24. Proteger e Conter

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Não estava entendendo mais nada, mas também não me movi quando percebi os dois voltando para a casa. Os dois estão escondendo as informações, mas não posso negar que isso foi inteligente já que todos fazem isso por aqui.

Shimazu não estava nada contente tanto que deixou transparecer suas emoções, não posso negar essa doidinha consegue tirar qualquer um do sério e isso pode ser a sua ruína.

Infelizmente precisei mostrar quem eu realmente sou, já que alguns homens vieram me atacar, como eu disse agir levado pela emoção é sempre a sua ruína e agora Shimazu se mostrou não muito interessado no bem-estar da Iris como ele tanto fala.

Não cheguei o atacar, não sou idiota a este ponto, afinal ele é um dos membros mais poderoso do alto escalão, ele acaba gargalhando por ver os homens todos mortos aos nossos pés.

Ele estava duvidando da minha lealdade e se antes eu não tinha suspeitas, agora estou eu tenho certeza que essa criatura é a chave para algo muito grande, só preciso descobrir os que tanto interessa ao Shimazu.

No fim ele me disse que era apenas um teste, já que me viu correndo atrás dela como se não conseguisse alcançar, minha vontade era responder à altura, mas era exatamente isso que ele queria neste momento, me provocar para conseguir informações.

Não cheguei onde estou sendo inocente, eu conquistei o meu lugar e não vai ser este momento que vou cair. Ele reforça a ordem que a Iris deve ser protegida, mas agora acrescenta a palavra contida.

Apenas confirmei e saí de perto o mais rápido possível, nunca imaginei que iria presenciar o grande Shimazu abalado por uma criatura pequena como a Iris, mas do que nunca agora não saio do lado dela.

— Qual é a ordem? — Morrigan me puxa contra a dispensa mantendo uma adaga contra a minha garganta.

— O que conversaram?

— Não é da sua conta — o seu olhar era de preocupação, algo que nunca vi antes e só apareceu depois que elas conversaram.

— Proteger e conter.

— Deixa ela em paz — ela tira a adaga do meu pescoço e quando ela vai se afastar a puxo com tudo a beijando em seguida, não era a intenção tocar nela desta forma, mas também não posso nos entregar.

Não demorou muito escutamos passos e Shimazu logo abre a porta, nos pegando no "flagra" ele apenas chamou a sua filha para o escritório e saiu nos deixando a sós novamente.

— Isso está ficando muito maior do que ele imagina.

— Estou do lado dela, não sei o que ela vai aprontar, mas terá o meu apoio — ela vai se afastando, mas logo volta e me beija novamente de forma mais intensa — Não fique no meu caminho, seria um desperdício eliminar você.

— Vai me encontrar muitas vezes ainda.

Por esta eu realmente não esperava, até alguns dias ela tentou matar a Iris e agora está a protegendo. O que foi que elas tanto conversaram? Mas conseguiu a convencer.

Preciso acompanhar isso de perto, então saio a procura dos dois os encontrando na cozinha rindo e comendo. Iris não perde tempo em tirar sarro de mim pela marca do batom da Morrigan.

Ela consegue ser insuportável quando quer, mas quando ela perguntou onde a Morrigan estava eu travei no lugar, Otto percebeu a mudança do meu comportamento e já se antecipou na resposta alertando que ela deve ser punida.

Iris levanta com tudo e tenta sair da cozinha, mas ele a pega no ar explicando que não deve interferir, ele foi mais direto que revelou alguns procedimentos que não temos autorização nem de questionar.

Quando questionei o que ela pretende, sou obrigado a escutar que sou muito lerdo e que ela esperava mais de mim, meu sangue ferver e quando percebi o Otto estava com a mão no meu peito.

— Ela está apenas te irritando, vai por mim, se deixar transparecer vai ser bem pior.

— Boa jogada — com a minha resposta ela soltou a gargalhada que estava presa.

— Não leve para o lado pessoal, mas realmente pensei que fosse mais experto — ela mantinha aquele sorriso debochado no rosto que me fez negar com a cabeça.

— Apenas para ressaltar, paredes tem ouvidos.

— Exatamente e por isso que preciso...

— Aqui está segura, ninguém se atreve a invadir, posso providenciar mais privacidade — conferir o sorriso dela crescer me indicou que estava no caminho certo — Com uma condição.

— Pronto... lá vem...

— Parem de esconder as informações, preciso saber...

— Aquilo que você não sabe, não pode contar — ela se levanta pronta para sair da cozinha — Mas esteja ciente que confio em você e espero que não quebre a minha confiança.

— Tem certeza que ela não é da organização? — pergunto ao Otto que acaba soltando um riso baixo enquanto nega com a cabeça.

— Não desta, mas não nego que essa informação é tentadora.

Assim os dois saíram me deixando ali na cozinha, não me demoro e já vou providenciar o lado sul da propriedade, que está desocupada para ela, assim como prometi.

Ela é a única parte da propriedade que tem uma saída independente e o melhor esquecida. Me lembro de usar essa passagem para fugir quando era criança e queria brincar.

Ali é um lugar a qual me traz muitas lembranças boas, mas nenhuma delas consegue apagar a memória da minha mãe sedo morta por uma das amantes do Shimazu assim que ele assumiu seu posto.

Mas agora isso não é hora de pensar no passado, afinal isso foi há muito tempo e após fica órfão fui acolhido pela organização que me transformou no que sou hoje.

Afasto esses pensamentos e começo a reiniciar o sistema de segurança bloqueando o acesso da casa principal, ou qualquer acesso remoto, minha ordem é conter a Iris, então nada melhor do que a manter aqui dentro.

Pelo menos até descobrir o que ela pretende, daí sim vou decidir qual caminho vou seguir, ir contra Shimazu é o mesmo que ir contra a organização e a única pessoa que tem o poder de ir contra e principalmente conseguir êxito é o Shinigami.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora