22. Agora pode soltar?

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— Otto Unmei Hensei — solto quase em forma de sussurro enquanto meus olhos estão fixos em cada movimento seu.

— Você... — ela solta a minha mão colocando as mãos na boca enquanto os seus olhos vão se abrindo — Você sempre soube quem eu era — confirmo com a cabeça enquanto ela se levanta com tudo.

O pior estava acontecendo, ela não me xingou, não me bateu ou nada do tipo, ela apenas andava de um lado para o outro. Tento me aproximar, mas ela nega com a cabeça.

Observei a sua boca abrir e fechar diversas vezes, mas nenhuma palavra saia dela, era nítido que a sua mente estava fervendo e a culpa era minha, eu precisava fazer alguma coisa e fiz exatamente o que não devia.

— Sim, estou te acompanhando desde o momento que a sua mãe jogou o seu celular o vaso — o seu olhar se transformou pela raiva e quando ela veio andando na minha direção fui me afastando até cair sentada na cama.

— Você armou tudo isso? Tudo o que passei...

— Claro que não, eu te salvei deles porque eu quis, e te garanto que não menti em momento algum — seguro as suas mãos, já que agora ela finalmente começou a querer me bater.

— Por quê? — ela tenta se afastar, mas me viro a derrubando na cama a prendendo com o meu corpo — Por que me fez me apaixonar por você? Como sou idiota eu...

— Eu também estou apaixonado por você, Iris, na verdade, me encantei com você desde o momento que enganou o meu primo e fugiu de todos, apenas intervi, pois sei que eles não iriam ser gentis com você e faria tudo novamente, com a diferença que já te levaria para a minha casa.

— Você me levou para a sua casa — a sua voz era apenas um sussurro.

— Sim, mas não queria te envolver aqui, pensei que pudesse te proteger...

Ela não me deixou terminar, pois ela me puxa e beijando, por alguns segundos eu pensei que ela fosse me bater quando soltou as suas mãos, mas ela me puxava cada vez aprofundando o beijo.

Tanta coisa ainda precisava ser exposta, mas o mais importante eu preciso a proteger, sem pensar duas vezes a peço que nunca comente nada com ninguém sobre isso.

Jurei que nunca mais vou esconder nada dela, isso inclui o que aconteceu enquanto ela ainda estava adormecida, para a minha surpresa ela ressaltou que Uragiri não faz a menor ideia de quem eu seja.

Expus todas as minhas suspeitas sobre Shimazu e ela deu a ideia de manter Uragiri ao nosso lado, assim podemos estar um passo a frente, só não contava que ela fosse me chantagear com ele para o treinamento.

— Você realmente... — a pose durona de segundos atrás sumiu, ficando apenas a minha roxinha.

— Se eu te amo? — ela desvia o olhar, mas agora é a minha vez de segurar o seu rosto para não fugir do meu olhar — Eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida, você não trouxe apenas a cor roxa para a minha vida, você me trouxe a alegria de viver, um motivo para lutar e como eu amo cada mudança do seu humor, cada pedaço do seu corpo, sua forma de pensar e até mesmo de se meter em confusão.

— Para eu não procuro confusão, ela que corre até a minha pessoa — não consegui segurar a risada, mas as batidas na porta nos tiraram deste momento tão gostoso.

Me levanto para abrir a porta, mas Iris foi mais rápida me empurrando contra a cama, a observo bagunçar o cabelo e tirar a blusa o colocando na frente dos seios, me levanto com tudo para a impedir, mas ela vai mais rápido abrindo a porta.

— Espero que seja importante — sua voz era fria e logo um sorriso cresceu no seu rosto — Mimosa, que saudade.

— Saia da minha frente, eu quero falar com ele.

— Neste caso, vou ter que negar e se não se importa pare de empatar as nossas fodas — ela bate a porta com tanta força que ela mesma se assustou.

Me levanto sorrindo por saber que ainda vou ficar louco ao seu lado, mas será a loucura mais deliciosa em toda a minha vida, me aproveito que as suas costas estão e fora agora e começo a distribuir beijos enquanto a sua pele vai se arrepiando.

— Então...

— Ah, cala a boca — ela me interrompe mais manhosa enquanto as minhas mãos retiram a blusa das suas mãos e a viro para ficar de frente comigo — Otto...

— Nunca mais atenda ninguém desta forma — a sua sobrancelha apenas se ergue em desafio — Não me provoca roxinha eu posso ser bem malvado...

— Escuta bem você, Shi... — beijo a sua boca para ela não terminar de falar, mas acabo levando alguns tapas ardidos no meu ombro — Acho bom você me obedecer, me respeitar, me amar e principalmente não permitir que ninguém o toque ou o mate — assim que ela foi falando eu apenas sorria, mas quando ela abaixou a mão e foi apertando com força o meu saco meu sorriso sumiu — Eu fui clara querido?

— Perfeitamente, agora pode soltar? — assim que ela me solto eu levanto da cama na mesma hora conferindo se ela não arrancou no processo, caramba de onde surgiu tanta força nessas mãos pequenas?

— Vai se acostumando, eu sou possessiva e não quero mimosa nenhuma tocando nesse corpo e principalmente não o quero morto.

Nesta ultima parte percebi que a sua voz vacilou, corri puxar o seu corpo contra o meu apertando em um abraço, ressaltei que ela não deve contar a ninguém que sabe quem sou.

Claro que mais uma vez ela me chantageou dizendo que mantém a boca fechada desde que eu a treine e para a minha infelicidade ela quer Uragiri ao nosso lado.

Iris já me demonstrou ser muito inteligente e principalmente astuta, seu olhar normalmente vai além do óbvio, então vou seguir o seu pedido, mesmo que isto me custe ter que conviver com aquele...

— Por que chama ele de xinguilingue? — ela paralisa me olhando assustada enquanto fecha a boca.

Fugindo DeleOnde histórias criam vida. Descubra agora