26. Isole a casa

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Iris retirou o telefone da minha mão perguntando para Itoko se ele conseguiria marcar encontros secretos com todos os envolvidos, precisava tirar ela do celular, eu ela iria cometer mais uma loucura.

Mas como não conseguia pegar o celular a peguei no colo a puxando para cama, Itoko não se aguentou neste momento e começou a gargalhar, a sua risada foi tão espontânea que acabei relaxando.

A Iris deixava bem claro que teria que ser em completo sigilo e que ele poderia informar que ela estaria presente na negociação. Nem esperei desligar o telefone e já a questionei o motivo de se coloca em risco se eu poderia resolver isso de forma rápida.

— Exatamente por isso — ela me dá um selinho me fazendo sorrir — Não vou aparecer sozinha, vou entrar com o Itoko e avisar que não estou disponível.

O mínimo que eles vão fazer será nos matar por ocupar o seu tempo — Itoko responde primeiro e foi aí que comecei a entender o seu plano.

— Isso mesmo Ito... Ito que mesmo? — a cara do meu primo em reprovação me causou risos e agora entendi o motivo dela colocar apelidos, sussurro o nome correto no se ouvido apreciando o seu corpo arrepiar — Então Itoko, eles vão ter duas opções ou morrem, ou se aliam a nós.

Eu achando que ele era esperto, você pensou nisso apenas agora? — ela confirma com a cabeça sorrindo — Meu caro primo, ela é um espetáculo, mas o seu plano é suicida e completamente maluco, estou dentro.

A última vez que o vi assim foi antes de entrar para organização, meu primo já andava de um lado para o outro pegando diversos livros, afinal os contatos precisavam sempre ser manuais para evitar rastreamento.

Comunico que em algumas horas já vamos estar em casa, ele confirma com a cabeça e desliga a ligação. Iris pula da cama animada e já começa a recolher as nossas roupas, mas a paro não podemos levantar suspeitas, então para todos os efeitos vamos apenas dar uma volta.

Quando já estamos saindo mando uma mensagem para Uragiri avisando que vou resolver uma pendência e já retornamos, não o quero envolvido nisso, não sei até onde ele é confiável.

Claro que ele reclamou, mas Iris o acalmou avisando que ele deve terminar logo, pois ela precisa ser treinada. Isso o acalmou pelo menos de início, mas claro que uma ameaça saiu da sua parte antes que desligasse a ligação.

Seguimos para Foz e por conta do horário consigo ir mais rápido já que as estradas estão mais vazias, acho incrível como ela adormece rápido quando estamos no carro, claro não antes me perturbar por quase uma hora que estava com fome.

O lado bom dela estar dormindo é que pude abusar mais da velocidade, já que mesmo sem comentar eu consegui sentir o seu receio quando a velocidade aumentava.

Quando cheguei em casa, a segurança estava reforçada e Itoko me aguardava na garagem. Quando tirei a Iris adormecida do carro, um sorriso escapa dos meus lábios ao perceber o desespero de alguns homens do meu primo.

— Você dopou ela?

— Claro que não — passo pelo Itoko que ainda olhava estranhando a nossa aproximação.

— Preparei o quarto...

— Ela fica comigo, por falar nisso, preciso e roupas para ela.

— Olha...

— Já volto — interrompo Itoko, já até sei o que ele vai dizer, mas primeiro vou acomodar a minha roxinha, ela sem dormir é pior do que sem comer.

Assim que a acomodo na minha cama, ela segura a minha blusa me fazendo sorrir. Sussurro que já chegamos e que vou estar por perto, isso a fez sorrir e se acomodar na cama.

É inevitável não rir baixo quando ela já fica na diagonal ocupando quase a cama toda, mas o sorriso some quando encontro Itoko me olhando como se eu fosse de outro planeta.

Ele foi me atormentando até o escritório, naquele momento ele era apenas o meu primo, mas uma coisa ele estava certo, eu amo essa roxinha e faço tudo o que ela me mandar.

Para evitar qualquer transtorno e até mesmo o Shimazu no nosso pé, liguei para Uragiri pedindo para ele simular que a Iris está no complexo com ele e principalmente que ninguém tenha acesso.

Ele me fez mostrar onde ela estava ou sairia na mesma hora atrás de nós, mas assim que a viu dormindo ele se conformou, ou quase, já que me fez prometer ligar assim que ela acordasse.

Itoko ainda me olhava espantado, não o julgo, afinal nunca dei satisfação para ninguém, para não dar oportunidade dele me perguntar nada, já pedi informações sobre a ordem que a Iris deu a ele.

Não quero admitir, mas ela conseguiu de forma rápida encontrar formas de contornar a oferta que foi feita, ela leva jeito para essas negociações e isso me tranquilizou.

Se tudo der errado e precisar retornar definitivamente para a organização, vou deixar ela na frente da minha família e dos negócios, claro que Itoko vai precisar estar ao seu lado com suporte, mas pela forma como ele já está a elogiando isso será um favor.

Escutamos barulho na cozinha e claro que saímos os dois correndo do escritório, mas assim que encontrei a Iris apenas de blusa e descalça na cozinha fiquei sem ar.

— Isole a casa, ninguém entra e principalmente ninguém olha aqui dentro — a minha voz era baixa e Itoko já me conhecia o suficiente para saber que o primeiro que olhasse para a minha mulher seria morto.

— Eu ainda moro aqui...

— Não nos atrapalhe e principalmente — olho para ele dando alguns passos na sua direção, mas ele não se afasta muito, pelo contrário ele ficou muito irritado.

— Nem termine essa frase, te considero o meu irmão e nunca na minha vida tocaria na mulher que você ama — ele sai resmungando em nosso idioma os xingamentos mais pesados que ele conhece, isso me fez sorrir.

Em questão de minutos a casa estava vazia e somente neste momento que entrei na cozinha me revelando par Iris que escutava música com o meu fone completamente alheia a tudo a sua volta.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora