40. Participar da festa

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Travo no lugar assim que escuto a voz dele, foi como se eu fosse jogada para o passado de uma única vez, essa mesma frase foi dita assim que a minha irmã foi enterrada.

Que ele estava por trás disso, eu tinha noção, mas o quê? Itoko percebe o meu desconforto e me puxa para fora do escritório, mas antes de sair deixo pego um papel e mando Otto concordar que vou com o Druga no final do dia.

Mesmo não gostando do que pedi ele confirmou e logo encerrou a ligação, Druga para a minha surpresa foi mais rápido e já mandou providenciar o seu jato e acomodações no seu complexo.

— Parece que você vai tirar umas férias — Itoko vai me puxando para fora do escritório, por perceber que as coisas vão ficar bem quentes entre Druga e Otto.

— Não vou, essa será a minha primeira manobra Itoko — ele me olhava com tanto espanto que comecei a rir — E sim, eu quero ver o circo pegar fogo, me dê seu celular.

Mesmo hesitante ele me entrega e como o esperado o telefone da Morrigan estava salvo ali, não tive tempo de perguntar, ou melhor, não tive estomago mesmo, no segundo toque ela atendeu ofegante e soltando gritos para não ser interrompida.

Assim que ela escutou a minha voz a chamando de mimosa, ela resmunga alguma coisa, mas consegui entender apenas Uragiri. Segurando a risada já me adiantei pedindo desculpas por empatar a foda dos dois, mas precisava dela aqui e principalmente disposta a me contar tudo que sabe.

Quando desliguei o telefone, Otto e Druga estavam me olhando atentamente, ao percorrer o meu olhar pelos dois ficou claro que eles se atacaram lá dentro do escritório.

— Itoko...

— Depois eu vejo o estrago, quero saber o que tem em mente e como posso ajudar — ele se vira de costas para os dois, evitando os olhares de reprovação.

— Primeiro preciso saber a verdade.

Saio com Itoko escutando as possíveis abordagens que posso receber e uma ideia me fez sorrir, peço a lista de todos que já conversei e ligo um por um. O pedido era claro e simples, todos deveriam espalhar e simular a minha chegada está madrugada.

Para a minha surpresa todos aceitaram de primeira antes mesmo que eu explique o que estava acontecendo, isso me deixou mais tranquila afinal eles estavam cumprindo a parte deles.

Em questão de trinta minutos comecei a receber as notificações que tudo estava certo, no aeroporto particular dos Hensei a programação de aterrissagem de todos os jatos já foram confirmadas para as dezenove horas.

— O que passa nessa cabecinha roxa? — Druga estava interessado e encantado com o que percebia a sua frente, afinal não era nada comum as maiores máfias trabalhando desta forma.

— A frase que Furui disse ao telefone, foi a mesma que escutei quando enterraram a minha irmã.

— Até onde sei você está prometida para os Hensei como pagamento e dívida tem algum tempo...

Ergo o dedo pedindo silencio enquanto puxo as dívidas dos meus pais, elas deixam claro que ele deve milhões para os Hensei, porém não tem destinação deste dinheiro.

Como havia pedido ao Itoko executar essas dívidas, já havíamos descoberto que essas dívidas são mais antigas, mais precisamente da minha mãe. Os dois me olhavam em misto de pânico e admiração por tudo que já havia levantado de informações com Itoko.

Pedi para jogar as dividias antigas como se fosse um mapa daqueles de investigadores, claro que a lembrança de jogar esses tipos de jogos com a irmã veio a mente.

Ela sempre me forçou a jogar de forma séria como se a minha vida realmente dependesse disso, um suspiro escapa quando percebo que agora realmente a minha vida depende disso.

Estava faltando alguma coisa neste mapa, alguma informação que não batia ou estava desconhecida por mim ainda. Fiquei tão fissurada em descobrir o que realmente estava acontecendo que nem percebi as horas se passar.

A minha mente estava girando e não ia chegar a lugar algum, então nada melhor que um belo de um banho. Otto e Druga estavam discutindo em algum canto sobre a minha ida a Rússia.

Itoko foi mais esperto em perceber que a minha jogada era confundir Furui e a organização, afinal todos vão dar sinais que estou com eles, isso me daria um tempo maior para descobrir a sua motivação ou seu ponto fraco.

Estava quase entrando no escritório novamente quando Itoko trancou a porta me alertando que só vai abrir depois que me alimentar, mesmo com ameaças em ficar mais colorido que o arco-íris ele não cedeu.

Nem eu mesma havia percebido que estava com fome até que aquele perfume maravilhoso de comida invadisse os meus sentidos. Como não iria conseguir voltar tão cedo para o escritório, não tive pressa em terminar de comer.

Quando estava me levantando vejo Itoko passar correndo enquanto engatilhava a sua arma, como uma pessoa pensante, mas extremamente curiosa eu fui atrás.

Porém, a minha crise de riso se instalou quando vi o mesmo veio representando a Tríade colocar o terror do lado de fora, ele não matou nenhum dos seguranças do Itoko, porém deixou vários inconscientes.

— Eu te avisei que quero participar da festa.

— Não tem festa e para de dar trabalho — ainda rindo entro negando com a cabeça.

Otto tenta me segurar, mas Druga o puxa para longe e preciso segurar a risada quando escuto a fala do novo convidado que já chegou causando e não foi nada pouco.

— Nossa a que ponto a Rússia chegou, o seu líder puxando o saco de homem — agora foi Otto que precisou segurar o Druga que acabou perguntando o que ele estava fazendo ali, então, cheguei a me virar para escutar a sua resposta.

— Sou do time dos inteligentes, se for para ser mandado que seja por uma maléfica e gostosa mulher — ele pisca para Itoko que confirmar sem nem perceber, deixando tanto Otto como o Druga mais irritados ainda.

— CHEGA — dou um grito já dentro da casa e por incrível que pareça resolveu, eu não esperava por isso, então fiquei parada alguns estantes olhando para eles entrando em silêncio e completamente comportados.

— Me perdoe Mogui... — ergo a mão o impedindo de terminar de falar.

— Sem apelidos, já bastam os que já tenho — ele confirma sorrindo — Qual o seu nome?

— Essa me doeu — ele faz uma cara de ofendido e logo começa a gargalhar — Mentira, já esperava por isso, me chamo Wenyi Huài.

Assim que ele pronunciou o seu nome percebo que Otto fica se reação, como se estivesse surpreso, mas não tive tempo de perguntar já que Otto pulou em cima do Wenyi o enforcando.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora