15. Considere feito

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Sou chamado na sala dos membros e isso nunca é bom, ainda mais depois do anúncio que o melhor Shinigami pediu para sair da organização. Claro que isso causou um grande espanto, afinal ninguém saí.

Por mais que eles possam te liberar, só existe uma forma de sair que é a morte e no caso deste Shinigami isso é quase impossível, sua fama de ser o melhor não veio do dia para a noite e sim com todos os seus feitos.

— Como sabe estamos com uma convidada mais que especial — Shimazu começa a falar e pelo seu sorriso sei que me chamaram para fazer a limpeza — Não se empolgue a quero viva.

— Quais as ordens?

— Proteja ela, se aproxime e ganhe a sua confiança, preciso de meios para a manter conosco.

— Preciso de mais informações, estou familiarizado apenas com os gritos dos meus trabalhos — isso o fez gargalhar enquanto ele me mandou me sentar, não sou o segundo no comando, então aceito tudo o que me mandam para aumentar o meu prestígio.

— Sim, você tem razão — ele respirava fundo como se estivesse ponderando se iria ou não me contar — Ela é a noiva prometida para o Shinigami e vocês Karitos sabem muito bem como preso por ele.

— Estou ciente da sua saída para este fim.

— Isso, porém, preciso que ele permaneça e ela é a chave.

— O que preciso fazer?

— A convencer que aqui é mais seguro, que aqui ela é acolhida — ele se levanta novamente com aquele sorriso que só aparece nos piores momentos — Aqui é a sua casa.

— Considere feito — me levanto para já sair da sala e começar a trabalhar, mas meu verdadeiro saí da sua boca em forma de repreensão.

— Vai esperar ser chamado, no baile vou tirar Otto de cena a deixando em seus cuidados, não estrague tudo.

Apenas confirmo com a cabeça e saio já indo em direção à casa desse Otto, não o conheço por estar sempre em missões solos, mas ele deve ser mais um Karito o que significa que preciso descobrir o motivo primeiro.

Comecei a seguir os dois e pelo jeito eles são bem íntimos, o que não é nada bom, porém é a minha chance de me provar para o grande Shinigame e devolver a sua noiva.

Já no baile, consegui perceber que Morrigan está com ciúmes da aproximação dos dois, ela é prometida para os melhores Shinigames, o que me deixou em alerta, afinal esse Otto não é um qualquer.

— Me acompanhe — sou mais seco do que o necessário, afinal o olhar do Otto está grudado em nós.

— Não obrigada, estou bem aqui.

— Morrigan logo deve voltar já que o seu...

— Escuta, vamos ser bem práticos, não preciso de babá — ela era ousada e até mesmo engraçada.

— Então quer dizer que não precisa de babá? — vou dando passos na sua direção, mas ela não se afasta enquanto o nosso olhar está cravado um no outro.

— Não preciso — a puxo com tudo para o outro lado, a assustando enquanto a mantenho perto, segurando pela cintura.

— Isso tudo é desespero Morrigan? — sinto o seu corpo tentar se soltar, mas a seguro mais forte.

— Saía do meu caminho Karito.

— Uma ótima proposta, mas vou recusar e se me der licença estou melhor acompanhado — a puxo para sair do salão e como sinto o seu corpo relutante sou obrigado a me aproximar mais ainda.

— O que pensa que está fazendo? — a voz dela é baixa, mas sua ousadia ainda estava presente.

— Livrando você — sussurro ao seu ouvido e acabo sorrindo com a sua careta.

Ela não reclamou ou mostrou relutância, pelo menos até chegar ao deck do lado de fora, onde ela se soltou de mim, me deixando impressionado, fecho a porta de vidro sabendo que ela poderia sair apenas por ali.

O seu olhar percorria por todo o lugar, isso será mais interessante do que eu esperava, me escoro no beiral apenas apreciando a vista, ela era realmente muito linda.

Aqueles cabelos roxos a deixava ainda mais exótica, o que combinava completamente com aquele corpo perfeito, nunca tive problemas com mulheres, todas nunca se negavam.

Mas essa era proibida, ela é prometida ao melhor Shinigami, o que sentencia qualquer um que a toque a morte, por alguns minutos fiquei pensando no sofrimento daquele Otto quando for entregue.

— Meu nome é...

— Não me interessa — ela me corta olhando para baixo e até mesmo me empurrando para longe do beiral.

— Poderia ser mais educada.

— Escuta aqui o xinguilingue, pouco me importa o que você é, quem você é só para de falar, pois estou pensando.

Não consegui responder, na verdade, não esperava que ela fosse me tratar desta forma, mas o pior foi o que ela fez a seguir, essa mulher é doida e seu juízo é do seu tamanho, ou seja, minúsculo.

Ela tirou a sandália e pulou do segundo andar, sem me dar chance de segurar, observo ela rolar para frente e se levantar como se não tivesse feito nada, sorrindo ela me acena e vai andando.

Pulo atrás dela ainda sorrindo, mas ao perceber que estou me aproximando ela começa a correr entrando na primeira porta que ela encontrou destrancada. Nego com a cabeça, pois isso aqui é um labirinto e ela pode se perder a qualquer momento.

Já que ela queria fugir, então eu vou deixar as coisas mais interessantes, comecei a aparecer na sua frente a assustando de propósito, até que ela me acertou com um chute na minha virilha.

— Seu imbecil não me assusta e principalmente não venha atrás de mim — vejo ela se aproximar de mim com a sandália em mãos e antes que ela acerte a minha cabeça sua mão é contida.

— Eu pedi para não se meter em confusão — o que ele estava fazendo aqui? Era para ele ficar longe a noite toda.

— Mas eu pulei e corri esse xinguilingue burro que veio atrás, a propósito cadê a mimosa? Quero bater na cara dela.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora