33. Apoio e lealdade

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Ficar perto da minha roxinha era certeza que iríamos pegar fogo e nunca desejei incendiar tudo como estou agora. Sempre evitei contato físico e agora não consigo mais ficar muito tempo sem os toques dela.

Não imaginei que ela fosse querer uma aliança, na verdade, já tenho a aliança guardada, só não havia entregue, pois acreditei que ela acharia demais. Mesmo com os pensamentos, a presença silenciosa do Itoko não me pegou de surpresa.

— Não ia colocar no dedo dela apenas no casamento?

— As coisas mudam...

— Nem começa com isso, vai ter casamento sim e faço questão de levar ela até o altar — Itoko me interrompe e acabo sorrindo com os planos que ele vem fazendo.

— Me conta mais, quero saber como será o meu casamento dos seus sonhos — encosto na mesa cruzando os braços, mas ele apenas faz uma careta.

— Para de ficar me zoando, sabe que você é a minha única família e não conte para Iris, mas já a considero da família também.

— Por isso implica tanto? — ele confirma com a cabeça — Ótima maneira de demonstrar isso.

Itoko ficou ainda mais alguns minutos ali me irritando para realizar logo a cerimônia do casamento, mas quando citei o nome do Furui e Shimazu ele se levantou no mesmo instante pronto para sair dali.

— Itoko, não quero que esconda nada de mim.

— Então esteja ciente que vou auxiliar a Iris, mesmo que para isso eu omita as coisas para você.

Ele não me deu direito de resposta, pois já fechou a porta. Um sorriso cresce no meu rosto enquanto nego com a cabeça, nunca imaginei que a minha roxinha fosse nos conquistar tão cedo, tanto que agradeço por ter conhecido ela primeiro, se não esses dois seriam insuportáveis.

Decido ir acordar ela logo, antes que fique em cima da hora e assim com ontem ela queira ficar sem comer, esse é um erro que não cometo mais, afinal o seu humor fica péssimo e o pessoal que vem da sérvia não são muitos receptivos.

Para deixar claro a eles que estou com ela, sem precisar falar nada deixo um vestido tradicional da minha cultura para ela usar, mas assim que ela desce as escadas está com outra roupa que a deixou mais gostosa ainda.

— Você está muito ferrado — Itoko bate no meu ombro e agora quem está com o humor péssimo sou eu.

— Qual é plano? Esquece deveria ter me dito antes, não sigo ordens Otto pensei que já havia aceitado este fato.

A puxo contra o meu corpo sentindo o seu perfume doce, ele está mais fraco hoje, assim com Itoko sugeriu ontem e ele tinha razão ficou misterioso e marcante, mesmo estando fraco dessa forma.

— Quer me enlouquecer?

— Aceita de uma vez...

— Eu já aceitei, o vestido era uma forma de dizer que você é minha sem usar as palavras — a interrompo acariciando o seu rosto que sorri travessa — Mas vou montar guarda ao seu lado...

— Não vai ser visto, quero fazer isso sozinha, já tenho o Itoko — ela aponta para ele que observava sorrindo e de forma divertida ele ergue as mãos em rendição, respiro fundo ciente que não vou conseguir mudar o seu pensamento, ainda mais quando ela tem o apoio do meu primo.

— Iris...

— Larga de ser burro, ela falou não ser visto, isso quer dizer que pode ficar nas sombras dentro da sala — Itoko joga a almofada nas minhas costas.

— Você está muito abusado, sabia?

— E você um dramático e nem me olha assim, agora os dois já para o escritório que eles já deram entrada na propriedade — Itoko se levanta enquanto mexe em seu celular, acompanhando os nossos convidados pelas câmeras.

Itoko tem razão, estou mesmo dramático e até mesmo instável, mas quando o assunto é a Iris tudo muda. Beijo a sua mão assim que a sento na cadeira, ela estava com uma aparência doce, mas seu olhar era feroz, isso certamente será muito interessante de ver.

A reunião foi da forma como esperava, ela respondeu à altura todas as provocações, porém ela não precisou usar a força bruta, em questão de duas horas de reunião com cada máfia ela conseguia o seu apoio e lealdade.

Isso foi com a máfia jamaicana, albanesa, sérvia, israelita, mexicana e colombiana, já com a siciliana o representante do Cosa Nostra já deixou claro que ela tem proteção e tem o seu território ao seu dispor.

Foi uma semana puxada para todos nós principalmente para Iris que mesmo mantendo a pose sei que ela sentiu medo em alguns momentos, afinal foram sete dias de reuniões bem agitadas.

Por isso que estou a segurando na cama tem algumas horas, quero aproveitar cada minuto que ainda tenho com ela, sei que as coisas vão ficar mais complicadas a qualquer momento.

— Se quiser posso pedir para as duas reuniões serem adiadas assim como fiz com a russa.

— Não Otto, quero acabar isso logo, preciso ir atrás de outras coisas — Iris tenta sair da cama, mas eu a puxo e volta.

— Está cedo, hoje não temos que receber ninguém, vamos ficar juntos — começo a beijar o seu pescoço enquanto a sua pele se arrepia com os meus toques.

— Otto e se... eles...

— Está com medo da Yakuza e a Tríade? — não estava conseguindo acreditar, por isso perguntei.

— Eles devem ser importantes para vocês...

— Ninguém é importante para mim — ela me olha com sobrancelha erguida e tenho certeza que falei merda — Nenhuma dessas máfias são importantes para mim, a organização tem contratos com eles, eu não tenho nada com eles.

— Mas e a Hensei?

— Isso sei que você e Itoko vão colocar tudo no lugar, eu confio cegamente em vocês dois e sua vontade é a minha.

A beijo com ternura na tentativa de acalmar essa sua cabecinha agitada, mas quando ela aprofunda o beijo não consigo controlar o meu desejo e quando percebo já estou dentro dela.

Escutar os seus gemidos é certamente a melhor parte do meu dia. No fim acabou que passamos o dia todo na cama e claro que toda vez que ela colocava alguma peça de roupa eu fiz questão de tirar com os dentes.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora