11. Ela pode

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Após todos saírem, Otto parecia perdido em seus pensamentos, eu particularmente não gostei nenhum um pouco das opções impostas até que conseguimos chegar em um meio-termo.

Estou fugindo de lembrar o momento que Otto me defendeu contra os meus cabelos coloridos, não esperava essa reação dele e isso mudou algo dentro de mim, não somente isso, mas o nosso quase momento antes também foi bem intenso.

— Roxinha...

— Desculpa, o que foi?

— No que tanto pensa? Estou te chamando tem alguns minutos — senti o meu rosto queimar e quando encontrei o seu olhar foi ele que começou a ficar vermelho — Vou buscar as malas e...

— Não quero ficar sozinha — o interrompo logo de uma vez, ele não vai fugir e principalmente me deixar sem saber de nada aqui dentro.

— Então vamos à cidade que tem aqui próximo, precisamos comprar algumas cosias.

Ver ele sorrindo era muito bom, mas me deixava toda boba também e isso não vou deixar ele perceber. Quando saímos com o carro consegui perceber que estávamos sendo seguidos novamente.

O seu olhar seguiu o meu e um sorriso de satisfação cresceu no seu rosto, ele me explicou que existem hierarquias aqui dentro dos Asashin isso eu já havia percebido, não sou tão lerda, mas não interrompi, gostava de ouvir a sua voz.

Ele não participava ativamente das missões, mas era chamado quando tudo dava errado, ele travou no começo tentando escolher as palavras, mas foi apenas mencionar as tatuagens que ele voltou a contar.

Enquanto estávamos dentro do carro ele falou, sorriu e até mesmo brincou comigo deixando as coisas mais leves, mas o seu comportamento mudou completamente quando descemos do carro.

Desde o momento que nos encontramos esse lado "aberto" era exclusivo meu, ou pelo menos agora era somente meu, mas o que aquela mulher falou ainda estava martelando na minha cabeça.

Mas esses assuntos eu sei que posso tocar somente quando estivermos sozinhos. Enquanto estávamos pegando comida e produtos de limpeza, consegui perceber que haviam homens nos seguindo.

Otto não se importou, mas estava sempre acompanhando eles com o olhar e manteve a sua postura fria, o quase já que perto de mim ele acaba se soltando, nem que seja para implicar comigo.

— Quer um banquinho? — estava tentando pegar uns dos chocolates enquanto ele apenas me observava segurando a risada já que não alcançava.

— O que é isso? — aponto para a última prateleira e quando ele se abaixa para ver, subo em suas costas e finalmente alcanço o que queria.

— Poderia ter me pedido — ele ainda me olhava segurando o riso, após já ter colocado os chocolates no carrinho, mas apenas dou de ombros o fazendo soltar uma risada baixa.

— A ideia foi sua.

— Não mandei me usar de banco.

— Mas também não se negou — o puxo contra o meu corpo assim que uma criança passa correndo gritando e logo duas crianças vem correndo atrás.

Ali estava o clima que tanto evitamos tocar no assunto, as suas mãos estavam na minha cintura enquanto o meu rosto ainda acompanhava as crianças se afastar. Não queria voltar o rosto, sei que estamos bem próximos.

— Mas que momento mais comovente — a voz daquela criatura fez os meus olhos revirarem, mas Otto apenas sorriu e beijou o meu pescoço a fazendo fingir uma tosse.

— Morrigan.

— Não vai me apresentar Otto?

— Não me chame assim — a voz dele era fria e suas mãos seguravam mais firmes a minha cintura.

— Você gostava quando eu gemia o seu nome — espera ela estava se sentindo ameaçada? Por mim? Ahhhhh eu amei isso.

— Acredito que estou sobrando nesta conversa — me solto dele e quando dou alguns passos ela me chama de bichinho novamente — Posso ser um bichinho, mas sou aquele que está na cama do Otto.

— Não o chame assim — ela dá alguns passos na minha direção, mas ele entra na minha frente e como não tenho um pingo de juízo, abraço Otto pelas costas erguendo a beirada da sua blusa para deixar a minha mão diretamente na sua pele.

— Ela pode me chamar do que desejar.

Ela saiu com tanta raiva que chegou trombar nos outros homens que estavam com ela, escondi o meu rosto contra as costas do Otto para abafar a minha risada, não sei quem é ela ali dentro da organização, mas sei que acabei de declarar guerra contra ela.

Quando fui tirar a mão ele segurou a minha mão fazendo um carinho nela, apenas quando ele suspirou algumas vezes que me soltou, em partes pelo menos já que me virou me abraçando e beijando o topo da minha cabeça.

Ele não me explicou nada por enquanto, mas apenas com o olhar eu sei que ele vai voltar no assunto. Isso era muito louco, pois o pouco tempo que convivemos eu sinto que o conheço tanto, mesmo sabendo que não sei nada dele ainda.

O que ele já me contou e mostrou é muito pouco, mas ainda sim... Merda... E eu estou me envolvendo muito com ele, me solto do seu abraçado sabendo que estou vermelha.

Pego o que mais acredito que vou precisar enquanto Otto faz o mesmo. Após o mercado, passamos na farmácia e até me assustei com a quantidade de remédios que entregaram para ele.

Nenhum daqueles estavam expostos e ele também não fez o pagamento, mas antes de sair me perguntou se precisava de alguma coisa, mesmo com vergonha avisei sobre o meu anticoncepcional.

Não estou pretendendo fazer nada, mas também não planejo evitar o que vem crescendo com Otto. Ele nem perguntou qual eu estava tomando, apenas começou a mexer no celular.

Porém, quando ele pediu para o gerente da farmácia, percebi que o seu olhar veio diretamente para mim, mas desta vez eu não me encolhi e mantive o olhar assim como Otto faz.

Deu certo já que ele abaixou o olhar após alguns segundos e logo trouxe o que Otto pediu, era um dos lançamentos e cheio de tecnologia, sinceramente nunca pensei que iria tomar um desse.

— Podemos ir? — apenas confirmo com a cabeça sorrindo enquanto saímos da farmácia.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora