário agora. Pensando bem, a forma como ele trata todos e até mesmo como tratou o xinguilingue é muito diferente da forma como ele me trata.

Até mesmo quando ele implica comigo é de uma forma carinhosa. Me viro para ele segurando o seu rosto e resolvo dar a oportunidade para ele me contar tudo e com isso o plano de fugir foi adiado.

— Está me devendo explicações.

— Tudo bem, mas vamos para cama primeiro — confirmo com a cabeça saindo do chuveiro.

Me enrolo na toalha para me secar ciente que os olhares do Otto estão em mim enquanto ele ainda está debaixo da água. O calor volta para o meu corpo e meu rosto esquenta por pensar em quando eu fiquei tão safada assim.

Antes mesmo que eu pudesse pegar alguma roupa, dou um pulo de susto, pois Otto pegou uma das suas camisetas e colocou em mim. Até onde eu sabia ele estava no banheiro ainda.

— Assim você fica mais linda — voltei a ficar com vergonha com a sua fala e nem me atrevi a olhar para ele, sei que o meu rosto está vermelho.

Os meus olhos percorrem o quarto e uma onda de calor abraça o meu corpo, foi inevitável não olhar as roupas no chão e não lembrar o que fizemos, parece que fui atropelada pelo sexo e sinceramente pode me atropelar quantas vezes quiser.

— Aquela festa de noivado era minha, sim, mas a noiva é você — travo no meio do caminho com a sua fala, ele me solta uma dessa sem nem explicar antes.

— Mas eu disse...

— Sim, por isso que fui chamado aquela hora, eles querem me pressionar a ficar na organização e agora estão querendo usar você.

— O que eu tenho a ver com isso, Otto eles não... — a minha voz some ao perceber que eles podem querer me matar.

— Não vou deixar perto de você nem que para isso eu precise voltar.

— Mas se você voltar — não tenho coragem de terminar a minha frase, sei que não posso pedir ou sentir nada por ele, mas isso me doeu.

Seus braços me puxam contra o seu peito e me acabo me encolhendo, Otto me explicou por cima que sobre os nomes e a tentativa de compromisso com a Morrigan, ele enfatizou que ela é filha do Shimazu e que o mesmo agora está incentivando o nosso casamente.

Não consegui afastar da minha cabeça que eu fugi para não casar e agora outras pessoas querem me obrigar a casar novamente, o que esse povo tem na cabeça que só pensa em casamento, ou melhor, pensam em me casar.

Descobri que Uragiri é um Karito, ele também é da mesma área do Otto, porém abaixo hierarquicamente. Otto em alguns momentos pensava muito para me contar, me deixando em alerta, pois ele ainda está escondendo as coisas de mim.

De qualquer forma ele vai acabar me contando, seja por bem ou por mal, mas vai. Não faço a menor ideia que horas eram, mas minha barriga roncou e gargalhando fomos para a cozinha.

Uma sensação estranha me abraçou, não sei explicar, mas de qualquer forma fiquei em alerta, antes de ir para a cozinha coloco uma calça de moletom. Otto me olhou curioso e quando expliquei ele já juntou duas bolsas com roupas e eixou dentro do carro.

— Se não for nada, daqui a alguns dias tiramos as bolsas — ele me dá um beijo na testa, mas eu o puxo de volta beijando a sua boca.

— Agora sim — me viro sorrindo por deixar ele sem reação, mas antes mesmo que eu chegasse à cozinha ele já estava me abraçando pela cintura.

O momento era de alegria, mas a minha intuição ainda estava me mandando ficar em alerta e foi graças a isso que consegui ver uma sombra onde não tinha, porém, eles foram mais rápidos.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora